Dominar o assunto da proposta pode te trazer muita confiança, mas alguns
erros podem prejudicar bastante a sua pontuação, te deixando distante do sonho
de passar no curso que você almeja.
Abaixo, segue uma lista de 10 erros comuns que não se
pode cometer na redação:
1. MARCAS DE
ORALIDADE
É uma tendência comum colocar em nosso discurso escrito aquilo que
cotidianamente proferimos, por exemplo, expressões coloquiais como “fulano não
é flor que se cheire”.
Mas, afinal, o que significa não ser “flor que cheire”?
Essa expressão é um tanto abstrata, não adequada, portanto, para o
gênero dissertativo-argumentativo cobrado no Enem. Há, ainda, quem na hora da
escrita pergunta ao leitor se este concorda: “né?”
Bom, não pode! Existem formas de transformar expressões subjetivas da língua e
torná-las concretas, além das estratégias para não dialogar diretamente com aquele
que lê.
As marcas de oralidade demonstram a não compreensão de que este é um
gênero impessoal. Não se deve pressupor que o leitor (neste caso, universal)
irá compreender determinados modismos da língua falada. Por isso, espera-se a
adequação do texto aos moldes da norma padrão, à qual todos, pressupomos,
deveriam ter acesso e entendimento. Então, é importante evitar:
INTERJEIÇÕES
As interjeições expressam sentimentos e emoções por meio das palavras, justamente
as características que são inadequadas ao gênero em questão. Evite demonstrar
ao leitor que você sente alegria, alívio, desejo ou reprovação por algo.
Descarte, inclusive, palavras que denotam o sentimento, como dizer
“infelizmente”, “dolorosamente”, ou generalizações, como “inegavelmente” e
“definitivamente”. Aquilo que é uma lástima para você, doloroso demais, que não
se pode negar ou que é definitivo, pode não ser para outra pessoa. Pense nisso
e tenha atenção.
VERBOS NO MODO IMPERATIVO
Lembre: é inadequado conversar diretamente com o leitor.
O imperativo verbal expressa o desejo ou ordem do interlocutor ao
cumprimento de uma ação. Pode ser, também, um pedido, um convite ou uma súplica.
Não se deve fazer nada disso na redação. Seu papel é convencer o leitor com seus
argumentos, não exprimindo o comando de uma ação. Dessa forma, observe a
conjugação verbal na hora de escrever e não dialogue com o leitor diretamente.
EXPRESSÕES COLOQUIAIS
Ao conversar com amigos, geralmente usamos algumas expressões abstratas para
representar um pensamento, consequentemente, reproduzimos isso na escrita.
Dessa forma, comece a praticar a tentativa de transformar essas expressões
informais em colocações claras, concretas e formais. Veja os exemplos:
• Não ser “flor que se cheire” = Não ser confiável ou honesto.
• Algo “pegou mal” = Algo passou uma impressão errada, gerou
embaraço ou foi desagradável.
• Deixar “rolar” = Permitir que continua acontecendo, não impedir
que algo tome seu curso natural.
• “Pegar no pé” = Importunar, ser insistente.
• Ter um “ganha pão” = Renda fixa, forma de sustento.
• “Quebrar um galho” = Improviso para resolver uma
situação.
2. GERÚNDIO
O uso do gerúndio é frequentemente cobrado como erro na redação.
Isso acontece ou porque geralmente usamos essa forma nominal do verbo para
não cometer algum erro, fenômeno conhecido como hipercorreção, ou por não
sabermos modalizar o discurso para evitá-lo. Além disso, o gerúndio indica uma
ação ainda em ocorrência, portanto, pouco prática para as ideias que usualmente
apresentamos na redação.
É importante dizer que o gerúndio faz parte da nossa língua, não há
problema algum em usá-lo, desde que não seja um uso exagerado. Quando isso
acontece, é considerado um vício de linguagem, por isso, passível à perda de
pontos. Para aqueles casos em que insistentemente você se vê usando o gerúndio
na redação, separamos algumas dicas. Assim, você não irá correr o risco de ser
penalizado!
Há três formas muito básicas de “reverter” o uso do gerúndio na redação.
Veja abaixo:
• A POPULAÇÃO NÃO
POSSUI BENEFÍCIOS EXPRESSIVOS, FAZENDO COM QUE OPTEM POR EMPRÉSTIMOS.
