É importante ao abordar esse
tema, falar sobre a ponte entre o mercado de trabalho e o mundo acadêmico (os
estudos).
Inicialmente, é interessante
abordar o precário acesso à informação, sobretudo, as formas legais de iniciar
o primeiro emprego. A Lei Aprendiz Legal dá a oportunidade a centenas de
jovens, mas infelizmente é pouco reconhecida pelos próprios. A formalização do
trabalho é um passo importante para que o jovem tenha garantias de jornada,
remuneração e atividades reguladas.
Outro ponto necessário neste
tema é que as oportunidades (empregos, educação) são desigualmente
distribuídas, o que corta a independência e autonomia do jovem rumo a vida
remunerada. Com isso, temos o surgimento dos jovens que não buscam emprego nem
estudam (a famosa geração “nem-nem”). Esse grupo nos países de capitalismo
selvagem, é uma verdadeira bomba-relógio, em termos sociais, de potencial criminalidade
e de violência. Por quê? Porque os fatores negativos começam a se somar (não
estuda, não trabalha, não procura emprego, não tem família, não tem projeto de
vida...). Se a isso se juntam más companhias, uso de drogas, convites do crime
organizado, intensa propaganda para o consumismo, famílias desestruturadas
etc., dificilmente esse jovem escapa da criminalidade. Milhões de jovens,
teoricamente, estão na fila da criminalidade devido a falta de educação e
emprego. Como consequência, a longo prazo, a população economicamente ativa irá
diminuir (envelhecer) e, paralelamente, teremos uma ameaça ao crescimento
econômico no país.
Outro ponto é que um dos
motivos de termos tantos jovens incluídos nessa geração é a falta de motivação
interna. Nesse perfil, encontram-se principalmente as mulheres casadas e com
filhos pequenos, vivendo sob normas sociais que reforçam seu papel de
cuidadoras e restringem suas oportunidades econômicas.
A escola também influencia
nesse sentido, pois ela não é somente um espaço de ensino-aprendizagem, mas é
também um espaço de socialização fundamental para a juventude. As escolas se
parecem mais com cursinhos pré-vestibulares, onde só se oferece um treinamento
para passar no Enem ou vestibular. Os
conteúdos são muito distantes da vida dos jovens.
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