Papa
Francisco no Vaticano. Foto: Vatican Media
O Papa Francisco prestou homenagem aos professores do mundo, que apesar
de serem "os sempre mal pagos" vão adiante "com coragem e
perseverança" frente ao desafio da educação e se tornam os
"artesãos" das gerações futuras.
Assim afirmou o Santo Padre sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020, ao
receber no Vaticano os participantes do Seminário "Educação: O Pacto
Global", organizado pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
“Desejo, neste momento, prestar homenagem também aos professores – os
sempre mal pagos – porque, diante do desafio da educação, eles vão adiante com
coragem e perseverança. Eles são ‘artesãos’ das gerações futuras”, exclamou o
Papa. Disse que os professores, "com o seu saber, paciência e dedicação,
transmitem uma maneira de ser que se transforma em riqueza, não material, mas
imaterial, criando o homem e a mulher do amanhã".
“Esta é uma grande responsabilidade. Portanto, no novo pacto educativo,
a função dos professores, como agentes da educação, deve ser reconhecida e
apoiada com todos os meios possíveis”, assinalou.
Nesse sentido, Francisco indicou que, “se o nosso objetivo é oferecer a
cada indivíduo e a cada comunidade o nível de conhecimentos necessários para
ter sua própria autonomia e ser capaz de cooperar com os outros, é importante
investir na formação dos educadores com os mais elevados padrões de qualidade,
em todos os níveis acadêmicos”.
Além disso, o Santo Padre assinalou que “a família precisa ser
valorizada no novo pacto educativo, pois sua responsabilidade começa no ventre
materno, no momento do nascimento. Porém, mães, pais, avós e a família como um
todo, em seu papel educacional primário, precisam de ajuda para entender, no
novo contexto global, a importância dessa etapa inicial da vida e estar
preparados para agir em consequência”.
“Uma das maneiras fundamentais de melhorar a qualidade da educação no
âmbito escolar é conseguir uma maior participação das famílias e comunidades
locais nos projetos educacionais. Elas fazem parte da educação integral,
pontual e universal”, afirmou.
Da mesma forma, o Pontífice explicou que “educar não é apenas transmitir
conceitos, isso seria uma herança do iluminismo que deve ser superada, ou seja,
não apenas transmitir conceitos, mas um trabalho que exige que todos os
responsáveis por ela – família, escola e instituições sociais, culturais e
religiosas – participem desse processo de forma solidária”.
“Para educar é necessário integrar a linguagem da cabeça com a linguagem
do coração e a linguagem das mãos. Que um educando pense o que sente e o que
faz, sinta o que pensa e o que faz, e faça o que sente e o que pensa.
Integração total”, pediu o Papa.
No entanto, Francisco disse que "hoje, está em crise, rompeu-se o
que chamei de ‘pacto educativo’; o pacto educativo existente entre família,
escola, pátria e mundo, cultura e culturas”.
“Rompeu-se realmente e não pode ser colado ou recomposto, a não ser através
de um esforço renovado de generosidade e acordo universal”, reconheceu o Papa.
Indicou que “o pacto educativo quebrado significa que tanto a sociedade, como a
família e as instituições que são chamadas a educar, delegam a decisiva tarefa
educacional a outros, evitando assim a responsabilidade das várias instituições
básicas e dos próprios estados que claudicaram deste pacto educativo".
“Hoje, somos chamados, de alguma maneira, a renovar e unir o esforço de
todos – pessoas e instituições – para a educação a fim de refazer um novo pacto
educativo, pois somente assim será possível mudar a educação. E, para isso, é
preciso integrar os saberes, a cultura, o esporte, a ciência, a diversão e a
recreação. É preciso construir pontes de conexão, superar a ‘pequenez’ que nos
fecha em nosso pequeno mundo, e ir ao mar aberto global, respeitando todas as
tradições”, pediu o Papa.
Nesse sentido, incentivou os educadores “nessa tarefa tão importante e
apaixonante que têm: colaborar na educação das gerações futuras. Não é algo de
amanhã, mas de hoje. Sigam em frente, que Deus os abençoe. Rezo por vocês e
vocês, façam-no por mim!”, concluiu.
Publicado
originalmente em ACI Prensa. Traduzido por Nathália Queiroz.