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domingo, 8 de setembro de 2019

Leitura: Todos os Nossos Ontens, de Cristin Terril


"[...] sempre disse que tempo é complicado, que tem uma mente própria. Talvez esse seja seu jeito de nos punir por brincar com ele."

"Ah, se ele soubesse com o que eu estava acostumada antes de o mundo desmoronar ao nosso redor como uma casa comida de dentro para fora pela podridão."

No futuro existe uma máquina que permite viagens no tempo e no espaço, fazendo com que assim seja possível impedir que coisas ruins acontecem, mas logo seu objetivo é distanciado da realidade. Nesse futuro vive Em, uma pessoa incrivelmente forte. Isso podemos perceber em suas primeiras palavras no livro. Ela está presa em uma cela há meses e as únicas pessoas que ela vê durante esse tempo são o doutor, o diretor e os guardas. Os dois primeiros lhe fazem visitas constantes para torturá-la em busca de uma resposta: onde estão certos documentos. Por mais que ela tenha o que eles querem, ela não os entrega porque não pode desistir dela. Ela não pode desistir do que ela se tornou hoje, do que ela foi um dia e do que ela pode se tornar se conseguir mudar o ontem.

Marina é uma adolescente fútil que só se importa com o seu melhor amigo. Ou melhor, aquele que ela quer que seja mais do que um amigo. Cercada por pessoas falsas, ele é o centro de seu mundo e ela não importa com o quê precisa fazer para fazê-lo se sentir bem e especial. Um dia ele lhe convida para um evento importante do trabalho de seu irmão, mas a noite acaba sendo um fracasso por diversos motivos. É a partir daí que Marina se vê ainda mais responsável pelo amigo, porém ela ainda não sabe a grande responsabilidade que tem em mãos.

"Deve parecer tranquilo do lado de fora, mas meu interior está uma algazarra."

A escrita de Cristin Terrill é clara, profunda e detalhada na medida certa, que ela conseguiu, a todo momento, fazer o leitor sentir como cada personagem. Todas as nossas dúvidas são respondidas, a autora nos permite ligar alguns pontos durante a leitura.

"O tempo está vindo nos pegar, está vindo depressa."

 Narrado em primeira pessoa por Marina e Em, Todos os Nossos Ontens possui capítulos alternados pelas duas que fazem despertam momentos de felicidade e angústia a cada página e, quando uma descoberta é feita, não consegue se decidir entre ficar empolgado por descobrir algo ou ficar preocupado por isso ser verdade. A forma como Cristin Terril criou essa história é admirável e é ainda mais fascinante a forma como ela nos apresenta tudo. A teoria sobre o tempo de uma forma inovadora e, principalmente, o porquê e como ela foi criada são aspectos que tornam o enredo ainda mais completo.

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