A importância da leitura na nossa vida, a necessidade
de se cultivar o hábito de leitura entre crianças e jovens, bem como o papel da
escola na formação de leitores competentes, são questões frequentemente
discutidas. No bojo dessa discussão, destacam-se questões como: O que é ler? Para
que ler? Como ler? Essas perguntas poderão ser respondidas de diferentes modos.
E as respostas dependerão dos seguintes pontos de vista.
A língua como representação do pensamento. Neste
sentido a leitura é entendida como a atividade de captação das ideias do autor,
sem se levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor.
Língua como estrutura ou como código. Nesta concepção,
o texto é visto como simples produto de codificação e decodificação de um
emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o
conhecimento do código utilizado.
Língua como interação autor-texto-leitor. Os sujeitos
são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que – dialogicamente –
se constroem e são construídos no texto.
Nessa perspectiva, a leitura é uma atividade na qual
se leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor; e exige do
leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que o texto
não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um
receptor passivo.
FATORES DE
COMPREENSÃO DA LEITURA
A leitura envolve a integração de múltiplos fatores
relacionados à experiência do indivíduo, habilidades e funcionamento neurológico.
O ato de ler compreende desde a decodificação dos símbolos gráficos até a
análise reflexiva de seu conteúdo. A compreensão de um texto não se resume à
capacidade de memória, mas também à capacidade de inferir fatos que não são
apresentados explicitamente no texto.
A compreensão em leitura implica a criação de uma
representação mental coerente do texto. Entretanto, a criação dessa estrutura
mental pode ser prejudicada por inúmeros aspectos, entre eles a falta de
conhecimento prévio sobre o assunto do texto e a falta de familiaridade com o
código escrito, entretanto, mesmo que o leitor tenha familiaridade com o código
escrito, mesmo que conheça o gênero textual, que possua conhecimento prévio
sobre o assunto, ainda assim a compreensão não está garantida. É necessário que
o leitor tenha uma atitude ativa de cooperação para a construção da estrutura,
a fim de que seja capaz de fazer as devidas inferências, de identificar ironias
e, principalmente, de aprender através da leitura.
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