Por
Marcel Camargo
O tempo é uma das coisas mais
preciosas que existem, principalmente hoje, em que precisamos correr sem parar,
numa busca frenética por dinheiro e pela manutenção dos bens que conquistamos
com muito esforço. Por isso, perder tempo é por demais penoso, haja vista a
necessidade de sorvermos com máxima intensidade os momentos em que fazemos o
que dá prazer, junto com quem nos merece. É preciso abandonar o que não se pode
mudar.
Abandone a falsa ilusão de o
outro vá mudar, de que um dia ele vai acordar e, sem mais nem menos, mudará seu
comportamento, nem que seja daqui a anos e anos. Quem realmente quer mudar não
precisa de ninguém lhe implorando, dia após dia, que mude. Poucos conseguem
mudar comportamentos que prejudicam quem está ao lado, pois, para isso, é preciso
enxergar o outro. Pessoas que machucam não enxergam ninguém além do eu.
Abandone o amor por alguém,
quando esse sentimento só existir dentro de você. Ninguém consegue sustentar um
relacionamento sozinho, simplesmente porque afeto não vinga de forma unilateral,
sem reciprocidade e cumplicidade. Mendigar sentimentos é humilhante demais,
pois só traz dor e vazio. O eco amoroso vem com verdades, nada menos do que
isso. Ecos vazios não significam nada e você merece muito mais do que nada.
Abandone as amizades que não
possuem nenhum resquício de lealdade na forma como se desenvolvem. Assim como
nos relacionamentos amorosos, se não houver duas partes completas e mutuamente
ligadas, o peso recairá todo de um lado só. E, se for você quem carrega esse
peso extra, certamente não compensa permanecer mais ali. Não force amizade, nem
se humilhe por quem nunca se lembra de que você existe. Antes de qualquer coisa, seja seu próprio melhor
amigo.
Como se vê, abandonar pessoas
que não amam de volta, lugares que sufocam, situações que machucam e lembranças
doídas será uma estratégia de sobrevivência eficaz e extremamente necessária,
caso queiramos seguir em paz. É assim que a gente não perde a esperança de ir
ao encontro de gente verdadeira e de momentos preciosos, que nos aguardam
sempre por aí, quando menos esperamos.
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