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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Arte para o Enem


Documentários sobre arte que podem te ajudar na redação


Uma das mais antigas formas que o ser humano criou para se expressar é a arte. Ao longo do tempo, com estudos e pesquisas, ela foi sendo cada vez mais aprofundada, originando novas perguntas a cada momento. Atualmente, duas grandes discussões sobre o assunto englobam as seguintes perguntas, que também estão em temas de redação.

O QUE É ARTE?

Texto I

Tradicionalmente os filósofos analíticos da arte procuram defini-la usando para isso certos critérios. Existem vários tipos de definições e critérios, porém é comum os filósofos procurarem uma boa definição de arte utilizando os seguintes critérios ou pelo menos vários deles: acuidade extensional, não valorativa, fenomenológica, positiva, não ad hoc, dada em condições necessárias e suficientes (explícita), que seja dada em termos de propriedades (intrínsecas) da obra de arte, clara e não circular. Existem três clássicas definições de arte que pretendem satisfazer os critérios de definição acima citados. São igualmente as mais antigas: a arte definida como imitação (mimética), expressão (expressionismo) e forma (formalismo). As teorias da representação ou da imitação são as mais antigas. Filósofos como Platão e Aristóteles foram referidos por modernos como Abbé Charles Batteux, no seu tratado de 1746, The fine arts reduced to the same principle (CARROLL, 2006), como defensores de versões desse tipo de teorias. Mas, de fato, Platão e Aristóteles não procuraram definir a arte explicitamente, pretendiam defini-la funcionalmente. Assim, para Aristóteles, a tragédia tinha como finalidade educar as emoções, induzindo a catarse ou a clarificação da piedade e do medo.


Texto II

A arte, tal como a lógica do conceito mostra, não tem nenhum conjunto de propriedades necessárias e suficientes; logo, uma teoria acerca dela é logicamente impossível e não apenas factualmente impossível.

Agora examinemos brevemente algumas das mais famosas teorias estéticas existentes, de modo a ver se elas de fato incorporam afirmações corretas e adequadas acerca da natureza da arte.

Segundo Weitz (1956), para começar, considere uma versão famosa da teoria formalista, a qual foi proposta por Bell e Fry. É verdade que eles falam, sobretudo, da pintura nos seus escritos, mas ambos afirmam que aquilo que eles encontram nessa forma de arte pode ser generalizado para aquilo que é “arte” nas outras formas de arte. A essência da pintura, defendem eles, é a relação entre os elementos plásticos. A sua propriedade definidora é a forma significante, isto é, certas combinações entre as linhas, as cores, as formas e os volumes — tudo aquilo que se encontra na tela exceto os elementos representacionais — que evocam uma reação peculiar a tais combinações. A pintura é definível como organização plástica. A natureza da arte, aquilo que ela realmente é, afirma esta teoria, é uma combinação única de certos elementos (os elementos plásticos especificados) e das suas relações. Tudo aquilo que é arte é uma instância de forma significante; e tudo aquilo que não é arte não possui tal forma.

Mas as suas dificuldades também são enormes: o problema é conseguir explicar de maneira convincente em que consiste a tal propriedade comum a todas as obras de arte, a tal “forma significante”, responsável pelas emoções estéticas que experimentamos. Clive Bell refere, pensando também no caso da pintura, que a forma significante reside numa certa combinação de linhas e cores. Mas que combinação é essa e que cores são essas exatamente? E em que consiste a forma significante na música, na literatura, no teatro etc.? A ideia que fica é que a forma significante não serve para identificar nada.

Já os emocionalistas dizem que a verdadeira propriedade essencial da arte foi deixada de lado. Tolstoy, Ducasse ou qualquer outro dos defensores desta teoria, acham que a propriedade definidora requerida não é a forma significante, dita pelos formalista, mas antes a expressão das emoções num qualquer meio público sensual. Sem a projeção das emoções num qualquer pedaço de pedra ou num qualquer pedaço de madeira ou em certos sons, etc., não pode haver arte.

Mas, podemos mostrar que algumas pessoas não sentem qualquer tipo de emoção perante certas obras que são consideradas arte. Quer dizer que essas obras podem ser arte para uns e não o ser para outros? Nesse caso o critério para diferenciar as obras de arte das outras de que serviria? Teríamos, então, obras de arte que não são obras de arte, o que não faz sentido. Também não é grande ideia responder que quem não sente emoções estéticas em relação a determinadas obras não é uma pessoa sensível, como sugere Bell, o que parece uma inaceitável fuga às dificuldades.

Todas as teorias apresentadas aqui e mais outras que não deram para ser citadas são inadequadas em diferentes aspectos. Todas elas pretendem fornecer uma descrição completa das características definidoras das obras de arte e, contudo, cada uma delas deixa de lado algo que as outras tomavam como central.

Segundo Weitz, existe, além disso, um tipo diferente de dificuldade. Como definições reais, estes tipos de teorias deviam fornecer informações factuais sobre a arte. E se isto for verdade, podemos perguntar se serão elas teorias empíricas e abertas à verificação ou falsificação. Por exemplo, o que é que confirmaria ou infirmaria a teoria de que a arte é forma significante ou a personificação das emoções ou a síntese criativa de imagens? Parece nem sequer haver a mais pequena sugestão sobre que tipo de dados poderia testar estas teorias; e de fato, perguntamo-nos se elas não serão talvez definições honrosa de “arte”, isto é, propostas de redefinição do conceito de arte de modo a aplicá-lo em função de certas condições escolhidas, e não informações verdadeiras ou falsas acerca das propriedades essenciais da arte.



Abaixo, dois documentários que tratam do tema da arte de forma informativa e crítica:

Cidade Cinza (2013)

A produção trata de outra pergunta também muito presente nos dias de hoje: grafite também é arte? Com fatos e entrevistas sobre o assunto, o documentário discute a cobertura cinza (a cor do cimento) de grafites na cidade de São Paulo, feita pelas autoridades.

Link do vídeo:  Cidade Cinza (2013)


Saving Banksy (Salvando Banksy, em tradução livre) – 2017

O documentário evidencia os limites éticos entre a arte de rua e a comercialização desta, independente de autorização prévia. O grafiteiro Banksy (que prefere preservar sua identidade) é um dos focos da produção, já que ele teve obras vendidas sem o seu consentimento.

Link do vídeo: Saving Banksy

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