► A POPULAÇÃO NÃO
POSSUI BENEFÍCIOS EXPRESSIVOS, O QUE FAZ COM QUE OPTEM POR EMPRÉSTIMOS.
• PARA QUE ESSA
REALIDADE POSSA ESTAR MUDANDO, O GOVERNO DEVE IMPLANTAR MEDIDAS
EMERGENCIAIS.
► PARA QUE ESSA REALIDADE MUDE, O GOVERNO DEVE
IMPLANTAR ME- DIDAS EMERGENCIAIS.
• AS AUTORIDADES VÃO
ESTAR PESQUISANDO ESTRATÉGIAS PARA MODIFICAR O CENÁRIO.
► AS AUTORIDADES VÃO
PESQUISAR / PESQUISARÃO ESTRATÉGIAS PARA MODIFICAR O CENÁRIO.
Mudar o verbo no gerúndio por outro cuja conjugação exprime uma ideia concreta
(e não em processo) ou modalizar o discurso para adequar a expressão ajuda o
seu texto a não ficará preso aos modismos linguísticos. Consequentemente, você
não perderá pontos pelo uso inadequado.
3. REPETIÇÕES DE
PALAVRAS
Você costuma ficar sem estratégias para variar certas palavras na hora
de escrever um texto?
No Enem, o candidato que insistentemente repete palavras ao longo do texto
perde pontos na competência 4, que avalia a capacidade deste aluno em
selecionar sinônimos e fazer retomadas.
POR QUE AS REPETIÇÕES DEVEM SER EVITADAS?
As repetições na redação são muitas vezes inadequadas porque tornam a leitura
cansativa e passam a impressão de que seu repertório vocabular é limitado.
VEJA O EXEMPLO:
Muitos deixam de seguir a carreira que realmente amam por acreditarem que
a carreira certa é aquela cuja remuneração tende a ser mais alta. Escolher uma
carreira com esse pensamento faz com que muitos passem a vida frustrados com a
escolha.
Percebem como a repetição das palavras empobrece o texto? O corretor poderia
pensar que esse aluno desconhece a possibilidade de usar sinônimos para
“carreira”, como as palavras profissão, ocupação, serviço, entre outras.
Já no caso do verbo “escolher” e do substantivo “escolha”, por estarem
na mesma frase e uma derivar da outra, sonoramente fica repetitivo, mesmo que
não sejam exatamente a mesma palavra.
Agora observe como seria possível fazer as substituições no exemplo:
Muitos deixam de seguir a carreira que realmente amam por acreditarem que
a profissão certa é aquela cuja remuneração tende a ser mais alta. Escolher um
ofício com esse pensamento faz com que muitos passem a vida frustrados com a
opção feita.
Muito melhor, né? Além disso, demonstra como você é capaz de escolher um
termo correspondente para que a leitura não fique cansativa, massante.
Quando não souber uma palavra para substituir, seguem algumas
estratégias para ajudar.
SUBSTITUA POR PRONOMES
Há pronomes pessoais, demonstrativos, indefinidos, adverbiais, relativos
ou numerais. Por exemplo:
• Os funcionários
estavam muito descontentes, por isso o gestor chamou-lhes para uma reunião.
O pronome pessoal “lhes” substitui “os funcionários”, evitando, assim, a
repetição.
Outro exemplo:
• Os alunos
reclamavam dos materiais insuficientes, banheiros precários e cadeiras
quebradas. Tudo isso foi repassado à prefeitura, mas nada foi feito para
resolver.
O pronome demonstrativo “isso” retoma os problemas anteriormente citados,
“materiais insuficientes, banheiros precários e cadeiras quebradas”, para que
não seja preciso dizê-los novamente.
VOCÊ PODE, AINDA, SUBSTITUIR POR PALAVRAS MAIS GENÉRICAS ALGO QUE FOR
ESPECÍFICO OU O CONTRÁRIO, UM TERMO ESPECÍFICO PARA ASSOCIAR AO QUE FOR MAIS
AMPLO.
Veja outro exemplo:
• Na casa havia
girassóis, rosas, hortênsias e margaridas. Mas, infelizmente, as flores
morreram quando a moradora foi embora.
Girassóis, rosas, hortênsias e margaridas são espécies específicas de
flores.
Para não citar cada uma delas novamente, só diga flores mesmo e tá tudo
certo!
A ÚLTIMA, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE, DICA É: CRIE O HÁBITO DE PROCURAR
SINÔNIMOS.
