As hepatites virais, com
destaque para os tipos B e C, são um grande problema de saúde pública não só no
Brasil, mas em todo o mundo, com altas taxas de detecção. Esses dois tipos são
os que mais preocupam, pois podem evoluir e se tornar crônicas, causando danos
mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Dados do Ministério da Saúde
mostram que, no país, mais de 70% das mortes por hepatites virais são
decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%).
Para controlar esses casos,
o Ministério da Saúde tem adotado medidas de prevenção, diagnóstico e
tratamento em conjunto com estados e municípios para alcançar a meta global
estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A meta é eliminar as
hepatites virais como um problema de pública até 2030, através da redução de
novas infecções em 90% e em 65% a mortalidade.
Em Santa Catarina, a
estratégia adotada para reduzir esses índices tem sido a ampliação do
diagnóstico através dos testes rápidos. Entre 2017 e 2018, segundo dados da
Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, vinculada à
Superintendência de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde foram
distribuídos 969.100 testes rápidos para hepatite B e 985.875 para hepatite C.
Para a médica infectologista
da DIVE/SC, Aline Vitali Grando, hoje um dos grandes desafios é encontrar as
pessoas que ainda não foram diagnosticadas e fazer com que elas iniciem o
tratamento. “Em muitos casos, as hepatites não apresentam qualquer sintoma e
isso aumenta os riscos. Tem muita gente que é portadora do vírus B ou C e ainda
não sabe”, ressalta a médica.
Hepatites virais em Santa Catarina
A ampliação do diagnóstico e
a adesão ao tratamento tem conseguido derrubar as taxas de detecção das hepatites
B e C no estado. Com relação à hepatite B, a taxa caiu de 16,9 para cada 100
mil habitantes em 2017 para 16,4 no ano de 2018. No caso da hepatite C também
houve queda. Em 2017, a taxa era de 16,8 para cada 100 mil habitantes e em 2018
caiu para 15,2. Ainda assim, os índices superam a taxa nacional de 6,5 casos
para cada 100 mil habitantes.
A hepatite B pode ser
prevenida com vacinação. Para pessoas infectadas, a doença não tem cura, mas
pode ser tratada, evitando a transmissão para outras pessoas e a evolução para
cirrose ou câncer. Já a hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o
tratamento é seguido corretamente. Neste segundo caso, a médica infectologista
da DIVE/SC, alerta: “Pessoas com mais de 40 anos precisam fazer o teste pelo
menos uma vez. A incidência de casos é muito maior nessa faixa etária. São
pessoas que podem ter sido expostas ao vírus na juventude durante uma
transfusão de sangue ou cirurgia”, explica.
Para todos os tipos de
hepatites, o Sistema Único de Saúde oferece tratamento gratuito.
Testes rápidos
Através dos testes rápidos é
possível saber em até 30 minutos se você tem algum tipo de hepatite, sem a
necessidade de realizar exames laboratoriais. Para fazer o teste é só procurar
uma unidade de saúde. O exame é feito com a coleta de uma gota de sangue da
ponta do dedo, depois é só esperar o resultado e iniciar o tratamento, caso
seja necessário.
Transmissão
Hepatite B: É transmitida pelo sangue e/ou nas relações sexuais sem preservativo. É
possível contrair a doença por meio do compartilhamento de objetos como agulhas
e seringas, lâminas de barbear, materiais cirúrgicos e odontológicos, materiais
de manicure sem adequada esterilização ou por meio de materiais para confecção
de tatuagens e colocação de piercings.
Hepatite C: É transmitida pelo sangue, uso de drogas com compartilhamento de
seringas, agulhas e canudos de inalação e materiais perfurocortantes
contaminados. Quem recebeu transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de
1993 deve fazer o teste.
Julho amarelo
A lei 13.802 que instituiu,
no Brasil, o “Julho Amarelo” como o mês de luta contra as hepatites virais foi
sancionada no início deste ano pelo Presidente da República, Jair Messias
Bolsonaro. O principal objetivo é conscientizar a população sobre os riscos da
doença, alertar sobre as formas de prevenção, estimular as pessoas a se
vacinarem contra as hepatites A e B e a buscarem o diagnóstico precoce.
O Julho Amarelo foi definido
com base na data escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a
celebração do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28 de julho).
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