Pensar é difícil, é por isso que a maioria das pessoas prefere julgar
Por Alessandra Piassarollo
Dizem que de médico e louco
todo mundo tem um pouco. Devem ter esquecido de acrescentar que de juiz também
tem. É tanta disposição para julgar a vida dos outros que chega a surpreender.
Tantas preocupações podem nos
rondar a vida, tantos afazeres para serem cumpridos e o que mais se vê por aí
são pessoas que preferem se ater ao que acontece na vida dos outros. Chega a ser difícil de compreender.
A verdade é que saber os
motivos que levaram essa ou aquela pessoa a tomar uma decisão, mudar de rumo ou
de atitude, devem dizer respeito somente a ela mesma.
Sendo próximos ou distantes no
círculo de convívio, tendo intimidade ou não, a ninguém cabe o direito de dizer
o que as pessoas devem fazer ou deixar de fazer da própria vida. Presumir,
supor e julgar são ações que não devem ser aplicadas sobre as decisões e
comportamentos das outras pessoas. Mas, contudo e todavia, nem todos se dão
conta de que deve ser assim. Cuidar da própria vida nem sempre é o
comportamento mais adotado.
É como se todos soubessem a
receita, os remédios e os métodos para solucionarem os problemas que são das
outras pessoas. É muita gente cheia de dicas de como conduzir a vida e que, ao
invés de autoaplicá-las, prefere aplicá-las na vida alheia; que não se contenta
em cuidar da própria existência e decide dedicar uns palpites à vida do outro,
adotando comportamentos que vão desde inconvenientes a maldosos, passando pela
certeza de serem desnecessários.
Afeito a analisar o
comportamento humano, Carl Jung declarou que “pensar é difícil, é por isso que
a maioria prefere julgar.” Tirar conclusões a partir do que se vê apenas, ainda
que o que está à vista seja apenas a ponta do iceberg parece ser a “praia” do
ser humano. E pior que concluir, é espalhar essa conclusão como certeza, quando
não deveria chegar nem perto disso.
Existem verdades que são muito
pessoais e que precisam e devem ser respeitadas; motivações que pertencem ao
íntimo de cada pessoa e que devem ser preservadas dos julgamentos, sobretudo
dos superficiais. Já o escritor Paulo Coelho afirmou:
“Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua
própria dor e renúncia. Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra
é achar que seu caminho é o único.”
Deveria ser regra, mas é
exceção. Sendo assim, e como é quase impossível escapar dos julgamentos e dos
seus malefícios, a dica mais importante a ser oferecida é: não se atormente com
o que dizem, sobretudo quando as pessoas não sabem sua versão dos fatos.
Não dê ouvidos a quem não sabe
nada sobre você. Viva em paz com suas verdades, porque o mais importante é como
você se sente e lida com elas. Julgamentos são o que são, apenas julgamentos.
Eles não devem ter, nunca, nenhum poder sobre você.
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