Quanto mais você gravar, mais fácil vai ficar de substituir na hora da
escrita.
4. DEIXAR A DESEJAR
NA NORMA CULTA
A avaliação da norma culta na redação passa por níveis de cobrança
diferentes de acordo com o erro cometido. Algumas dessas dicas podem ser fundamentais
para perda de pontos na competência 1. Confira:
ESTUDE VÍRGULA
Um erro muito comum diz respeito ao uso da vírgula. Aprendemos sobre ela
durante todo o percurso escolar, mas ela ainda é a “pedra no sapato” de muita
gente na hora de escrever. Sem contar que algumas orientações erradas podem ser
internalizadas por muito tempo, como aquela falsa regra de “colocar a vírgula
sempre que você parar para respirar durante a leitura”. Imagine se essa regra
fosse verdadeira? Ela iria variar entre pessoas com mais ou menos fôlego, não
é?! Bom, não é assim que funciona.
ESTUDE CRASE
Reconhecemos que o uso da crase não é fácil. Envolve uma série de normas
e exceções. Ok! Mas ela é necessária, inclusive por motivos de clareza, então,
compreender as regras é fundamental. Errar crase pode comprometer sua nota na
competência que avalia norma culta assim como a de coesão e coerência.
REVISE PALAVRA POR PALAVRA PARA ACHAR AS QUE FALTAM ACENTO
Nem sempre temos dúvidas quanto à acentuação, mas erramos por falta de
atenção! A dica é que você sempre volte em palavra por palavra, tendo um
cuidado específico de observar se em alguma delas falta o acento.
ESTUDE AS REGRAS DE USO DO HÍFEN
Já tínhamos dificuldade para usar o hífen, aí veio o Novo Acordo
Ortográfico e… bom, continuamos não sabendo como usá-lo. Mas é preciso correr
atrás e entender, afinal, ele será cobrado.
ESTUDE CONCORDÂNCIA
São tantas as regras e exceções de concordância, que unidades inteiras costumam
ser destinadas ao ensino dela na gramática tradicional! Mas vale a pena e é
necessário investir na leitura sobre ela, afinal, além de comprometer
sintaticamente as orações, errar concordância empobrece o texto e passa uma
impressão ruim ao corretor. Atente-se a isso!
PESQUISE CURIOSIDADES DA LÍNGUA
Além de ser divertido, essa é uma forma de internalizar regras
importantes da língua. Por exemplo: você sabia que a palavra “quaisquer” é a
única no português que forma plural no meio? Agora que já sabe, não corre o risco
de errá-la quando precisar usar no texto.
ACOMPANHE MÍDIAS SOCIAIS QUE POSTEM DICAS DE GRAMÁTICA
Estamos constantemente checando as redes sociais. Aquela fugidinha
rápida dos estudos não precisa significar deixar completamente de lado o momento
de aprendizagem. Basta seguir alguma página que poste dicas de gramática.
ESCREVA
A escrita é uma forma de praticar a ortografia correta, a acentuação, a pontuação
e a organização sintática das orações. Portanto, mão na massa! Crie o hábito de
escrever sempre, mesmo as mais básicas anotações.
FAÇA UM DIAGNÓSTICO DE SUAS DIFICULDADES
Com a prática da escrita você irá perceber em quais tópicos gramaticais têm
mais dificuldade e poderá, então, dedicar-se ao estudo deles. Seja seu próprio
avaliador. Isso é importante palavra que você mesmo tenha a capacidade de
direcionar o que é prioridade de estudo para enriquecer sua compreensão
gramatical.
LEIA BASTANTE
Essa dica é essencial e muito importante: a leitura nos ajuda a
internalizar regras de norma culta. Ela é necessária para várias áreas do
estudo de redação, inclusive a gramatical. Ler palavras escritas e acentuadas
corretamente, por exemplo, nos faz reproduzi-las automaticamente com
excelência!
5. DEIXAR DE SE ADEQUAR AO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigência no dia
1º de janeiro de 2016, mas ainda existem vários alunos que não se adequaram a
nova forma. Qual tal finalmente sanar esse problema?
ALFABETO
Agora o alfabeto é formado por 26 letras. O ‘k”, “w” e “y” não eram
considerados letras, mas foram incorporados no novo acordo ortográfico.
ACENTO AGUDO
As paroxítonas (penúltima sílaba tônica) com ditongos abertos “ei”, “oi”
perdem o acento. Veja alguns exemplos:
ANTES: estréia, idéia, paranóico, assembléia, geléia, jibóia,
heróico, coréia.
