Pesquisar este blog

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Erros que devem ser evitados na Redação


Dominar o assunto da proposta pode te trazer muita confiança, mas alguns erros podem prejudicar bastante a sua pontuação, te deixando distante do sonho de passar no curso que você almeja.


Abaixo, segue uma lista de 10 erros comuns que não se pode cometer na redação:

1. MARCAS DE ORALIDADE

É uma tendência comum colocar em nosso discurso escrito aquilo que cotidianamente proferimos, por exemplo, expressões coloquiais como “fulano não é flor que se cheire”.

Mas, afinal, o que significa não ser “flor que cheire”?

Essa expressão é um tanto abstrata, não adequada, portanto, para o gênero dissertativo-argumentativo cobrado no Enem. Há, ainda, quem na hora da escrita pergunta ao leitor se este concorda: “?” Bom, não pode! Existem formas de transformar expressões subjetivas da língua e torná-las concretas, além das estratégias para não dialogar diretamente com aquele que lê.

As marcas de oralidade demonstram a não compreensão de que este é um gênero impessoal. Não se deve pressupor que o leitor (neste caso, universal) irá compreender determinados modismos da língua falada. Por isso, espera-se a adequação do texto aos moldes da norma padrão, à qual todos, pressupomos, deveriam ter acesso e entendimento. Então, é importante evitar:

INTERJEIÇÕES

As interjeições expressam sentimentos e emoções por meio das palavras, justamente as características que são inadequadas ao gênero em questão. Evite demonstrar ao leitor que você sente alegria, alívio, desejo ou reprovação por algo. Descarte, inclusive, palavras que denotam o sentimento, como dizer “infelizmente”, “dolorosamente”, ou generalizações, como “inegavelmente” e “definitivamente”. Aquilo que é uma lástima para você, doloroso demais, que não se pode negar ou que é definitivo, pode não ser para outra pessoa. Pense nisso e tenha atenção.

VERBOS NO MODO IMPERATIVO

Lembre: é inadequado conversar diretamente com o leitor.
O imperativo verbal expressa o desejo ou ordem do interlocutor ao cumprimento de uma ação. Pode ser, também, um pedido, um convite ou uma súplica. Não se deve fazer nada disso na redação. Seu papel é convencer o leitor com seus argumentos, não exprimindo o comando de uma ação. Dessa forma, observe a conjugação verbal na hora de escrever e não dialogue com o leitor diretamente.

EXPRESSÕES COLOQUIAIS

Ao conversar com amigos, geralmente usamos algumas expressões abstratas para representar um pensamento, consequentemente, reproduzimos isso na escrita. Dessa forma, comece a praticar a tentativa de transformar essas expressões informais em colocações claras, concretas e formais. Veja os exemplos:

Não ser “flor que se cheire” = Não ser confiável ou honesto.
Algo “pegou mal” = Algo passou uma impressão errada, gerou embaraço ou foi desagradável.
Deixar “rolar” = Permitir que continua acontecendo, não impedir que algo tome seu curso natural.
Pegar no pé” = Importunar, ser insistente.
Ter um “ganha pão” = Renda fixa, forma de sustento.
Quebrar um galho” = Improviso para resolver uma situação.

2. GERÚNDIO

O uso do gerúndio é frequentemente cobrado como erro na redação.

Isso acontece ou porque geralmente usamos essa forma nominal do verbo para não cometer algum erro, fenômeno conhecido como hipercorreção, ou por não sabermos modalizar o discurso para evitá-lo. Além disso, o gerúndio indica uma ação ainda em ocorrência, portanto, pouco prática para as ideias que usualmente apresentamos na redação.

É importante dizer que o gerúndio faz parte da nossa língua, não há problema algum em usá-lo, desde que não seja um uso exagerado. Quando isso acontece, é considerado um vício de linguagem, por isso, passível à perda de pontos. Para aqueles casos em que insistentemente você se vê usando o gerúndio na redação, separamos algumas dicas. Assim, você não irá correr o risco de ser penalizado!
Há três formas muito básicas de “reverter” o uso do gerúndio na redação.

