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terça-feira, 23 de junho de 2020

Papa Francisco presta homenagem aos professores do mundo

Papa Francisco no Vaticano. Foto: Vatican Media

 

O Papa Francisco prestou homenagem aos professores do mundo, que apesar de serem "os sempre mal pagos" vão adiante "com coragem e perseverança" frente ao desafio da educação e se tornam os "artesãos" das gerações futuras.

 

Assim afirmou o Santo Padre sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020, ao receber no Vaticano os participantes do Seminário "Educação: O Pacto Global", organizado pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

 

“Desejo, neste momento, prestar homenagem também aos professores – os sempre mal pagos – porque, diante do desafio da educação, eles vão adiante com coragem e perseverança. Eles são ‘artesãos’ das gerações futuras”, exclamou o Papa. Disse que os professores, "com o seu saber, paciência e dedicação, transmitem uma maneira de ser que se transforma em riqueza, não material, mas imaterial, criando o homem e a mulher do amanhã".

 

“Esta é uma grande responsabilidade. Portanto, no novo pacto educativo, a função dos professores, como agentes da educação, deve ser reconhecida e apoiada com todos os meios possíveis”, assinalou.

 

Nesse sentido, Francisco indicou que, “se o nosso objetivo é oferecer a cada indivíduo e a cada comunidade o nível de conhecimentos necessários para ter sua própria autonomia e ser capaz de cooperar com os outros, é importante investir na formação dos educadores com os mais elevados padrões de qualidade, em todos os níveis acadêmicos”.

 

Além disso, o Santo Padre assinalou que “a família precisa ser valorizada no novo pacto educativo, pois sua responsabilidade começa no ventre materno, no momento do nascimento. Porém, mães, pais, avós e a família como um todo, em seu papel educacional primário, precisam de ajuda para entender, no novo contexto global, a importância dessa etapa inicial da vida e estar preparados para agir em consequência”.

 

“Uma das maneiras fundamentais de melhorar a qualidade da educação no âmbito escolar é conseguir uma maior participação das famílias e comunidades locais nos projetos educacionais. Elas fazem parte da educação integral, pontual e universal”, afirmou.

 

Da mesma forma, o Pontífice explicou que “educar não é apenas transmitir conceitos, isso seria uma herança do iluminismo que deve ser superada, ou seja, não apenas transmitir conceitos, mas um trabalho que exige que todos os responsáveis ​​por ela – família, escola e instituições sociais, culturais e religiosas – participem desse processo de forma solidária”.

 

“Para educar é necessário integrar a linguagem da cabeça com a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Que um educando pense o que sente e o que faz, sinta o que pensa e o que faz, e faça o que sente e o que pensa. Integração total”, pediu o Papa.

 

No entanto, Francisco disse que "hoje, está em crise, rompeu-se o que chamei de ‘pacto educativo’; o pacto educativo existente entre família, escola, pátria e mundo, cultura e culturas”.

 

“Rompeu-se realmente e não pode ser colado ou recomposto, a não ser através de um esforço renovado de generosidade e acordo universal”, reconheceu o Papa. Indicou que “o pacto educativo quebrado significa que tanto a sociedade, como a família e as instituições que são chamadas a educar, delegam a decisiva tarefa educacional a outros, evitando assim a responsabilidade das várias instituições básicas e dos próprios estados que claudicaram deste pacto educativo".

 

“Hoje, somos chamados, de alguma maneira, a renovar e unir o esforço de todos – pessoas e instituições – para a educação a fim de refazer um novo pacto educativo, pois somente assim será possível mudar a educação. E, para isso, é preciso integrar os saberes, a cultura, o esporte, a ciência, a diversão e a recreação. É preciso construir pontes de conexão, superar a ‘pequenez’ que nos fecha em nosso pequeno mundo, e ir ao mar aberto global, respeitando todas as tradições”, pediu o Papa.

 

Nesse sentido, incentivou os educadores “nessa tarefa tão importante e apaixonante que têm: colaborar na educação das gerações futuras. Não é algo de amanhã, mas de hoje. Sigam em frente, que Deus os abençoe. Rezo por vocês e vocês, façam-no por mim!”, concluiu.

 

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido por Nathália Queiroz.

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