As mulheres sempre tiveram um papel relevante nas atividades de Monteiro Lobato, seja em sua obra ficcional, seja em suas funções como editor.
O Sítio do Picapau Amarelo é um matriarcado. Lá, o poder está nas mãos das mulheres, principalmente nas figuras de Tia Nastácia, a quem Lobato associa bom senso e sabedoria prática, e Dona Benta, que Lobato descreve como um “rei-filósofo na pessoa de uma mulher”.
Em "A reforma da natureza", Tia Nastácia e Dona Benta – duas mulheres de idade, uma das quais negra – são convidadas pelos chefes de Estado da Europa para participar de uma fictícia "Conferência da Paz de 1945", onde representam a Humanidade, devido a sua Sabedoria e Bom Senso.
Lobato também foi apoiador de sua sobrinha e nora Gulnara de Moraes e a incentivou a seguir a carreira de tradutora, uma forma de manter a independência financeiramente. Foi seu tutor e mestre na atividade, tradutor e editor experiente que era.
Ele ainda editaria e publicaria livros de uma respeitável quantidade de mulheres, em diversas etapas de sua atividade editorial. Muitas dessas autoras exerceram sua escrita durante os agitados anos de 1920: Francisca Cordeiro, Rosaura Lins, Selda Potocka, Maria José Dupré, Francisca Julia, Maria Eugênia Celso e Rosalina Coelho Lisboa, entre outras.
Se citarmos Anita Malfatti, provavelmente invadirá a lembrança a famosa crítica de arte que Lobato escreveu a respeito da exposição da artista plástica em 1917, não é verdade? Mas hoje, neste dia tão especial, queremos que você também saiba que anos mais tarde, em 1922, os dois trabalhariam harmoniosamente juntos. Lobato contratou Anita para ilustrar a capa do livro "O homem e a morte", de Menotti Del Picchia. Lobato exerceu em 1917 seu papel de crítico de arte e, Anita, de mulher artista que aceitava críticas porque isso faz parte da rotina de sua profissão.
Feliz Dia internacional da Mulher!
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