É na infância que construímos os nossos valores, crenças e princípios. E
toda falta de amor, compreensão e qualquer dificuldade que se tenha tido nesta
fase, irá se manifestar mais tarde, quando jovens ou adultos. Muitas vezes
passa-se a vida na busca pela compensação de um fato do passado, sem sucesso ou
sem qualquer consciência disso.
A busca desenfreada pelo amor de alguém, por exemplo, que acaba
refletindo em diversos relacionamentos, um atrás do outro, ou em vários ao
mesmo tempo, deixa clara a falta de afeto na infância.
Uma mágoa em relação ao pai ou à mãe, ainda que inconsciente, faz com
que o ser humano se sinta tão profundamente só, que o mesmo se perde na busca
pela compensação de amor num parceiro ou parceira. Como nada, nem ninguém
substitui este amor, a busca torna-se infinita e mal sucedida.
Todo excesso de nós mesmos ou de algumas de nossas características vem
demonstrar uma falta de equilíbrio. Assim como a necessidade de exibição dessas
características.
A exibição e ostentação de dinheiro mostra uma ausência de valores
amorosos. Assim como a exibição e humilhação através da posse de dotes
intelectuais, mostra a necessidade de subjugar o outro, compensando uma
provável subjugação do passado.
O excesso de sociabilidade, escancarando a necessidade de ser aceito,
quando de forma inconsciente não há a aceitação por parte de si mesmo. E daí
por diante.
Toda falta gera em nós um vazio, que em nós permanece de forma
inconsciente, e na maioria das vezes por muito tempo. Anos a fio.
É pelo despertar de consciência, pelo autoconhecimento, o se olhar para
dentro, que nos permite finalmente preencher esses “buracos” de forma adequada.
Não mudamos a história de nosso passado, mas somos capazes de mudar o
que sentimos ao lembrar de nossas histórias.
Transformamos nossas mágoas e dores em compreensão e aceitação. A partir
daí, toda e qualquer necessidade de se sobressair desaparece.
Uma vez donos de nós mesmos, não importa o que o mundo pensa ou o que o mundo
fala. Só importa a paz finalmente encontrada no melhor lugar possível: em si
mesmo.
Texto:
Carolina Vila Nova.
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