Veja abaixo:

A POPULAÇÃO NÃO POSSUI BENEFÍCIOS EXPRESSIVOS, FAZENDO COM QUE OPTEM POR EMPRÉSTIMOS.
A POPULAÇÃO NÃO POSSUI BENEFÍCIOS EXPRESSIVOS, O QUE FAZ COM QUE OPTEM POR EMPRÉSTIMOS.

PARA QUE ESSA REALIDADE POSSA ESTAR MUDANDO, O GOVERNO DEVE IMPLANTAR MEDIDAS EMERGENCIAIS.
PARA QUE ESSA REALIDADE MUDE, O GOVERNO DEVE IMPLANTAR ME- DIDAS EMERGENCIAIS.

AS AUTORIDADES VÃO ESTAR PESQUISANDO ESTRATÉGIAS PARA MODIFICAR O CENÁRIO.
AS AUTORIDADES VÃO PESQUISAR / PESQUISARÃO ESTRATÉGIAS PARA MODIFICAR O CENÁRIO.

Mudar o verbo no gerúndio por outro cuja conjugação exprime uma ideia concreta (e não em processo) ou modalizar o discurso para adequar a expressão ajuda o seu texto a não ficará preso aos modismos linguísticos. Consequentemente, você não perderá pontos pelo uso inadequado.

3. REPETIÇÕES DE PALAVRAS

Você costuma ficar sem estratégias para variar certas palavras na hora de escrever um texto?

No Enem, o candidato que insistentemente repete palavras ao longo do texto perde pontos na competência 4, que avalia a capacidade deste aluno em selecionar sinônimos e fazer retomadas.

POR QUE AS REPETIÇÕES DEVEM SER EVITADAS?

As repetições na redação são muitas vezes inadequadas porque tornam a leitura cansativa e passam a impressão de que seu repertório vocabular é limitado.

VEJA O EXEMPLO:

Muitos deixam de seguir a carreira que realmente amam por acreditarem que a carreira certa é aquela cuja remuneração tende a ser mais alta. Escolher uma carreira com esse pensamento faz com que muitos passem a vida frustrados com a escolha.

Percebem como a repetição das palavras empobrece o texto? O corretor poderia pensar que esse aluno desconhece a possibilidade de usar sinônimos para “carreira”, como as palavras profissão, ocupação, serviço, entre outras.

Já no caso do verbo “escolher” e do substantivo “escolha”, por estarem na mesma frase e uma derivar da outra, sonoramente fica repetitivo, mesmo que não sejam exatamente a mesma palavra.

Agora observe como seria possível fazer as substituições no exemplo:

Muitos deixam de seguir a carreira que realmente amam por acreditarem que a profissão certa é aquela cuja remuneração tende a ser mais alta. Escolher um ofício com esse pensamento faz com que muitos passem a vida frustrados com a opção feita.

Muito melhor, né? Além disso, demonstra como você é capaz de escolher um termo correspondente para que a leitura não fique cansativa, massante.

Quando não souber uma palavra para substituir, seguem algumas estratégias para ajudar.

SUBSTITUA POR PRONOMES

Há pronomes pessoais, demonstrativos, indefinidos, adverbiais, relativos ou numerais. Por exemplo:

Os funcionários estavam muito descontentes, por isso o gestor chamou-lhes para uma reunião.

O pronome pessoal “lhes” substitui “os funcionários”, evitando, assim, a repetição.

Outro exemplo:

Os alunos reclamavam dos materiais insuficientes, banheiros precários e cadeiras quebradas. Tudo isso foi repassado à prefeitura, mas nada foi feito para resolver.

O pronome demonstrativo “isso” retoma os problemas anteriormente citados, “materiais insuficientes, banheiros precários e cadeiras quebradas”, para que não seja preciso dizê-los novamente.

VOCÊ PODE, AINDA, SUBSTITUIR POR PALAVRAS MAIS GENÉRICAS ALGO QUE FOR ESPECÍFICO OU O CONTRÁRIO, UM TERMO ESPECÍFICO PARA ASSOCIAR AO QUE FOR MAIS AMPLO.

Veja outro exemplo:

Na casa havia girassóis, rosas, hortênsias e margaridas. Mas, infelizmente, as flores morreram quando a moradora foi embora.

Girassóis, rosas, hortênsias e margaridas são espécies específicas de flores.
Para não citar cada uma delas novamente, só diga flores mesmo e tá tudo certo!

