Xanxerê:
história construída com a contribuição de imigrantes
Como parte da programação “Natal para Todos”, desde a segunda-feira (11)
acontece no Museu do Milho Antonio Sirena, no Parque da Femi em Xanxerê, a
Exposição de Presépios, que pode ser visitada até domingo (17). No mesmo local,
além dos objetos que contam a história e que fazem o resgate de memórias,
também se homenageia os imigrantes que ajudaram a construir a história de
Xanxerê, como é o caso da Dona Luzia Clara da Cruz Lopes, natural de Coimbra,
em Portugal, hoje com 80 anos de idade, e que desembarcou em solo brasileiro em
1958, com 20 anos.
Dona Luzia Clara da Cruz Lopes e a família
Ela conta que a viagem foi de navio e durou 13 dias. Chegou ao porto de
Santos, onde era esperada pelo marido Armindo da Silva Lopes. Dona Luzia
casou-se por procuração, quando ainda estava em Portugal e enquanto o marido já
tentava a sorte no Brasil. Mesmo casada, permaneceu em Portugal por quatro
anos.
Os pais do marido vieram para o Brasil na década de 50, mesma época em
que chegaram vários portugueses que se estabeleceram na região sul. A família de Armindo da Silva Lopes optou por
fixar residência em Xanxerê por sua localização geográfica, seu clima
semelhante ao de Portugal e por ser um polo regional.
Eles trabalhavam em um prédio de esquina das ruas José de Miranda Ramos
com a Rui Barbosa, próximo onde hoje se localiza a Igreja Matriz Senhor Bom Jesus.
O estabelecimento era uma loja de secos e molhados, comércio muito comum na
época, onde se vendia um pouco de tudo.
Posteriormente, mudaram-se para a Rua Victor Konder esquina com a Rua
Independência, onde também mantinham o armazém de secos e molhados. O prédio
foi inaugurado em 17 de setembro de 1957 e a loja se mantém até os dias de
hoje, mas com mudança de ramo. Atualmente, comercializam tecidos e aviamentos.
A Casa Portuguesa é atendida pelas filhas do casal, Márcia Helena, Célia Regina
e Débora Cristina. Luzia e Armindo ainda tiveram quatro netos: Fernando,
Marina, Caroline e Luíza, além de um bisneto: Luiz Fernando.
Seu Armindo faleceu em 29 de janeiro de 2010. Dona Luzia, que hoje
recebe os cuidados das filhas, continua muito disposta, gosta de estar presente
na loja e de conversar com os clientes. O casal foi homenageado várias vezes
pela comunidade, recebendo inclusive, da Câmara de Vereadores, o título de
Cidadãos Xanxerenses. Seu Armindo foi ativo participante da sociedade
xanxerense, sócio-fundador do Clube 14 de Julho, hoje Clube Sete de Setembro.
Como jogador de futebol participou de vários campeonatos e além de atleta
também atuou como árbitro da Federação Catarinense de Futebol.
Durante a programação da Exposição de Presépios, o Museu permanece
aberto em horário comercial, mas os interessados em visitar o local para
conhecer um pouco mais da história do município devem fazer agendamento prévio,
através da Diretoria de Cultura.
- O museu hoje funciona por agendamento. O que impede de abrir direto é
a falta de profissional fixo para atender os visitantes. A ideia é abrir uma
vez na semana, mas precisaria de um funcionário no local. Então, por enquanto,
estamos trabalhando por agendamento, com exceção da semana dos museus ou quando
tem programação especial - explica a coordenadora de Patrimônio, Memória e
Difusão Cultural, Aguinetes Barfknecht.
Fonte: Jornal Folha Regional
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