SINOPSE
Esposa e mãe perfeita, Annie vê o seu mundo desabar de uma hora para
outra quando é abandonada pelo marido.
A fuga momentânea é para Mystic, a pequena comunidade onde ela cresceu e
onde o seu pai ainda vive. Lá, Annie começa a se reerguer novamente,
descobrindo o amor por si mesma, por um velho amigo solitário e por uma
garotinha que acaba de perder a mãe.
Tudo está se encaixando na vida de Annie. Nick e Izzy se tornaram uma
parte importante de seu processo de cura, e ela também se tornou essencial para
a sobrevivência da relação entre pai e filha. Até que o seu ex-marido
reaparece... e a tranquilidade rapidamente dá lugar ao desespero.
Kristin Hannah encanta mais uma vez com uma história comovente, sensível
e verdadeira sobre perda, paixão e os fios frágeis que unem as famílias.
"A verdadeira viagem de autodescobrimento não está em procurar
novas paisagens, mas em ter novos olhos. - Marcel Proust (p. 7)
Annie Colwater é uma mulher de 39 anos, casada com Blake há 20 anos, um
poderoso advogado, e mãe de Natalie. No momento que a história inicia, Annie,
esposa, mãe e dona de casa perfeita, sofre pois a filha de 17 anos está indo
passar 3 meses em Londres e na volta irá para a Faculdade. O que Annie não
sabia é que nesse mesmo dia sua vida mudaria totalmente.
"O choque daquilo foi diferente de tudo o que ela já havia
experimentado. Estava em todo lugar, espalhando-se por ela em uma onda de
torpor atrás da outra. Sua voz estava presa lá dentro, e não conseguia arrumar
um modo de soltá-la" (p. 19)
Foi na volta do aeroporto onde deixaram Natalie, antes mesmo de chegarem
em casa, que Blake declarou que queria o divórcio, que estava apaixonado por
outra e iria viver com ela. Annie vê seu mundo desmoronar e apesar de todos os
apelos não conseguiu fazer Blake mudar de ideia. O que fazer agora? Sua filha e
seu amor não estão mais com ela. Annie entra em desespero, podendo contar
apenas com o apoio de sua amiga Terri, que já havia passado por isso e a quem
Annie ajudou nessa época. Ela só queria Blake de volta.
"(...) ela olhou em volta, para a casa perfeita e vazia.
O que fazer agora? Para onde deveria ir? Annie tocou a bússola pendurada
no pescoço e percebeu a resposta. Talvez soubesse qual o tempo todo.
Ia voltar para a menina que viu naquelas raras fotos em preto e
branco... de volta para onde era alguém além de esposa de Blake e mãe de
Natalie." (p. 39)
Annie foi para a cidade de Mystic onde cresceu, foi para a casa de seu
pai, Hank, onde encontraria um pouco de conforto. Ela e Blake combinaram de não
contar nada a Natalie até que ela voltasse, e Annie passaria esses três meses
em Mystic, esperando dia após dia que Blake ligasse pedindo desculpas e a
querendo de volta, pois é só nisso que pensava, que a qualquer momento tudo
voltaria a ser como antes, e Hank, sempre que o assunto da separação era
citado, apenas lhe dizia que Blake a amava e voltaria para ela. A depressão
tomou conta e era difícil querer fazer qualquer coisa, só chorar e esperar.
"Durante anos, tinha confundido o hábito e a afeição com amor
verdadeiro. Tinha assumido que o amor que dava ao marido era o reflexo do amor
que ele sentia por ela, e agora, por causa de sua cegueira, estava sozinha, uma
mulher com trinta e nove anos que encarava seus "anos dourados" sem
uma criança em casa ou um marido na cama" (p. 194)
Na sua juventude seus melhores amigos foram Kathy e Nick e ao saber que
Kathy havia morrido Annie vai visitar Nick que havia se casado com Kathy e
tiveram uma filha, Izzy. O motivo da
morte da amiga a abalou muito e o que encontrou foi uma família destroçada, uma
casa de cabeça para baixo sem o mínimo de arrumação e alguma rotina. Nick, que
era policial ,se refugiara na bebida e não conseguia ter uma relação normal com
a filha de apenas 6 anos. Izzy, por sua vez, sofria a perda da mãe morta e do
pai vivo, fazendo com que tivesse atitudes muito estranhas, além de não
pronunciar uma palavra sequer há meses, e para completar foi expulsa da escola.
"Lurlene me disse que você está procurando uma babá... para
Isabella. Eu posso cuidar dela... durante o dia... se isso ajudar...
Ele franziu a testa. - Por que você faria isso por mim?
A pergunta a deixou triste; era cheia de desconfiança e falava de uma
vida inteira de desapontamentos. - Isso me ajudaria, Nick. De verdade. Deixe-me
ajudar você." (p. 91)
A partir desse ponto uma nova fase começa na vida de Annie e a parte que
mais me emocionou foi a relação dela com Izzy. Annie não apenas coloca a casa
em ordem, ajuda Izzy, como também ajuda Nick a voltar a ter uma vida e, principalmente,
resgatar sua relação com a filha. Ah, e claro, tudo isso a ajuda muito.
Mas quando tudo está entrando nos trilhos, eis que Blake aparece
novamente na vida de Annie, e não só isso, a vida também lhe surpreende com
algo que ela tinha como impossível.
"Era isso, a verdade que desnudou sua alma e a deixou com nada além
de um punhado de sonhos perdidos e promessas que logo seriam quebradas.
Ela estava chorando novamente; não conseguia evitar (...) Annie não
queria ser forte, não queria ser honrada, não queria fazer a coisa certa."
(p. 259)
Agora para saber como tudo isso aconteceu, você tem que ler essa linda
história que Kristin nos conta. Eu já havia lido Jardim de Inverno e gostado
muito, tanto da história como da forma como ela escreve, mas O Lago Místico foi
mais que delicioso de ler. Embora Annie seja a protagonista, Nick e Izzy se
destacam muito, além de outros personagens que fazem parte da história e que
não passam despercebido.
É uma história que fala de um assunto que muitos conhecemos, que muitas
mulheres já viveram, a mulher que ama sozinha, a mulher que se dedica
totalmente e num belo dia sem mais nem menos é trocada por outra mais nova. Na
história também há outras mulheres que passam por problemas no relacionamento,
mas vem de uma forma mais sutil, ligadas ao trabalho de Nick, é preciso ter
atenção para perceber isso que a autora quis mostrar. Porém no que poderia
estar cheio de clichês, encontramos muito amor, dor, carinho, trocas, perda e
recomeço.
A história é contada na terceira pessoa, mas há partes que os
personagens falam de si e seus sentimentos.
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