Antonio
Maria Henri de Araújo
Um Office
boy, com ticket da Brasilian Food, foi a um shopping center e
entrou no Macdonald’s para comer um cheesburguer com Milk
shake. Havia desistido do hot dog com diet coke. O
atendimento não era do tipo self service e a fila encontrava-se enorme,
pois estava em plena hora do rush.
Aproveitou então o nosso distinto para fazer um check up existencial, em
busca de um feedback para sua vida. Estava vindo do Play Center,
acabara de ouvir bastante dance music, mas seu sonho mesmo era passar um
happy hour no Beach Park, com gatinhas de toplles. Mas
isso é coisa de playboy, my brother! Night Club também nem
pensar. Cadê o money? Nunca teve. Nem
sabia o que era overnight, open market, leasing. No
máximo, tinha enfrentado uma fila de banco do tipo on line. Gostava de
futebol. Era fã do Edmundo, o bad boy. Via replay de Córner
batido por center half. Adorava computadores. Já tinha até lido algo
sobre mouses, softwares e internet. Outros hobbies:
skate, vídeo game, rap e surf. Tinha vontade de ir a um drive in,
mas cadê o carro? Assistia ao Cartoon Network na casa do vizinho e tinha
nos Power Rangers e no Batman seus grandes heróis. Lembrou de
repente que tinha se esquecido de tirar xerox de um paper sobre marketing.
Tinha que dar um time. Estava trabalhando demais, um workaholic.
Dava até uma de Disk Jockey nas horas vagas. Estava precisando de um relax.
Quem sabe um novo love, com beijo de ice kiss, para chamar de baby?
Entretanto, tinha também outra coisa que o intrigava, não sabia uma só palavra
de inglês. E se a tal globalização da economia chegasse de fato? Não sabia do
que se tratava, mas poderia vir com tudo. Disseram-lhe que ele tinha que
aprender inglês. My God! Okay. Finalmente chegou a sua vez tirando-lhe do
pesadelo. Pegou então a sua ficha e logo em seguida veio o rango. Não era fast
food, mas até que não demorou tanto para sair. Ia dar um tempo para ele
assistir ao show de uma banda cover dos Fevers. Saiu enfim
da lanchonete dizendo bye bye para todo mundo.