A ÚLTIMA, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE, DICA É: CRIE O HÁBITO DE PROCURAR SINÔNIMOS.

Quanto mais você gravar, mais fácil vai ficar de substituir na hora da escrita.

4. DEIXAR A DESEJAR NA NORMA CULTA

A avaliação da norma culta na redação passa por níveis de cobrança diferentes de acordo com o erro cometido. Algumas dessas dicas podem ser fundamentais para perda de pontos na competência 1. Confira:

ESTUDE VÍRGULA

Um erro muito comum diz respeito ao uso da vírgula. Aprendemos sobre ela durante todo o percurso escolar, mas ela ainda é a “pedra no sapato” de muita gente na hora de escrever. Sem contar que algumas orientações erradas podem ser internalizadas por muito tempo, como aquela falsa regra de “colocar a vírgula sempre que você parar para respirar durante a leitura”. Imagine se essa regra fosse verdadeira? Ela iria variar entre pessoas com mais ou menos fôlego, não é?! Bom, não é assim que funciona.

ESTUDE CRASE

Reconhecemos que o uso da crase não é fácil. Envolve uma série de normas e exceções. Ok! Mas ela é necessária, inclusive por motivos de clareza, então, compreender as regras é fundamental. Errar crase pode comprometer sua nota na competência que avalia norma culta assim como a de coesão e coerência.

REVISE PALAVRA POR PALAVRA PARA ACHAR AS QUE FALTAM ACENTO

Nem sempre temos dúvidas quanto à acentuação, mas erramos por falta de atenção! A dica é que você sempre volte em palavra por palavra, tendo um cuidado específico de observar se em alguma delas falta o acento.

ESTUDE AS REGRAS DE USO DO HÍFEN

Já tínhamos dificuldade para usar o hífen, aí veio o Novo Acordo Ortográfico e… bom, continuamos não sabendo como usá-lo. Mas é preciso correr atrás e entender, afinal, ele será cobrado.

ESTUDE CONCORDÂNCIA

São tantas as regras e exceções de concordância, que unidades inteiras costumam ser destinadas ao ensino dela na gramática tradicional! Mas vale a pena e é necessário investir na leitura sobre ela, afinal, além de comprometer sintaticamente as orações, errar concordância empobrece o texto e passa uma impressão ruim ao corretor. Atente-se a isso!

PESQUISE CURIOSIDADES DA LÍNGUA

Além de ser divertido, essa é uma forma de internalizar regras importantes da língua. Por exemplo: você sabia que a palavra “quaisquer” é a única no português que forma plural no meio? Agora que já sabe, não corre o risco de errá-la quando precisar usar no texto.

ACOMPANHE MÍDIAS SOCIAIS QUE POSTEM DICAS DE GRAMÁTICA

Estamos constantemente checando as redes sociais. Aquela fugidinha rápida dos estudos não precisa significar deixar completamente de lado o momento de aprendizagem. Basta seguir alguma página que poste dicas de gramática.

ESCREVA

A escrita é uma forma de praticar a ortografia correta, a acentuação, a pontuação e a organização sintática das orações. Portanto, mão na massa! Crie o hábito de escrever sempre, mesmo as mais básicas anotações.

FAÇA UM DIAGNÓSTICO DE SUAS DIFICULDADES

Com a prática da escrita você irá perceber em quais tópicos gramaticais têm mais dificuldade e poderá, então, dedicar-se ao estudo deles. Seja seu próprio avaliador. Isso é importante palavra que você mesmo tenha a capacidade de direcionar o que é prioridade de estudo para enriquecer sua compreensão gramatical.

LEIA BASTANTE

Essa dica é essencial e muito importante: a leitura nos ajuda a internalizar regras de norma culta. Ela é necessária para várias áreas do estudo de redação, inclusive a gramatical. Ler palavras escritas e acentuadas corretamente, por exemplo, nos faz reproduzi-las automaticamente com excelência!

5. DEIXAR DE SE ADEQUAR AO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigência no dia 1º de janeiro de 2016, mas ainda existem vários alunos que não se adequaram a nova forma. Qual tal finalmente sanar esse problema?

ALFABETO

Agora o alfabeto é formado por 26 letras. O ‘k”, “w” e “y” não eram considerados letras, mas foram incorporados no novo acordo ortográfico.

