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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Reportagem


Xanxerê: história construída com a contribuição de imigrantes

Como parte da programação “Natal para Todos”, desde a segunda-feira (11) acontece no Museu do Milho Antonio Sirena, no Parque da Femi em Xanxerê, a Exposição de Presépios, que pode ser visitada até domingo (17). No mesmo local, além dos objetos que contam a história e que fazem o resgate de memórias, também se homenageia os imigrantes que ajudaram a construir a história de Xanxerê, como é o caso da Dona Luzia Clara da Cruz Lopes, natural de Coimbra, em Portugal, hoje com 80 anos de idade, e que desembarcou em solo brasileiro em 1958, com 20 anos.

 Dona Luzia Clara da Cruz Lopes e a família

Ela conta que a viagem foi de navio e durou 13 dias. Chegou ao porto de Santos, onde era esperada pelo marido Armindo da Silva Lopes. Dona Luzia casou-se por procuração, quando ainda estava em Portugal e enquanto o marido já tentava a sorte no Brasil. Mesmo casada, permaneceu em Portugal por quatro anos.

Os pais do marido vieram para o Brasil na década de 50, mesma época em que chegaram vários portugueses que se estabeleceram na região sul.  A família de Armindo da Silva Lopes optou por fixar residência em Xanxerê por sua localização geográfica, seu clima semelhante ao de Portugal e por ser um polo regional.

Eles trabalhavam em um prédio de esquina das ruas José de Miranda Ramos com a Rui Barbosa, próximo onde hoje se localiza a Igreja Matriz Senhor Bom Jesus. O estabelecimento era uma loja de secos e molhados, comércio muito comum na época, onde se vendia um pouco de tudo.
Posteriormente, mudaram-se para a Rua Victor Konder esquina com a Rua Independência, onde também mantinham o armazém de secos e molhados. O prédio foi inaugurado em 17 de setembro de 1957 e a loja se mantém até os dias de hoje, mas com mudança de ramo. Atualmente, comercializam tecidos e aviamentos. A Casa Portuguesa é atendida pelas filhas do casal, Márcia Helena, Célia Regina e Débora Cristina. Luzia e Armindo ainda tiveram quatro netos: Fernando, Marina, Caroline e Luíza, além de um bisneto: Luiz Fernando.

Seu Armindo faleceu em 29 de janeiro de 2010. Dona Luzia, que hoje recebe os cuidados das filhas, continua muito disposta, gosta de estar presente na loja e de conversar com os clientes. O casal foi homenageado várias vezes pela comunidade, recebendo inclusive, da Câmara de Vereadores, o título de Cidadãos Xanxerenses. Seu Armindo foi ativo participante da sociedade xanxerense, sócio-fundador do Clube 14 de Julho, hoje Clube Sete de Setembro. Como jogador de futebol participou de vários campeonatos e além de atleta também atuou como árbitro da Federação Catarinense de Futebol.

Durante a programação da Exposição de Presépios, o Museu permanece aberto em horário comercial, mas os interessados em visitar o local para conhecer um pouco mais da história do município devem fazer agendamento prévio, através da Diretoria de Cultura.

- O museu hoje funciona por agendamento. O que impede de abrir direto é a falta de profissional fixo para atender os visitantes. A ideia é abrir uma vez na semana, mas precisaria de um funcionário no local. Então, por enquanto, estamos trabalhando por agendamento, com exceção da semana dos museus ou quando tem programação especial - explica a coordenadora de Patrimônio, Memória e Difusão Cultural, Aguinetes Barfknecht.

Fonte: Jornal Folha Regional

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