DEPOIS: estreia, ideia, paranoico, assembleia, geleia,
jiboia, heroico, coreia.
IMPORTANTE:
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento
continua.
Exemplos: Herói, constrói, dói, papéis.
No ditongo aberto “eu” o acento também continua.
Exemplos: Chapéu, véu, céu, ilhéu.
TREMA
Com o novo acordo ortográfico o trema deixou de existir na língua
portuguesa.
Veja alguns exemplos:
ANTES: agüentar, freqüente, lingüiça, conseqüência.
DEPOIS: aguentar, frequente, linguiça, consequência.
IMPORTANTE: O trema continua sendo usado em nomes próprios.
Exemplos: Bündchen, Müller etc.
ACENTO CIRCUNFLEXO
O acento circunflexo dos hiatos “oo” e “ee” foram eliminados. Veja
alguns exemplos:
ANTES: enjôo, vôo, perdôo, corôo, dêem, lêem, relêem, crêem.
DEPOIS: enjoo, voo, perdoo, coroo, deem, leem, releem, creem.
ACENTO DIFERENCIAL
O acento usado em palavras homógrafas (grafia igual, mas pronúncia e significado
diferente) sai no novo acordo ortográfico. Veja alguns exemplos:
ANTES: pára, pêlo, pólo, péla.
DEPOIS: para, pelo, polo, pela.
IMPORTANTE: O acento diferencial permanece no verbo “poder”
(3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo: “pôde”) e no verbo “pôr” para
diferenciar da preposição “por”.
“I” E “U” TÔNICOS
– Não se acentua mais o “i” e “u” tônicos de palavras paroxítonas
precedidas de ditongo. Veja alguns exemplos:
ANTES: baiúca, feiúra.
DEPOIS: baiuca, feiura.
HÍFEN
– O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos
terminados em vogal + palavras iniciadas por “r” ou “s” (estas deverão ser
dobradas).
Veja alguns exemplos:
ANTES: ante-sala, auto-retrato, anti-social, anti-rugas,
ultra-sonografia, supra-renal, supra-sensível.
DEPOIS: antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas,
ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível.
IMPORTANTE: Em prefixos terminados por “r” o hífen
permanece se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra.
Exemplo: Hiper-realista, inter-racial, super-realista, super-resistente
etc.
– O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos
terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal. Veja alguns exemplos:
ANTES: auto-afirmação, auto-escola, auto-estrada,
contra-exemplo, extra-escolar, infra-estrutura, semi-automático, ultra-elevado.
DEPOIS: autoafirmação, autoescola, autoestrada,
contraexemplo, extraescolar, infraestrutura, semiautomático, ultraelevado.
IMPORTANTE: Esta nova regra não se encaixa quando a palavra
seguinte iniciar por “h”: “anti-herói”, “anti-higiênico”, “extra-humano” etc. Com
o novo acordo é utilizado hífen quando a palavra é formada por um prefixo
terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. Veja alguns exemplos:
ANTES: antiinflamatório, arquiinimigo, microondas,
microônibus, microorgânico.
DEPOIS: anti-inflamatório, arqui-inimigo, micro-ondas,
micro-ônibus, micro-orgânico.
HÍFEN EM LOCUÇÕES
O hífen não é mais utilizado em locuções. Veja alguns exemplos:
ANTES: cão-de-guarda, dia-a-dia, sala-de-jantar,
cor-de-vinho.
DEPOIS: cão de guarda, dia a dia, sala de jantar, cor de
vinho.
PALAVRAS COMPOSTAS
Não é usado hífen em compostos que perdeu a noção de composição. Veja
alguns exemplos:
ANTES: manda-chuva, pára-quedas, pára-lama.
DEPOIS: mandachuva, paraquedas, paralama.
6. MAU USO DE
PREPOSIÇÕES
Constantemente somos cobrados quanto ao uso das preposições, mas, afinal,
você sabe o que elas são? Sabe quais são elas?
DEFINIÇÃO
É uma palavra invariável, ou seja, não flexiona em gênero e número. A
função das preposições é estabelecer ligações entre palavras, estabelecendo
relações de sentido.
Quando dizemos “Este é o carro de Carlos”, a preposição “de” estabelece uma
relação de sentido = posse. O carro pertence a Carlos.