ACENTO AGUDO

As paroxítonas (penúltima sílaba tônica) com ditongos abertos “ei”, “oi” perdem o acento. Veja alguns exemplos:
ANTES: estréia, idéia, paranóico, assembléia, geléia, jibóia, heróico, coréia.
DEPOIS: estreia, ideia, paranoico, assembleia, geleia, jiboia, heroico, coreia.

IMPORTANTE:
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua.
Exemplos: Herói, constrói, dói, papéis.
No ditongo aberto “eu” o acento também continua.
Exemplos: Chapéu, véu, céu, ilhéu.

TREMA

Com o novo acordo ortográfico o trema deixou de existir na língua portuguesa.
Veja alguns exemplos:
ANTES: agüentar, freqüente, lingüiça, conseqüência.
DEPOIS: aguentar, frequente, linguiça, consequência.

IMPORTANTE: O trema continua sendo usado em nomes próprios. Exemplos: Bündchen, Müller etc.

ACENTO CIRCUNFLEXO

O acento circunflexo dos hiatos “oo” e “ee” foram eliminados. Veja alguns exemplos:
ANTES: enjôo, vôo, perdôo, corôo, dêem, lêem, relêem, crêem.
DEPOIS: enjoo, voo, perdoo, coroo, deem, leem, releem, creem.

ACENTO DIFERENCIAL

O acento usado em palavras homógrafas (grafia igual, mas pronúncia e significado diferente) sai no novo acordo ortográfico. Veja alguns exemplos:
ANTES: pára, pêlo, pólo, péla.
DEPOIS: para, pelo, polo, pela.

IMPORTANTE: O acento diferencial permanece no verbo “poder” (3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo: “pôde”) e no verbo “pôr” para diferenciar da preposição “por”.

“I” E “U” TÔNICOS

– Não se acentua mais o “i” e “u” tônicos de palavras paroxítonas precedidas de ditongo. Veja alguns exemplos:
ANTES: baiúca, feiúra.
DEPOIS: baiuca, feiura.

HÍFEN

– O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos terminados em vogal + palavras iniciadas por “r” ou “s” (estas deverão ser dobradas).

Veja alguns exemplos:
ANTES: ante-sala, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, ultra-sonografia, supra-renal, supra-sensível.
DEPOIS: antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível.

IMPORTANTE: Em prefixos terminados por “r” o hífen permanece se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra.
Exemplo: Hiper-realista, inter-racial, super-realista, super-resistente etc.

– O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal. Veja alguns exemplos:
ANTES: auto-afirmação, auto-escola, auto-estrada, contra-exemplo, extra-escolar, infra-estrutura, semi-automático, ultra-elevado.
DEPOIS: autoafirmação, autoescola, autoestrada, contraexemplo, extraescolar, infraestrutura, semiautomático, ultraelevado.

IMPORTANTE: Esta nova regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: “anti-herói”, “anti-higiênico”, “extra-humano” etc. Com o novo acordo é utilizado hífen quando a palavra é formada por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. Veja alguns exemplos:
ANTES: antiinflamatório, arquiinimigo, microondas, microônibus, microorgânico.
DEPOIS: anti-inflamatório, arqui-inimigo, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico.

HÍFEN EM LOCUÇÕES

O hífen não é mais utilizado em locuções. Veja alguns exemplos:
ANTES: cão-de-guarda, dia-a-dia, sala-de-jantar, cor-de-vinho.
DEPOIS: cão de guarda, dia a dia, sala de jantar, cor de vinho.

PALAVRAS COMPOSTAS

Não é usado hífen em compostos que perdeu a noção de composição. Veja alguns exemplos:
ANTES: manda-chuva, pára-quedas, pára-lama.
DEPOIS: mandachuva, paraquedas, paralama.

6. MAU USO DE PREPOSIÇÕES

Constantemente somos cobrados quanto ao uso das preposições, mas, afinal, você sabe o que elas são? Sabe quais são elas?

DEFINIÇÃO

É uma palavra invariável, ou seja, não flexiona em gênero e número. A função das preposições é estabelecer ligações entre palavras, estabelecendo relações de sentido.

Quando dizemos “Este é o carro de Carlos”, a preposição “de” estabelece uma relação de sentido = posse. O carro pertence a Carlos.

