Olavo
Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) foi jornalista brasileiro, membro
fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira nº 15. Escreveu a
letra do Hino à Bandeira brasileira. Como um dos principais representantes do
Movimento Parnasiano (escola literária nasceu na França por volta do ano
1850 e tinha como principais características o positivismo e cientificismo da
época, o que estava em oposição ao pensamento do Romantismo).
Bilac
valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e
rigidez das regras da composição poética.
Sua
primeira obra foi publicada em 1888 "Poesias", apresentada em várias
temáticas.
“Nel
mezzo del camin...”, famoso poema de Bilac que retoma o verso de abertura
do livro Inferno, que é a primeira parte d’A Divina Comédia, obra-prima
do poeta italiano Dante Alighieri.
A
preservação do estilo rígido na construção dos poemas é visto claramente na sua
busca pela métrica e estrofação para uma regularidade clássica e precisa. A exemplo,
pode-se citar o poema “Profissão de fé”, onde ele mesmo afirma a
rigidez de sua norma.
Devido
as fortes convicções políticas, “sobressaindo-se a ferrenha oposição ao
governo militar do marechal Floriano Peixoto”. Em 1907, Bilac foi eleito
pela revista Fon-Fon o “príncipe dos poetas brasileiros” e
constitui a Tríade Parnasiana.
(Fonte: Guia do estudante)
Música Brasileira
Olavo Bilac
Tens, às vezes, o fogo
soberano
Do amor: encerras na
cadência, acesa
Em requebros e encantos de
impureza,
Todo o feitiço do pecado
humano.
Mas, sobre essa volúpia,
erra a tristeza
Dos desertos, das matas e
do oceano:
Bárbara poracé, banzo
africano,
E soluços de trova
portuguesa.
És samba e jongo, chiba e
fado, cujos
Acordes são desejos e
orfandades
De selvagens, cativos e
marujos:
E em nostalgias e paixões
consistes,
Lasciva dor, beijo de três
saudades,
Flor amorosa de três raças
tristes.
BILAC, Olavo. Poesias. Rio de
Janeiro: Livraria Francisco Alves, 23ª edição. 1964, p.263.
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