Um dos romances mais adorados de todos os tempos, O sol é para todos conta a história de duas crianças no árido
terreno sulista norte-americano da Grande Depressão no início dos anos 1930. Jem
e Scout Fincher testemunham a ignorância e o preconceito em sua cidade,
Maycomb – símbolo dos conservadores estados do sul dos EUA, empobrecidos pela
crise econômica, agravante do clima de tensão social. A esperta e sensível Scout,
narradora da trama, e Jem, seu irmão mais velho, são filhos do advogado Atticus
Finch, encarregado de defender Tom Robinson, um homem negro acusado de estuprar
uma jovem branca. Mas não é só nessa acusação e no julgamento de Robinson que
os irmãos percebem o racismo do pequeno município do Alabama onde moram. Nos
três anos em que se passa a narrativa, deparam-se com diversas situações em que
negros e brancos se confrontam. Ao longo do livro, os dois irmãos e seu pequeno
amigo de férias, Dill, passam por tensas aventuras, grandes surpresas e
importantes descobertas. Nos episódios vividos ao lado de personagens
cativantes, como Calpúrnia, Boo Radley e Dolphus Raymond, aprendem
e ensinam sobre a empatia, a tolerância, o respeito ao próximo e a necessidade
de se estar sempre aberto a novas ideias e perspectivas. O sol é para todos é o
único livro de Harper Lee. Sucesso instantâneo de vendas nos EUA, que se tornou
um grande best-seller mundial. Recebeu muitos prêmios desde sua publicação, em
1960, entre eles, o Pulitzer. Traduzido em 40 idiomas, vendeu mais de 30
milhões de exemplares em todo o mundo e, em 1962, foi levado às telas com
Gregory Peck – ganhador do Oscar por sua interpretação de Atticus Finch - Brock
Peters, Robert Duvall e outros.
O Sol é Para Todos é narrado pela pequena Jean Louise, ou apenas Scout
como é carinhosamente chamada por seus conhecidos. Ela é órfã de mãe e vive com
seu pai Atticus, seu irmão Jem e a cozinheira/governanta/babá Calpúrnia. Ela
conta como era a sua infância e travessuras junto de Jem e de Dill, o sobrinho
da vizinha, na cidade de Maycomb (fictícia) do estado de Alabama, Estados
Unidos, durante a década de 1930, quando da Grande Depressão.
A primeira metade do livro destina-se a traçar o perfil da sociedade de
Maycomb, tudo sob a perspectiva de uma criança de seis anos de idade. Durante
suas férias, Scout, Jem e Dill tentam fazer com o que o vizinho Arthur Raddley,
que tornou-se recluso há anos (e, portanto, as crianças não o conhecem), saia
de casa. Eles inventam histórias a respeito de Boo, como o apelidaram, as quais
demonstram como são crianças de imaginação engenhosa: envolto por mistérios,
acabam criando um perfil assustador do vizinho. Dentre as situações episódicas
narradas por Scout há uma aposta de tocar na parede da casa de Boo e até de
olhar através da janela dele. Tudo, é claro, repleto de medo e de aventura.
Porém tudo muda na sossegada infância de Scout a partir da segunda
metade do livro, quando seu pai, Atticus, um renomado advogado da região, é
nomeado para a defesa de um negro acusado – injustamente – de estuprar uma
garota branca. A mudança do comportamento da sociedade de Maycomb muda
drasticamente e acompanhamos esta transformação sempre sob o olhar de uma
criança, a qual se torna alvo das mesmas discriminações voltadas a seu pai.
Com um misto de revolta e dó, o leitor se vê envolvido numa história que
discute racismo, discriminação racial, preconceitos históricos e direitos
humanos.
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