Documentários sobre arte que
podem te ajudar na redação
Uma das mais antigas formas que o ser humano criou para se expressar é a
arte. Ao longo do tempo, com estudos e pesquisas, ela foi sendo cada vez mais
aprofundada, originando novas perguntas a cada momento. Atualmente, duas
grandes discussões sobre o assunto englobam as seguintes perguntas, que também
estão em temas de redação.
O QUE
É ARTE?
Texto I
Tradicionalmente os filósofos analíticos da arte procuram defini-la
usando para isso certos critérios. Existem vários tipos de definições e
critérios, porém é comum os filósofos procurarem uma boa definição de arte
utilizando os seguintes critérios ou pelo menos vários deles: acuidade
extensional, não valorativa, fenomenológica, positiva, não ad hoc, dada em
condições necessárias e suficientes (explícita), que seja dada em termos de
propriedades (intrínsecas) da obra de arte, clara e não circular. Existem
três clássicas definições de arte que pretendem satisfazer os critérios de
definição acima citados. São igualmente as mais antigas: a arte definida como
imitação (mimética), expressão (expressionismo) e forma (formalismo). As teorias
da representação ou da imitação são as mais antigas. Filósofos como Platão e
Aristóteles foram referidos por modernos como Abbé Charles Batteux, no seu
tratado de 1746, The fine arts reduced to the same principle (CARROLL, 2006),
como defensores de versões desse tipo de teorias. Mas, de fato, Platão e
Aristóteles não procuraram definir a arte explicitamente, pretendiam
defini-la funcionalmente. Assim, para Aristóteles, a tragédia tinha como
finalidade educar as emoções, induzindo a catarse ou a clarificação da
piedade e do medo.
Disponível
em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/viewFile/1675/1374
Acesso em 14 novembro 2017.
Texto II
A arte, tal como a lógica do conceito mostra, não tem nenhum conjunto
de propriedades necessárias e suficientes; logo, uma teoria acerca dela é
logicamente impossível e não apenas factualmente impossível.
Agora examinemos brevemente algumas das mais famosas teorias estéticas
existentes, de modo a ver se elas de fato incorporam afirmações corretas e
adequadas acerca da natureza da arte.
Segundo Weitz (1956), para começar, considere uma versão famosa da
teoria formalista, a qual foi proposta por Bell e Fry. É verdade que eles
falam, sobretudo, da pintura nos seus escritos, mas ambos afirmam que aquilo
que eles encontram nessa forma de arte pode ser generalizado para aquilo que
é “arte” nas outras formas de arte. A essência da pintura, defendem eles, é a
relação entre os elementos plásticos. A sua propriedade definidora é a forma
significante, isto é, certas combinações entre as linhas, as cores, as formas
e os volumes — tudo aquilo que se encontra na tela exceto os elementos
representacionais — que evocam uma reação peculiar a tais combinações. A
pintura é definível como organização plástica. A natureza da arte, aquilo que
ela realmente é, afirma esta teoria, é uma combinação única de certos
elementos (os elementos plásticos especificados) e das suas relações. Tudo
aquilo que é arte é uma instância de forma significante; e tudo aquilo que não
é arte não possui tal forma.
Mas as suas dificuldades também são enormes: o problema é conseguir
explicar de maneira convincente em que consiste a tal propriedade comum a
todas as obras de arte, a tal “forma significante”, responsável pelas emoções
estéticas que experimentamos. Clive Bell refere, pensando também no caso da
pintura, que a forma significante reside numa certa combinação de linhas e
cores. Mas que combinação é essa e que cores são essas exatamente? E em que
consiste a forma significante na música, na literatura, no teatro etc.? A
ideia que fica é que a forma significante não serve para identificar nada.
Já os emocionalistas dizem que a verdadeira propriedade essencial da
arte foi deixada de lado. Tolstoy, Ducasse ou qualquer outro dos defensores
desta teoria, acham que a propriedade definidora requerida não é a forma
significante, dita pelos formalista, mas antes a expressão das emoções num
qualquer meio público sensual. Sem a projeção das emoções num qualquer pedaço
de pedra ou num qualquer pedaço de madeira ou em certos sons, etc., não pode
haver arte.
Mas, podemos mostrar que algumas pessoas não sentem qualquer tipo de
emoção perante certas obras que são consideradas arte. Quer dizer que essas
obras podem ser arte para uns e não o ser para outros? Nesse caso o critério
para diferenciar as obras de arte das outras de que serviria? Teríamos,
então, obras de arte que não são obras de arte, o que não faz sentido. Também
não é grande ideia responder que quem não sente emoções estéticas em relação
a determinadas obras não é uma pessoa sensível, como sugere Bell, o que
parece uma inaceitável fuga às dificuldades.
Todas as teorias apresentadas aqui e mais outras que não deram para
ser citadas são inadequadas em diferentes aspectos. Todas elas pretendem
fornecer uma descrição completa das características definidoras das obras de
arte e, contudo, cada uma delas deixa de lado algo que as outras tomavam como
central.
Segundo Weitz, existe, além disso, um tipo diferente de dificuldade.
Como definições reais, estes tipos de teorias deviam fornecer informações
factuais sobre a arte. E se isto for verdade, podemos perguntar se serão elas
teorias empíricas e abertas à verificação ou falsificação. Por exemplo, o que
é que confirmaria ou infirmaria a teoria de que a arte é forma significante
ou a personificação das emoções ou a síntese criativa de imagens? Parece nem
sequer haver a mais pequena sugestão sobre que tipo de dados poderia testar
estas teorias; e de fato, perguntamo-nos se elas não serão talvez definições
honrosa de “arte”, isto é, propostas de redefinição do conceito de arte de
modo a aplicá-lo em função de certas condições escolhidas, e não informações
verdadeiras ou falsas acerca das propriedades essenciais da arte.
Disponível
em: http://lounge.obviousmag.org/cafe_nao_te_deixa_mais_cult/2014/01/o-que-e-arte.html#ixzz4yZI2t3cp
Acesso em 15 novembro 2017
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Abaixo, dois documentários que tratam do tema da arte de forma
informativa e crítica:
Cidade Cinza (2013)
A produção trata de outra pergunta também muito presente nos dias de
hoje: grafite também é arte? Com fatos e entrevistas sobre o assunto, o
documentário discute a cobertura cinza (a cor do cimento) de grafites na cidade
de São Paulo, feita pelas autoridades.
Link do vídeo: Cidade Cinza (2013)
Saving Banksy (Salvando
Banksy, em tradução livre) – 2017
O documentário evidencia os limites éticos entre a arte de rua e a
comercialização desta, independente de autorização prévia. O grafiteiro Banksy
(que prefere preservar sua identidade) é um dos focos da produção, já que ele
teve obras vendidas sem o seu consentimento.
Link do vídeo: Saving Banksy
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