HÁ DOIS TIPOS DE PREPOSIÇÃO:

Essenciais: unicamente classificadas como preposição. São elas: a, com, em, por, ante, contra, entre, sem, após, de, para, sob, até, desde, perante, sobre.
Acidentais: vem de outras classes gramaticais, mas assumem, eventualmente, o papel de preposição. São elas: como, conforte, durante, fora, mediante, segundo, senão, visto.

Importante: existem as locuções prepositivas. Veja exemplos: abaixo de, atrás de, acima de, por causa de, ao lado de, defronte a, de acordo com, até a, perto de
Há, também, a contração de vocábulos:
em + as = nas
por + os = pelos
de + as = das

As preposições têm seus valores de sentidos. Abaixo, listamos quais são eles e alguns exemplos práticos. Confira:
A = lugar (Foram ao teatro), modo (Eles andaram a cavalo), distância (Mora a 2km da quadra onde joga), tempo(Daqui a pouco iremos embora).

COM = causa (Foi dispensado, com isso, vendeu o carro), companhia (Saiu com a mãe ontem), instrumento (Passou a camisa com o ferro), modo (Falava com propriedade sobre o assunto), oposição (Amanda competirá com Ana pela vaga).

DE = lugar (Eles ainda não voltaram da escola), causa (Desistiu da corrida, pois morria de sede), tempo (De noite, ligou para o filho), assunto (Sempre que nos encontramos, falamos do passado).

EM = lugar (Mora em uma cobertura maravilhosa), tempo (Me chama em cinco minutos), modo (Estávamos em reunião quando fomos chamados).

PARA = finalidade (Comprou as carnes para o churrasco), lugar (destino) (Foi para o Nordeste nas férias).

POR = lugar (por onde) (O ônibus passa por lugares bonitos), tempo (Ele dirigiu por doze horas), causa (Escolheram ela por ser mais estudiosa).

SOBRE = assunto (Não gostava de falar sobre religião), lugar (A telha caiu sobre o carro).

AS PREPOSIÇÕES SÃO FUNDAMENTAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE FRASES, INCLUSIVE GRAÇAS À CAPACIDADE QUE TÊM DE MUDAR SENTIDOS QUANDO USADAS DE FORMA INCORRETA. PORTANTO, TENHA ATENÇÃO.

Elas estão, consequentemente, ligadas à questão da regência, já que complementam os sentidos exigidos por verbos e nomes.

7. ERRAR NA REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Você costuma errar a crase? Já estudou todas as regras e mesmo assim continua sendo cobrado quanto ao erro? Muito provavelmente seu problema está na compreensão da regência verbal e nominal.

O QUE É REGÊNCIA?

A regência é uma relação de interdependência entre termos para que tenham um sentido específico e completo. Quando um termo regente tem sentido incompleto, ele necessita de um complemento, que, portanto, será o termo regido. Entenda:

QUANDO ALGUÉM DIZ “AS ESTRATÉGIAS…” ESPERA-SE QUE ELE COMPLETE A IDEIA. ESTRATÉGIAS DE QUÊ?

“Afinal, as estratégias de ensino e de produção de texto devem ser pensa- das de forma criativa pelos educadores?”

A palavra “estratégia” é um substantivo, portanto, a regência aqui é NOMINAL. CONSIDERANDO A FALA “ELE VAI USAR…” ESPERA-SE O COMPLEMENTO:

USAR O QUÊ?

“Além disso, ele vai usar as estratégias que aprendeu na graduação.”
Neste caso, “usar” é um verbo. Assim, a regência aqui é VERBAL.

Você percebeu que a relação entre termo regente e termo regido é estabelecida por uma preposição? Por isso é importante que você conheça as preposições exigidas pelos nomes e verbos mais usados. Isso é possível gravar com o tempo e no dia a dia, com a prática da leitura. Veja alguns exemplos:
adepto de
ansioso por, para
benéfico a, para
composto por, de
desprezo a, por
favorável a
união com, entre, a
acreditar em
obedecer a
visar a
agradar a

REGÊNCIA VERBAL E SUAS ESPECIFICIDADES

TRANSITIVOS DIRETOS:

Quando o verbo é transitivo direto, isso significa que não é necessário uma preposição para estabelecer a regência. O objeto que vem depois é, portanto, direto. Para saber se objeto é direto, pergunte “o quê” e “quem”. O elemento que sofre a ação verbal só deverá vir acompanhado do artigo, se preciso for.
“Ele fez o trabalho com antecedência, por isso tirou nota boa.”
“Ela quer um acessório novo.”
“Todos escolheram comer o pastel.”

