Marcel Camargo
Tem
muita gente espalhando fofocas baseadas em suposições. Tem muita gente querendo
puxar o tapete do outro. Tem muita gente querendo destruir e difamar a vida de
quem nunca fez nada para merecer isso.
A tecnologia, a medicina, os conhecimentos e a velocidade de tudo
avançam a passos largos. Era para o mundo sempre caminhar para a frente, mas
não: em termos de relacionamentos, afetividade, empatia, sentimentos, ainda há
muito retrocesso. Parece que, quanto mais informação existe à disposição, menos
ela é consultada.
Ainda há muito a ser aprendido quanto à convivência e às redes sociais,
por exemplo, uma vez que o mundo cibernético parece, muitas vezes, uma terra de
ninguém, sem lei, sem ordem, sem ninguém que se importe com o outro. A tela
fria do computador e dos smartphones acaba como que contaminando tudo o que
está ali dentro. Talvez por se tratar de um ambiente em que ninguém vê o outro,
há muita coisa desumana sendo postada.
Da mesma forma, no mundo fora das telinhas e dos
celulares, não está muito fácil para ninguém.
A competitividade exacerbada e o apego materialista, infelizmente,
acabam sendo a tônica dominante que subjaz a relacionamentos diversos. Soma-se
a essa dinâmica um egoísmo que tomou conta de muitas pessoas, cujas visões de
mundo raramente acolhem o outro, o diferente, o contraditório.
Infelizmente, tem muita gente espalhando fofocas baseadas em suposições.
Tem muita gente querendo puxar o tapete do outro. Tem muita gente querendo
destruir e difamar a vida de quem nunca fez nada para merecer isso. Tem muita
gente que não sabe amar, pois nunca foi amada.
Tem muita gente julgando e apontando o dedo, sem se
olhar no espelho. E, por conta disso, tem muita gente adoecendo emocionalmente,
em consequência da maldade alheia.
Nem sempre sofremos por algo que nós próprios fizemos, pois existem
fatos que chegam até nós e nos atingem profundamente, mesmo que não estejam
totalmente relacionados a nossas vidas. O que fere quem amamos, por exemplo,
também acaba nos ferindo de certa forma. Com isso, embora tenhamos que aprender
a não carregar pesos que não sejam nossos, muitas vezes acabaremos procurando
ajuda para lidarmos com aquilo que nem fomos nós que provocamos.
Não deveria ser assim, mas é. Oremos.
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