HÁ DOIS TIPOS DE PREPOSIÇÃO:
Essenciais: unicamente classificadas como
preposição. São elas: a, com, em, por, ante, contra, entre, sem, após, de,
para, sob, até, desde, perante, sobre.
Acidentais: vem de outras classes
gramaticais, mas assumem, eventualmente, o papel de preposição. São elas: como,
conforte, durante, fora, mediante, segundo, senão, visto.
Importante: existem as locuções prepositivas. Veja
exemplos: abaixo de, atrás de, acima de, por causa de, ao lado de, defronte a, de
acordo com, até a, perto de
Há, também, a contração de vocábulos:
em + as = nas
por + os = pelos
de + as = das
As preposições têm seus valores de sentidos. Abaixo, listamos quais são eles
e alguns exemplos práticos. Confira:
A = lugar (Foram ao teatro), modo (Eles andaram a cavalo),
distância (Mora a 2km da quadra onde joga), tempo(Daqui a pouco iremos embora).
COM = causa (Foi dispensado, com isso, vendeu o carro),
companhia (Saiu com a mãe ontem), instrumento (Passou a camisa com o ferro), modo
(Falava com propriedade sobre o assunto), oposição (Amanda competirá com Ana
pela vaga).
DE = lugar (Eles ainda não voltaram da escola), causa
(Desistiu da corrida, pois morria de sede), tempo (De noite, ligou para o
filho), assunto (Sempre que nos encontramos, falamos do passado).
EM = lugar (Mora em uma cobertura maravilhosa), tempo (Me
chama em cinco minutos), modo (Estávamos em reunião quando fomos chamados).
PARA = finalidade (Comprou as carnes para o churrasco),
lugar (destino) (Foi para o Nordeste nas férias).
POR = lugar (por onde) (O ônibus passa por lugares
bonitos), tempo (Ele dirigiu por doze horas), causa (Escolheram ela por ser
mais estudiosa).
SOBRE = assunto (Não gostava de falar sobre religião), lugar
(A telha caiu sobre o carro).
AS PREPOSIÇÕES SÃO FUNDAMENTAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE FRASES, INCLUSIVE
GRAÇAS À CAPACIDADE QUE TÊM DE MUDAR SENTIDOS QUANDO USADAS DE FORMA INCORRETA.
PORTANTO, TENHA ATENÇÃO.
Elas estão, consequentemente, ligadas à questão da regência, já que
complementam os sentidos exigidos por verbos e nomes.
7. ERRAR NA REGÊNCIA
VERBAL E NOMINAL
Você costuma errar a crase? Já estudou todas as regras e mesmo assim continua
sendo cobrado quanto ao erro? Muito provavelmente seu problema está na
compreensão da regência verbal e nominal.
O QUE É REGÊNCIA?
A regência é uma relação de interdependência entre termos para que
tenham um sentido específico e completo. Quando um termo regente tem sentido
incompleto, ele necessita de um complemento, que, portanto, será o termo
regido. Entenda:
QUANDO ALGUÉM DIZ “AS ESTRATÉGIAS…” ESPERA-SE QUE ELE COMPLETE A IDEIA.
ESTRATÉGIAS DE QUÊ?
“Afinal, as estratégias de ensino e de produção de texto devem ser pensa- das de forma
criativa pelos educadores?”
A palavra “estratégia” é um substantivo, portanto, a regência aqui é
NOMINAL. CONSIDERANDO A FALA “ELE VAI USAR…” ESPERA-SE O COMPLEMENTO:
USAR O QUÊ?
“Além disso, ele vai usar as estratégias
que aprendeu na graduação.”
Neste caso, “usar” é um verbo. Assim, a regência aqui é VERBAL.
Você percebeu que a relação entre termo regente e termo regido é
estabelecida por uma preposição? Por isso é importante que você conheça as preposições
exigidas pelos nomes e verbos mais usados. Isso é possível gravar com o tempo e
no dia a dia, com a prática da leitura. Veja alguns exemplos:
adepto de
ansioso por, para
benéfico a, para
composto por, de
desprezo a, por
favorável a
união com, entre, a
acreditar em
obedecer a
visar a
agradar a
REGÊNCIA VERBAL E SUAS ESPECIFICIDADES
TRANSITIVOS DIRETOS:
Quando o verbo é transitivo direto, isso significa que não é necessário
uma preposição para estabelecer a regência. O objeto que vem depois é,
portanto, direto. Para saber se objeto é direto, pergunte “o quê” e “quem”. O elemento
que sofre a ação verbal só deverá vir acompanhado do artigo, se preciso for.
