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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Papa Francisco: cuidado com os cristãos que se apresentam como “perfeitos”


O Santo Padre nos alerta: coração dos hipócritas não está aberto à graça
  


Por Redação Aleteia

O Papa Francisco comentou a passagem do Evangelho de São Lucas em que Jesus dá uma resposta dura ao fariseu admirado porque Ele se senta à mesa sem ter lavado as mãos como a Lei prescrevia.

O Papa enfatiza a diferença entre o amor do povo por Jesus e o ódio dos doutores da lei, escribas, saduceus e fariseus que o seguiam para pegá-lo em alguma falta.

“Eram realmente um exemplo de formalidade. Mas faltava vida a eles. Eram, por assim dizer, “engomados”. Eram os rígidos. E Jesus conhecia a alma deles. Isto nos escandaliza, porque eles se escandalizavam com as coisas que Jesus fazia quando perdoava os pecados, quando curava no sábado. Eles rasgavam as suas vestes: ‘Oh! Que escândalo! Isto não é de Deus, porque o certo é fazer assim’. Eles não se importavam com as pessoas: para eles importava a lei, as prescrições, os preceitos”.

Mesmo assim, Jesus aceita o convite do fariseu para o almoço, porque Ele é livre e quer chegar a todos. Ao fariseu, escandalizado com o seu comportamento, Jesus responde:

“Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades”.

O Papa comenta:

“Não são palavras bonitas, não é? Jesus falava claro, não era hipócrita. Falava claro. E disse a ele: ‘Por que você olha para o exterior? Olhe para o que existe dentro’. Em outra ocasião já tinha dito a eles: ‘Vocês são sepulcros caiados’. Belo elogio, não? Belos por fora, todos perfeitos… todos perfeitos… Mas, por dentro, cheios de podridão, de roubos e maldades, diz Ele. Jesus faz a distinção entre a aparência e a realidade interior. Aqueles homens são ‘os doutores das aparências’: sempre perfeitos, mas, por dentro, o que há?”.

Francisco recorda outras passagens do Evangelho em que Jesus condena essas posturas, como a parábola do Bom Samaritano ou Suas palavras sobre jejuar e dar esmolas com ostentação.

“Jesus qualifica estas pessoas com uma palavra: ‘hipócrita!’”.

São pessoas de alma gananciosa, capazes de matar.

“E capazes de pagar para matar ou caluniar, como se faz hoje. Hoje também se faz assim: se paga para dar más notícias, notícias que sujam os outros”.

Eram pessoas “rígidas”, não dispostas a mudar.

“Mas sempre, por trás de uma rigidez, existem problemas, problemas graves. Por trás das aparências de bom cristão – aparências – existem problemas. Ali não está Jesus. Ali está o espírito do mundo”.

Jesus os chama de “insensatos” e os aconselha a abrirem a alma ao amor, para que a graça possa entrar: a salvação “é um dom gratuito de Deus. Ninguém salva a si mesmo, ninguém”. Completa o Papa:

“Tenham cuidado com os rígidos. Tenham cuidado com os cristãos, sejam eles leigos, padres, bispos, que se apresentam como ‘perfeitos’, rígidos. Tenham cuidado. Não há o Espírito de Deus ali. Falta o espírito da liberdade. E tenhamos cuidado com nós próprios, porque isso deve nos levar a pensar em nossa vida. Eu costumo olhar só para as aparências? E não mudo o coração? Não abro o meu coração à oração, à liberdade da oração, à liberdade da esmola, à liberdade das obras de misericórdia?”.

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