Juliana Varella
Veja.com
Ilha das Flores, curta documental de
Jorge Furtado lançado em 1989 ©
Ilha das Flores tem apenas 13 minutos,
mas são alguns dos minutos mais famosos do cinema brasileiro. Estudado há
trinta anos em aulas de assuntos tão diversos quanto biologia, consciência
ambiental, jornalismo e cinema, em escolas e faculdades, o curta-metragem
documental de Jorge Furtado enfim ganhou oficialmente um título que já
carregava no boca-a-boca: o de “melhor curta-metragem brasileiro de todos os
tempos”.
Quem o concedeu a honraria, em lista
divulgada neste domingo, 5, foi a Associação Brasileira de Críticos de Cinema –
Abraccine, que realizou uma votação entre críticos, professores e pesquisadores
de diversas regiões do país como parte de um projeto que culminará no livro
Curta Brasileiro – 100 Filmes Essenciais, produzido em parceria com o Canal
Brasil e a editora Letramento.
Ilha das Flores, vencedora do Urso de
Prata em Berlim em 1990, ocupa o primeiro lugar contando a história de um
aterro sanitário em Porto Alegre, desde o comércio de legumes até o consumo, o
descarte e o destino do lixo doméstico entre porcos e pessoas que vivem às
margens do “lixão”.
A lista também contempla nomes como
Glauber Rocha, com o curta Di (1977), e Andrea Tonacci, com seu Blablablá
(1968). A obra mais recente no compilado de 100 títulos é Guaxuma, de Nara
Normande, lançado em 2018.
O livro, organizado por Gabriel Carneiro
e Paulo Henrique Silva, está previsto para o segundo semestre de 2019 e será
distribuído em formato de luxo, com ensaios detalhando cada um dos filmes, além
de 20 artigos sobre a história do curta-metragem no Brasil. O estudo sobre
filmes curtos completa a coleção 100 Melhores Filmes, que já conta com
exemplares sobre o cinema brasileiro em geral, o documentário e a animação
nacionais.
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