A vovó virou bebê: livro para criança sobre a doença de Alzheimer
“Temas que
envolvem a velhice fazem cada vez mais parte do universo da criança. Avós e
bisavós, hoje, vivem mais do que no passado. As famílias têm tido seus filhos
mais tarde e, portanto, nesses casos específicos, os avôs e as avós também são
mais velhos. Tudo isso tem um lado muito bom, que é o prolongamento da
convivência entre avós e netos, e um lado mais complicado para a criança, que é
o fato de às vezes, muito cedo, ela ter de assimilar questões nada fáceis, como
a morte ou a doença grave de alguém muito próximo.” – Renata Paiva, em
entrevista à ‘revista Crescer/Globo’.
Seja para conversar sobre os mistérios que envolvem a
vida ou a morte, os livros infantis podem ser uma boa forma de começar uma
conversa sobre assuntos importantes e complexos com as crianças. Com o
Alzheimer, não seria diferente.
Vovó Dorinha anda um tanto diferente. Está um pouco
esquecida, troca o nome das pessoas e fala sempre de um tempo que já passou
como se fosse hoje. Sofia, sua neta de 7 anos, observa e estranha muito e tenta
entender tudo por meio do tratamento que a mãe dela dá a esta nova fase da avó.
O que ela irá descobrir é que Vovó Dorinha está com uma doença chamada
Alzheimer.
Este é o enredo de A Vovó Virou Bebê, primeira ficção
da historiadora e jornalista Renata Paiva e que tem as delicadas e
bem-humoradas ilustrações de Ionit Zilberman. É muito difícil acertar na medida
quando um livro para crianças pretende ensinar algo a respeito de um tema
específico. Mas Renata acerta na dose e pode emocionar tanto crianças como
adultos, passando pelo problema ou não. Aqui ela conta como se inspirou na
própria história para escrevê-lo, as pesquisas que fez para montar as questões
e as dicas que Sofia dá ao leitor no final do livro. E, claro, tudo sobre as
emoções que envolvem esta doença e o ato de escrever.
A sua ideia era
atingir vários leitores (quero dizer, mesmo os que não estão passando pelo problema)? “O mote para a criação da história foi o
Alzheimer, uma doença que infelizmente afeta cada vez mais pessoas no mundo.
Mas me interessava também abordar a relação entre avós e netos. Pensei em criar
uma história que pudesse despertar nas crianças aquilo que elas já têm: os bons
sentimentos, a boa vontade em aceitar o desconhecido, a sua capacidade de olhar
para um problema e logo procurar uma solução, ainda que de modo ingênuo. E que
também pudesse sinalizar para os adultos a possibilidade de se lidar com a dor
de uma maneira mais leve, mas não menos intensa. Nesse sentido, a história de
Sofia e da avó Dorinha foi um pretexto para falar de sentimentos humanos, sejam
infantis ou adultos. Afinal, o amor, a esperança e a desesperança, o medo, a
delicadeza, a vontade de ter respeito e ser respeitado, de cuidar e ser cuidado
são experiências emocionais, entre tantas outras, que se concretizam
independentemente de quanto tempo já se viveu. Costumo dizer que A Vovó Virou
Bebê é uma história para ser lida por “crianças” de todas as idades.” – Renata
Paiva, em entrevista à ‘revista Crescer/Globo’.
Se você tem alguém próximo que possui Alzheimer, o
livro pode ajudar as crianças a elaborar as dúvidas sobre o assunto.
O livro
Título: A
vovó virou bebê
Autora: Renata
Paiva
Ilustradora:
Ionit Zilberman
Editora:
Panda Books
Nº de pág: 56
Sinopse:
Sofia é uma menina de sete anos. Ela mora com os pais em uma vila e é
praticamente vizinha de sua avó Dorinha, com quem gosta de passar bastante
tempo. Mas um dia a vovó Dorinha começa a agir de maneira muito esquisita. Ela
abotoa a blusa errado, esquece das coisas que estava fazendo e chega a precisar
de uma babá. A vovó Dorinha tem Alzheimer, uma doença de causa e cura
desconhecidas.
Como muitos familiares que passam por essa situação,
Sofia fica cheia de medos e dúvidas. Mas, com a ajuda da mãe, a menina aprende
mais sobre a doença e descobre que os melhores remédios são paciência, amor e
carinho.
*com informações da Revista Crescer.
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