Somos de vidro, também de pedra, água e areia.
Viajantes do tempo. O remetente e o destinatário. Tudo o que jogarmos contra o
vento virá ao nosso encontro. Somos o próprio reflexo que vemos no espelho e
além dele. Somos a vida e a morte. O tudo e também o nada. Somos idealizadores.
Sonhadores. Propagadores. Feitos de inocência num mundo de regras. Maldosos ou
bondosos – no tempo exato.
Ora oferecemos riscos, ora somos a mais perfeita das
ternuras. O ponto de encontro está em cada um de nós. Encontrar-se é o desafio.
Entender-se sagrado é o caminho. Enxergar além de, é o que falta. Permitir-se
acolher o irmão e entender que ele é tão frágil e tão forte como nós é a meta.
Que ninguém é melhor do que ninguém, e no final das contas, somos pó. Nem
sempre intactos. Nem sempre puros.
O importante é a busca, olhar para dentro de si e
observar que o mundo é bênção, que somos filho da Graça e que temos a divindade
dentro de nós.
Vitor Ávila
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