O Diário de Anne Frank é uma adaptação do clássico da Literatura
Universal com o mesmo título. Esta edição em quadrinhos, desenhados por Ari
Folman e por David Polonsky e traduzido para o português por Raquel Zampil,
apresenta, antes da história propriamente dita, as personagens como aparecem no
Diário e seus nomes verdadeiros. Após, traz um Posfácio, esclarecendo o destino
das personagens depois que se encerra o Diário, ou seja, após a prisão dos
moradores do Anexo. Apresenta, ainda, uma nota dos autores, esclarecimentos
sobre a Anne Frank Fonds e a UNICEF. Por último, são relacionados outros livros
de Anne Frank e são expressas informações paratextuais. A narrativa inicia com
o registro dos dias 12 e 20 de junho de 1942. Anne conta que se sente sozinha,
mesmo tendo família, amigas e admiradores e, como recebe um diário no dia de
seu aniversário de 13 anos, ela o transforma em sua melhor amiga. Nesse, a
menina conta o momento em os pais se conheceram, a ascensão do nazismo e a
mudança da família da Alemanha para a Holanda. Todavia, a Holanda também é
invadida, e os judeus começam a sofrer restrições. Devido ao perigo de serem
presos, a família de Anne aloja-se em um anexo secreto. Esse espaço é
compartilhado com a família van Daan, cuja convivência é complicada para Anne,
porque ela é continuamente criticada pela Sra van Daan e comparada a sua irmã,
cujo comportamento é visto como exemplar. Depois de algum tempo, chega mais um
judeu ao anexo, o Sr. Dussel, dentista. O dentista conta coisas do mundo
externo, das quais a família Frank sente falta, ou que trazem preocupações.
Passado algum tempo, Anne começa a gostar de Peter e deixa de sentir-se tão
sozinha. Em 13 de junho de 1943, comemora um ano no anexo. As histórias do que
acontece no anexo e as comparações de Anne prosseguem até primeiro de agosto de
1944. Ao final da história, há um relato do que aconteceu no dia quatro de
agosto, quando o anexo foi invadido, e as pessoas, presas. O texto visual
evidencia total interação de imagens com o texto verbal. Isso contribui
sobremaneira para a experiência estética do leitor. Mas não é apenas no traçado
dos desenhos que o texto visual se destaca. A obra também explora combinações
de cores, volume e proporção, com vistas a aprimorar ainda mais as experiências
leitoras. A obra incita o jovem leitor a conhecer, ler, debater e recontar os
clássicos, fazendo da linguagem um campo fértil para experiências estéticas e
interpretativas.
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