TRANSITIVOS INDIRETOS:

Quando o verbo é transitivo indireto, isso significa que é obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a regência. O objeto que vem depois é, portanto, direto. Para saber se objeto é indireto, pergunte “de quê”, “para quê”, “de quem”, “para quem” ou “em quem”. O elemento que sofre a ação verbal deverá vir acompanhado da preposição e, em seguida, o artigo, se preciso for.

“Ele afirmou não se lembrar da conversa.” (de = preposição + a = artigo de “conversa”)

“A menina não respondeu à pergunta de forma clara.” (a = preposição + a = artigo de “pergunta” = à)

As preposições usadas nos casos da regência verbal podem aparecer na sua forma simples e também contraídas, ou seja, formadas junto aos artigos e pronomes.

Exemplos de preposições: a, ante, até, após, de, desde, em, entre, com, contra, para, por, perante, sem, sobre e sob.

Exemplos de contração de preposições: à, ao, do (de + o), das (de + as), destes (de + estes), no (em + o), numa (em + uma), pela (por + ela).

8. FALTA DE COESÃO: ANÁFORA E CATÁFORA

Para que a experiência do leitor com o seu texto seja feita de forma plena, é preciso garantir que haja coesão. A coesão é cobrada de forma criteriosa na competência IV do Enem, que exige do aluno: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Dentro desta competência, uma importante orientação é para que o candidato saiba fazer retomadas. Ou seja, referenciar termos, pessoas, coisas, lugares e fatos à medida que o texto vai progredindo.

Há inúmeras formas de retomar. Hoje você irá entender melhor o uso dos pronomes anafóricos e catafóricos.

A ANÁFORA FAZ REFERÊNCIA A UM TERMO CITADO ANTERIORMENTE.

Exemplos.:
“O presidente recusou-se a falar com a imprensa. Criticá-lo apenas fez com que a comunicação fosse prejudicada.”
O “lo” retoma “o presidente”.
“O Brasil é o segundo maior importador de azeite. O produto é comumente
utilizado na culinária do país.”
“O produto” retoma e substitui a palavra “azeite”.
“Mesmo com a economia prejudicada, o que não para de crescer é a indústria
da beleza. Esta ainda se mantém projetando crescimentos exorbitantes.”
O pronome “esta” retoma “indústria da beleza”.

A CATÁFORA FAZ REFERÊNCIA A UM TERMO QUE SERÁ CITADO POSTERIORMENTE.

Exemplos.:
“A reação da sociedade mediante a um possível novo aumento dos preços quer dizer isto: indignação.”
O pronome demonstrativo “isto” referencia o termo “indignação”.
“E lá estava ela, instaurando-se silenciosamente: a maior crise hídrica da história.”
O pronome “ela” faz referência catafórica a “a maior crise hídrica”.

Para resumir, agora você saberá definir que quando precisar fazer uma referência a um termo citado anteriormente, estará fazendo anáfora. Quando o termo ainda for aparecer, você estará fazendo catáfora.

9. NÃO UTILIZAR LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Apesar de o uso de maiúsculas e minúsculas ser algo básico da formação de qualquer indivíduo alfabetizado, algumas dúvidas podem surgir na hora da escrita, afinal, convencionou-se muitas regras.

CASOS EM QUE USAMOS LETRA MINÚSCULA:

Dias da semana, meses e estações do ano: dezembro, inverno, sexta-feira.

Pontos cardeais (coordenadas): norte, sul, leste, oeste.

Obs.: quando os pontos cardeais representam uma região, deve ser escrita com letra maiúscula. Exemplo. Morava no Nordeste, mas mudou-se para o Sul.
Nomes comuns que acompanham termos geográficos: rio Amazonas, oceano
Índico.
Palavras que indicam nacionalidade: brasileiro, norte-americano, indiano.
Palavras compostas, mesmo que formadas por nomes próprios: banho-maria, joão-de-barro.

