Carlos Drummond de Andrade (31 de outubro de 1902 —17 de
agosto de 1987) nasceu em Itabira, Minas Gerais. Reconhecido por uma literatura
que captura as diferenças entre a concretude e a imaginação, é considerado um
dos grandes expoentes do modernismo brasileiro. Sua obra aparece nas listas de
leitura obrigatória de diversos vestibulares, mesmo após 33 anos de sua morte.
Segundo Antônio Cândido (1995, p.127), na obra do poeta há um “desejo de transformar o mundo, pois, é
também uma esperança de promover a modificação do próprio ser”. Talvez este
desejo de transformação somado a sua notória trajetória, versatilidade em forma
e conteúdo e intento de articular de diferentes formas suas temáticas seja um
dos motivos desse sempre renovado interesse em sua obra.
Sua poesia
traz o tema de um indivíduo abalado pelas incertezas, e em muitos momentos
reflete os conflitos dos intelectuais de esquerda do pós-guerra. Além disso, a
versatilidade é ressaltada pela crítica literária como um dos pontos principais
de sua obra, pois sua poesia é “diversa
tanto no que diz respeito ao tratamento estilístico quanto ao temático, o que
possibilita muitas abordagens de estudo”, segundo Luciana Alves da Costa
(2012, p.123).
Por tudo
isso, ainda hoje suas obras são capazes de instigar diversos leitores e
proporcionar debates que fazem paralelo com o nosso cotidiano. Por exemplo, em
uma de suas primeiras obras, Alguma
poesia, de 1930, encontramos temas que são recorrentes até hoje como:
lirismo, humor, um tom meditativo e irônico, observações desencantadas dos
fatos, sensualismo, reflexões sobre o amor, morte e diversas outras temáticas
que estarão presente em suas obras mais maduras.
Alguma poesia
Em sua obra A rosa do povo de 1945, é notório o seu
tom de poesia social; na mesma, nos é apresentado um incisivo olhar sobre a
Segunda Guerra Mundial a partir da perspectiva do centro urbano da época, o Rio
de Janeiro, além de uma ironia para com o passado literário brasileiro.
A rosa do
povo
Na obra Claro Enigma, de 1951, o autor explora
as incertezas perante o mundo e retoma algumas formas clássicas não tão usuais
no modernismo como sonetos e rimas metrificadas, gerando uma das suas obras
mais cultas e herméticas.
Claro Enigma
Em Antologia Poética de 1966, Drummond
narra grandes temas como morte, amor e memória. Junto a isso, a antologia
organizada pelo próprio autor é considerada por alguns críticos como uma das
melhores portas de entrada para a obra do poeta.
Antologia
Poética
Fonte: Companhia das Letras