• “Ele fez o
trabalho com antecedência, por isso tirou nota boa.”
• “Ela quer um
acessório novo.”
• “Todos escolheram
comer o pastel.”
TRANSITIVOS INDIRETOS:
Quando o verbo é transitivo indireto, isso significa que é obrigatória a
presença de uma preposição para estabelecer a regência. O objeto que vem depois
é, portanto, direto. Para saber se objeto é indireto, pergunte “de quê”, “para
quê”, “de quem”, “para quem” ou “em quem”. O elemento que sofre a ação verbal
deverá vir acompanhado da preposição e, em seguida, o artigo, se preciso for.
• “Ele afirmou não
se lembrar da conversa.” (de =
preposição + a = artigo de “conversa”)
• “A menina não
respondeu à pergunta de forma clara.” (a = preposição + a = artigo de
“pergunta” = à)
As preposições usadas nos casos da regência verbal podem aparecer na sua
forma simples e também contraídas, ou seja, formadas junto aos artigos e
pronomes.
Exemplos de preposições: a, ante, até, após, de, desde, em, entre, com, contra,
para, por, perante, sem, sobre e sob.
Exemplos de contração de preposições: à, ao, do (de + o), das (de + as),
destes (de + estes), no (em + o), numa (em + uma), pela (por + ela).
8. FALTA DE COESÃO:
ANÁFORA E CATÁFORA
Para que a experiência do leitor com o seu texto seja feita de forma
plena, é preciso garantir que haja coesão. A coesão é cobrada de forma
criteriosa na competência IV do Enem, que exige do aluno: demonstrar
conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da
argumentação.
Dentro desta competência, uma importante orientação é para que o
candidato saiba fazer retomadas. Ou seja, referenciar termos, pessoas, coisas, lugares
e fatos à medida que o texto vai progredindo.
Há inúmeras formas de retomar. Hoje você irá entender melhor o uso dos pronomes
anafóricos e catafóricos.
A ANÁFORA FAZ REFERÊNCIA A UM TERMO CITADO
ANTERIORMENTE.
Exemplos.:
• “O presidente
recusou-se a falar com a imprensa. Criticá-lo apenas fez com que a comunicação
fosse prejudicada.”
O “lo” retoma “o presidente”.
• “O Brasil é o
segundo maior importador de azeite. O produto é comumente
utilizado na culinária do país.”
• “O produto” retoma
e substitui a palavra “azeite”.
• “Mesmo com a
economia prejudicada, o que não para de crescer é a indústria
da beleza. Esta ainda se mantém projetando crescimentos exorbitantes.”
O pronome “esta” retoma “indústria da beleza”.
A CATÁFORA FAZ REFERÊNCIA A UM TERMO QUE SERÁ CITADO POSTERIORMENTE.
Exemplos.:
• “A reação da
sociedade mediante a um possível novo aumento dos preços quer dizer isto:
indignação.”
O pronome demonstrativo “isto” referencia o termo “indignação”.
• “E lá estava ela,
instaurando-se silenciosamente: a maior crise hídrica da história.”
O pronome “ela” faz referência catafórica a “a maior crise hídrica”.
Para resumir, agora você saberá definir que quando precisar fazer uma
referência a um termo citado anteriormente, estará fazendo anáfora. Quando o
termo ainda for aparecer, você estará fazendo catáfora.
9. NÃO UTILIZAR
LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
Apesar de o uso de maiúsculas e minúsculas ser algo básico da formação de
qualquer indivíduo alfabetizado, algumas dúvidas podem surgir na hora da escrita,
afinal, convencionou-se muitas regras.
CASOS EM QUE USAMOS LETRA MINÚSCULA:
Dias da semana, meses e estações do ano: dezembro, inverno, sexta-feira.
Pontos cardeais (coordenadas): norte, sul, leste, oeste.
Obs.: quando os pontos cardeais representam uma região, deve ser escrita
com letra maiúscula. Exemplo. Morava no Nordeste, mas mudou-se para o Sul.
Nomes comuns que acompanham termos geográficos: rio Amazonas, oceano
Índico.
Palavras que indicam nacionalidade: brasileiro, norte-americano,
indiano.
Palavras compostas, mesmo que formadas por nomes próprios: banho-maria,
joão-de-barro.
