Artigo publicado no Jornal O DIA/RJ no dia 14/set/2014.
Júlio Furtado
Saiu o resultado do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação
Brasileira relativo ao ano de 2013 e os resultados são indicativos de
várias conclusões, sendo a principal delas a de que os problemas
aumentam com a idade. No primeiro segmento do Ensino Fundamental que
engloba as cinco primeiras séries, com algumas exceções, os resultados
estão dentro ou acima do esperado, tomando-se como referência as metas
para 2020. No segundo segmento do Fundamental (6º ao 9º ano) e no Ensino
Médio, ficamos abaixo da meta intermediária estabelecida para 2013.
Estamos conseguindo fazer nossas crianças aprenderem mais e melhor,
mas ainda não conseguimos esse feito com nossos adolescentes e jovens. A
frequência de conflitos entre professores e alunos no segundo segmento
do Fundamental somada aos índices de reprovação revelam uma escola que
não consegue fazer com que adolescentes com idades entre 11 e 15 anos
aprendam o mínimo necessário nessa etapa educacional. O principal
desafio dos professores nessa fase é usar, em sala de aula, uma
metodologia que desperte o interesse e a atenção desses alunos. A
superação desse desafio passa pela utilização da tecnologia e pela
abordagem dos conteúdos através de linguagens e contextos de interesse
dos estudantes.
No Ensino Médio o desafio é maior. Além da questão metodológica e da
inserção da tecnologia na sala de aula, esse segmento precisa ser
reformulado para atender aos principais interesses dos jovens de 15 a 18
anos, em especial a iniciação para o trabalho. Desde a primeira medição
do IDEB em 2005, a média nacional do Ensino Médio nunca ultrapassou os
4,0 pontos, numa escala de 0 a 10. Somemos a isso as elevadas taxas de
repetência e de evasão encarada pelo segmento, que experimentou um
aumento nos últimos anos. É preciso reformular o currículo, oferecer
formação continuada aos professores com ênfase em métodos didáticos mais
efetivos e criar meios de diagnosticar e trabalhar as deficiências dos
alunos antes que se tornem irreversíveis e alimentem os índices de
reprovação.
De forma geral, estamos em Recuperação. Numa escala de 0 a 10, o
Brasil tirou nota 5,2 do 1º ao 5º ano e 4,2 do 6º ao 9º ano do Ensino
Fundamental. No Ensino Médio, amargamos uma nota 3,7. Nesse contexto, só
nos resta comemorar a elevação de alguns décimos e ficarmos atentos,
pois numa escola de média 6,0 estaríamos reprovados em todos os
segmentos.
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