Neri
de Paula
Em 14 de Março de 1882, o capitão do Exército Imperial do Brasil, José
Bernardino Bormann, chegou nos altos do atual Bairro Tacca e avistou a Campina
das Cascavéis ("Xã-Xã-Erê").
Analisou calmamente a área, e decidiu descer o morro e conduzir sua tropa
de soldados imperiais até o alto da campina, onde hoje se situa o centro
administrativo municipal. Ordenou aos seus soldados que instalassem, ao ar
livre, uma serraria, com o objetivo de beneficiar a madeira. Ao entorno, por
todos os lados, a campina era cercada de vastos pinheirais e madeiras nobres.
Assim, em pouco tempo, os soldados imperiais ergueram um espaço para se
protegerem, uma espécie de acampamento.
Na sequência, construiu-se o edifício que funcionaria para a
administração da colônia, uma residência para o diretor, Capitão Bormann, e
casas para os soldados.
Estes mesmos soldados circularam pela região, convidando caboclos para
que viessem residir na área urbana da colônia militar. Os que foram chegando,
obtinham direitos e deveres para com a vila que se estendia dos altos da atual
prefeitura, até próximo a praça Tiradentes.
No lugar onde hoje se encontra a Igreja Matriz Senhor Bom Jesus,
ergueu-se a primeira igreja. Ao lado, um edifício para reunião e entretenimento
da vila.
Em pouquíssimo tempo, também construiu-se uma escola para alfabetizar
crianças e adultos.
A história segue, e para relembrar os 138 anos de fundação de Xanxerê,
oferecemos apenas um aperitivo. Quiçá, algum futuro governante venha a se
preocupar com o resgate da nossa história e possa adquirir não apenas o acervo
de nosso glorioso fotógrafo Ivo João Zolet (In Memoriam), mas também todos os
arquivos da família de José Bernardino Bormann, que juntamente com sua esposa,
deixou livros e documentos que comprovam a riqueza de uma história ainda
desconhecida. Enquanto dramaturgo e pesquisador, almejo ver salvaguardada nossa
memória histórica e cultural.
Fotos do acervo da
família Zolet.
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