CASOS EM QUE USAMOS LETRA MAIÚSCULA:
Nomes próprios, reais ou fictícios: Capitu, Macunaíma, Ana Clara, José.
Nomes de países, cidades e estados: Brasil, Rio de Janeiro, Espírito
Santo.
Nomes de instituições. Exemplos: Colégio Batista Mineiro, Instituto
Paulo Freire.
Nomes de datas comemorativas: Natal, Ano Novo, Páscoa.
Siglas, símbolos ou abreviaturas: ONU, OMS, SUS, Srta., V. Ex.ª.
Fatos ou eras históricas: Ditadura Militar, Primavera Árabe, Primeira
Guerra
Mundial, Idade Média.
Na palavra Estado, como sinônimo de país.
No começo da citação de um autor. Thomas Hobbes afirmava que “O homem é
o lobo do homem”.
Nomes de eventos: “…acontecerá na Feira Cultural”.
Nomes de leis: Lei Maria da Penha.
Casos optativos:
Nomes de ruas ou lugares importantes: rua ou Rua das Rosas, palácio ou Palácio
da Alvorada.
Nomes de disciplinas: matemática, Português, biologia, Geografia.
10. ESQUECER DA
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
É comum que de vez em quando nos esqueçamos de acentuar as palavras.
Além disso, principalmente depois da última Reforma Ortográfica da
Língua Portuguesa, na qual algumas regras mudaram, muitas dúvidas surgem quanto
à acentuação.
Esquecer um acento pode comprometer o sentido de uma palavra, consequentemente
a coesão textual, levando ao desconto de pontos na competência I da redação.
Por isso é tão importante acentuar corretamente.
Para começar, precisamos garantir que você saiba quando uma palavra é
oxítona, paroxítona ou proparoxítona.
Em todas as palavras, há uma sílaba que é pronunciada com maior força e intensidade.
Ela é chamada de sílaba tônica.
Quando a última sílaba é a mais forte, a palavra é oxítona.
Quando a penúltima sílaba é a mais forte, a palavra é paroxítona.
Quando a antepenúltima sílaba é a mais forte, a palavra é proparoxítona.
Agora, vamos às regras de acentuação:
1) PALAVRAS OXÍTONAS QUE TERMINAM EM A(S), E(S), O(S),
EM E ENS OU EM DITONGOS ABERTOS, COMO ÉI(S), ÉU(S) E ÓI(S) DEVEM RECEBER O ACENTO.
Exemplos: Amapá, canapé, jiló, armazém, reféns, papéis, troféus,
lençóis.
2) PALAVRAS PAROXÍTONAS QUE TERMINAM EM L, I(S), N,
U(S), R, X, PS, Ã(A), ÃO(S), UM E UNS OU EM DITONGOS CRESCENTES (SEGUIDOS DE
“S” OU NÃO) DEVEM SER ACENTUADAS.
Exemplos: Notável, tênis, pólen, bônus, repórter, tórax, bíceps, ímã,
sótão, fórum, álbuns.
3) TODAS AS PROPAROXÍTONAS SÃO ACENTUADAS!
Exemplos: Matemática, trânsito, farmacêutico, estético, pálido, México.
4) AS VOGAIS I E U QUANDO FOREM TÔNICOS (SEGUIDOS OU
NÃO DE “S”) E FORMAREM HIATO COM A VOGAL
ANTERIOR, DESDE QUE NÃO SEJAM SEGUIDOS POR “-NH”, DEVERÃO RECEBER O ACENTO.
Exemplos: Juízo, Luís, cafeína, raízes, saída, egoísta.
5) NÃO HÁ MAIS TREMA NAS PALAVRAS DA LÍNGUA
PORTUGUESA.
USA-SE APENAS EM NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS, COMO MÜLLER E BÜNDCHEN.
6) O ACENTO DIFERENCIAL NÃO É MAIS NECESSÁRIO PARA AS
PALAVRAS HOMÓGRAFAS, SALVO PARA OS VERBOS “PODER” E “PÔR”. ENTENDA:
• “Ele não pôde vir
ontem, mas pode vir amanhã.” > (Para diferenciar Presente e Pretérito
Perfeito).
• “O ideal é pôr a
camisa por cima da outra.” > (Para diferenciar o verbo da preposição).
Não é tão difícil quanto parece, basta praticar e conferir sempre. Use
este material como apoio na hora de escrever a redação e não perca pontos de bobeira,
hein?
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