CASOS EM QUE USAMOS LETRA MAIÚSCULA:

Nomes próprios, reais ou fictícios: Capitu, Macunaíma, Ana Clara, José.
Nomes de países, cidades e estados: Brasil, Rio de Janeiro, Espírito Santo.
Nomes de instituições. Exemplos: Colégio Batista Mineiro, Instituto Paulo Freire.
Nomes de datas comemorativas: Natal, Ano Novo, Páscoa.
Siglas, símbolos ou abreviaturas: ONU, OMS, SUS, Srta., V. Ex.ª.
Fatos ou eras históricas: Ditadura Militar, Primavera Árabe, Primeira Guerra
Mundial, Idade Média.
Na palavra Estado, como sinônimo de país.
No começo da citação de um autor. Thomas Hobbes afirmava que “O homem é o lobo do homem”.
Nomes de eventos: “…acontecerá na Feira Cultural”.
Nomes de leis: Lei Maria da Penha.

Casos optativos:
Nomes de ruas ou lugares importantes: rua ou Rua das Rosas, palácio ou Palácio da Alvorada.
Nomes de disciplinas: matemática, Português, biologia, Geografia.

10. ESQUECER DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA

É comum que de vez em quando nos esqueçamos de acentuar as palavras.
Além disso, principalmente depois da última Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, na qual algumas regras mudaram, muitas dúvidas surgem quanto à acentuação.

Esquecer um acento pode comprometer o sentido de uma palavra, consequentemente a coesão textual, levando ao desconto de pontos na competência I da redação. Por isso é tão importante acentuar corretamente.

Para começar, precisamos garantir que você saiba quando uma palavra é oxítona, paroxítona ou proparoxítona.

Em todas as palavras, há uma sílaba que é pronunciada com maior força e intensidade. Ela é chamada de sílaba tônica.

Quando a última sílaba é a mais forte, a palavra é oxítona.
Quando a penúltima sílaba é a mais forte, a palavra é paroxítona.
Quando a antepenúltima sílaba é a mais forte, a palavra é proparoxítona.
Agora, vamos às regras de acentuação:

1) PALAVRAS OXÍTONAS QUE TERMINAM EM A(S), E(S), O(S), EM E ENS OU EM DITONGOS ABERTOS, COMO ÉI(S), ÉU(S) E ÓI(S) DEVEM RECEBER O ACENTO.

Exemplos: Amapá, canapé, jiló, armazém, reféns, papéis, troféus, lençóis.

2) PALAVRAS PAROXÍTONAS QUE TERMINAM EM L, I(S), N, U(S), R, X, PS, Ã(A), ÃO(S), UM E UNS OU EM DITONGOS CRESCENTES (SEGUIDOS DE “S” OU NÃO) DEVEM SER ACENTUADAS.

Exemplos: Notável, tênis, pólen, bônus, repórter, tórax, bíceps, ímã, sótão, fórum, álbuns.

3) TODAS AS PROPAROXÍTONAS SÃO ACENTUADAS!

Exemplos: Matemática, trânsito, farmacêutico, estético, pálido, México.

4) AS VOGAIS I E U QUANDO FOREM TÔNICOS (SEGUIDOS OU NÃO DE  “S”) E FORMAREM HIATO COM A VOGAL ANTERIOR, DESDE QUE NÃO SEJAM SEGUIDOS POR “-NH”, DEVERÃO RECEBER O ACENTO.

Exemplos: Juízo, Luís, cafeína, raízes, saída, egoísta.

5) NÃO HÁ MAIS TREMA NAS PALAVRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA.

USA-SE APENAS EM NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS, COMO MÜLLER E BÜNDCHEN.

6) O ACENTO DIFERENCIAL NÃO É MAIS NECESSÁRIO PARA AS PALAVRAS HOMÓGRAFAS, SALVO PARA OS VERBOS “PODER” E “PÔR”. ENTENDA:

“Ele não pôde vir ontem, mas pode vir amanhã.” > (Para diferenciar Presente e Pretérito Perfeito).

“O ideal é pôr a camisa por cima da outra.” > (Para diferenciar o verbo da preposição).

Não é tão difícil quanto parece, basta praticar e conferir sempre. Use este material como apoio na hora de escrever a redação e não perca pontos de bobeira, hein?

Nenhum comentário:

Postar um comentário