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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Um pouco de aprendizado.....

DEBAIXO DO TAMARINDO  


No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de
cera,
Chorei bilhões de vezes com a
canseira
De inexorabilíssimos
trabalhos!

Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa
derradeira,
O passado da Flora
Brasileira
E a paleontologia dos
Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!

Augusto dos Anjos

Um comentário:

  1. Este soneto de Augusto dos Anjos é um dos mais perfeitos que um poeta pode fazer. Pois as rimas combinam nos versos das primeiras e segundas estrofes conforme as palavras destacadas.

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