"[...] sempre disse que tempo é complicado, que
tem uma mente própria. Talvez esse seja seu jeito de nos punir por brincar com
ele."
"Ah, se ele soubesse com o que eu estava
acostumada antes de o mundo desmoronar ao nosso redor como uma casa comida de
dentro para fora pela podridão."
No futuro existe uma máquina que permite viagens no
tempo e no espaço, fazendo com que assim seja possível impedir que coisas ruins
acontecem, mas logo seu objetivo é distanciado da realidade. Nesse futuro vive
Em, uma pessoa incrivelmente forte. Isso podemos perceber em suas primeiras
palavras no livro. Ela está presa em uma cela há meses e as únicas pessoas que
ela vê durante esse tempo são o doutor, o diretor e os guardas. Os dois
primeiros lhe fazem visitas constantes para torturá-la em busca de uma
resposta: onde estão certos documentos. Por mais que ela tenha o que eles
querem, ela não os entrega porque não pode desistir dela. Ela não pode desistir
do que ela se tornou hoje, do que ela foi um dia e do que ela pode se tornar se
conseguir mudar o ontem.
Marina é uma adolescente fútil que só se importa com o
seu melhor amigo. Ou melhor, aquele que ela quer que seja mais do que um amigo.
Cercada por pessoas falsas, ele é o centro de seu mundo e ela não importa com o
quê precisa fazer para fazê-lo se sentir bem e especial. Um dia ele lhe convida
para um evento importante do trabalho de seu irmão, mas a noite acaba sendo um
fracasso por diversos motivos. É a partir daí que Marina se vê ainda mais
responsável pelo amigo, porém ela ainda não sabe a grande responsabilidade que
tem em mãos.
"Deve parecer tranquilo do lado de fora, mas meu
interior está uma algazarra."
A escrita de Cristin Terrill é clara, profunda e
detalhada na medida certa, que ela conseguiu, a todo momento, fazer o leitor
sentir como cada personagem. Todas as nossas dúvidas são respondidas, a autora
nos permite ligar alguns pontos durante a leitura.
"O tempo está vindo nos pegar, está vindo
depressa."
Narrado em primeira
pessoa por Marina e Em, Todos os Nossos Ontens possui capítulos alternados
pelas duas que fazem despertam momentos de felicidade e angústia a cada página
e, quando uma descoberta é feita, não consegue se decidir entre ficar empolgado
por descobrir algo ou ficar preocupado por isso ser verdade. A forma como
Cristin Terril criou essa história é admirável e é ainda mais fascinante a
forma como ela nos apresenta tudo. A teoria sobre o tempo de uma forma
inovadora e, principalmente, o porquê e como ela foi criada são aspectos que
tornam o enredo ainda mais completo.
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