Animação
diverte e emociona ao reinventar o mito do Papai Noel
Assim como panetones lotam as prateleiras de supermercados desde muito
antes do Natal, os filmes com temas natalinos já começam a pipocar por aí. Esse
é o caso de Klaus, primeira animação original da Netflix que entrou no catálogo
do serviço de streaming no dia 8 de novembro.
Dirigida pelo espanhol Sergio Pablos, criador da franquia Meu Malvado
Favorito e animador de produções da Disney na virada dos anos 1990 para 2000,
Klaus, porém, está longe de ser uma dessas animações genéricas comumente
lançadas apenas para faturar às custas das festas de fim de ano.
Mesmo tendo um visual que remete às animações dos anos 1990, em sua
trama, o filme aposta no novo, arriscando (e muito!) em fazer uma
reinterpretação do mito do Papai Noel com uma cara mais “realista”, mas que
nunca se esquece da magia do Natal.
Klaus não tem os orçamentos astronômicos de animações como as da Disney,
Pixar ou DreamWorks, mas é exatamente por isso que pode se dar ao luxo de focar
em simplesmente contar uma boa história, não tendo a “obrigação” de criar
personagens sem qualquer importância para a trama, que servem apenas para
vender bonecos, copos, toalhas e afins.
O filme conta a história de Jesper (Jason Schwartzman), filho mimado e
preguiçoso do dono de uma empresa de correios que é mandado por seu pai para
ser carteiro em Smeerensburg, uma remota ilha no Círculo Ártico, para dar-lhe
mais responsabilidade.
Chegando lá, Jesper encontra uma vila cinza e cheia de ódio, onde duas
famílias rivais, os Krum e os Ellingboe, brigam durante séculos. Por conta
disso, ninguém tem o menor interesse em mandar cartas. Desesperado com a
possibilidade de não cumprir sua cota de entregas e poder voltar à sua boa vida
na cidade grande, Jesper acaba descobrindo uma solução para seus problemas
quando conhece o carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), um homem bruto e de poucas
palavras que vive isolado em uma casa cheia de brinquedos.
Talvez o único ponto fraco do filme seja Jesper, um tipo de resumo de
diversos clichês de personagens desse tipo de história. Aquele que vai cair na
real e se dar conta da beleza das coisas simples da vida e de como a bondade
gera bondade. O que não deixa de sempre ser uma mensagem legal, claro. Mas que
não tem a profundidade de personagens como Klaus e a desiludida professora Alva
(Rashida Jones).
Klaus é uma das boas surpresas dessa temporada de Natal. Um filme que
diverte e emociona trazendo algo novo a um subgênero de ideias tão batidas. Não
subestima a inteligência das crianças e entretêm os adultos. Perfeito para ver
com a família reunida.
Rafael
Argemon
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