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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A inveja de um amigo é pior que o ódio de um inimigo



Sara Espejo

A inveja se manifesta como um sentimento de ressentimento, antipatia ou ciúme pelo que outra pessoa tenha conseguido ou mesmo pelo que essa pessoa representa, quando o outro se ver limitado para conseguir alcançar ser o que a pessoa é ou ter o que ela tem.

A inveja que parte de um amigo é uma das mais tóxicas, porque raramente será identificável, ninguém se sente orgulhoso de sentir inveja e, desde que ele possa evitar ser descoberto, melhor. Mas no caso de amigos, eles geralmente têm um grau de influência sobre nós, são livres para dizer ou “nos” ajudar a resolver algumas coisas, e conscientemente ou inconscientemente, poderiam estar sabotando nossas ações por seus desejos ocultos.


São poucas as pessoas que sentem satisfação real com as conquistas dos outros e até mesmo muitos podem até se alegrar com nossos problemas, incluindo nossos amigos e inimigos, pois, ser bem sucedido é uma coisa que incomoda… Embora todos estejam razoavelmente nivelados, as coisas fluirão melhor para a maioria, de acordo com percepções egoístas.

Quando alguém começa a se destacar em qualquer uma de suas áreas, aqueles que olham ao seu redor, a menos que coloquem um benefício associado a essa decolagem, normalmente estarão desejando que os que o rodeiam estejam bem, mas não melhor que eles. São poucos os que, honestamente, de coração aberto, podem mostrar alegria pelo bem que os outros recebem.


É por isso que quando ouvimos nossos amigos, precisamos colocar muitos filtros, porque suas recomendações podem ser alinhadas apenas com o que os faz se sentir melhor ou se adequam de alguma forma.

A inveja é muito frequente e se manifesta de mil maneiras, sua energia é sempre negativa e muitas vezes quem sente não se sente capaz de reconhecê-la. A maioria deles vive de alguma forma comparando suas vidas com as dos outros e sentindo-se superior a alguns e inferior aos outros. Se investissem essas energias no crescimento, em se apaixonar por suas vidas, não precisariam estar tão conscientes dos eventos da vida de outra pessoa e, provavelmente, sua qualidade de vida melhoraria consideravelmente.

Não se esqueçam que...


Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajeto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples ato de respirar.

Estejamos vivos, então!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

27 de fevereiro - Dia Nacional do Livro Didático



A trajetória do livro didático no Brasil remonta ao ano de 1929, quando o governo criou um órgão específico para legislar sobre essa área, o Instituto Nacional do Livro (INL). Ao longo das décadas, a política oficial para o livro didático passou por diversas adaptações, até chegar ao atual Programa Nacional do Livro Didático, criado em 1985.

A partir daquele ano, o professor passou a escolher o livro mais adequado aos seus alunos e ao projeto político pedagógico da escola. A reutilização do livro e a introdução de critérios de produção seguindo normas técnicas, com o objetivo de garantir maior durabilidade e qualidade do material, também foram importantes avanços.

Xanxerê: 65 anos de história



O bandeirante Jerônimo Pedroso de Barros, em 1641, segundo documentos jesuítas, foi o primeiro branco civilizado a pisar em terras de mata virgem do Oeste Catarinense a procura de índios para escravizar.

Por volta de 1839, um grupo de fazendeiros brasileiros vindos de Guarapuava e Palmeira, então província de São Pedro, resolveu explorar os sertões do sul, motivados pelas notícias de grandes extensões de terras.

Na expedição fez parte um jovem de Minas Gerais, chamado José Raimundo Fortes, que mais tarde obteve a concessão de uma grande área de terras chamada Campina do Gregório, onde se localiza hoje o centro de Chapecó.
O jovem tornou-se um dos primeiros moradores do Oeste de Santa Catarina e formou família com Ana Maria de Jesus.

Pelo decreto nº 2.502 de 16 de novembro de 1859, foram criadas duas Colônias Militares, a de Chapecó e Chopin.

Porém, a instalação destas colônias só ocorreu bem mais tarde porque o governo argentino reclamou contra a criação das colônias militares, alegando que as terras estavam em litígio, seguindo-se daí uma série de explicações e trocas de notas diplomáticas.

Algum tempo depois foi nomeado o primeiro diretor da Colônia Militar de Xanxerê por um período de 17 anos, o Capitão José Bernardino Bormann com a tarefa de executar a fundação da Colônia Militar de Chapecó, aqui onde hoje é Xanxerê, em 1880 e sua instalação em 14 de março de 1882.

Após este período a Colônia Militar decaiu, e no ano de 1890, a de Xanxerê passou a pertencer a Palmas no Paraná, cujo local onde estava inserida recebeu a denominação de Distrito de Generozópolis.

Sem outra possibilidade de solução, Santa Catarina por seu representante, propôs contra o Paraná uma ação perante o Supremo Tribunal Federal, e obteve sentença favorável.

Na eminência de execução de sentença, surgiram ameaças de resistência pela força.

Em 1916, houve a intervenção amistosa do Presidente da República Wenceslau Braz, que perante os governadores, General Felipe Schimidt, de Santa Catarina e o Coronel Carlos Cavalcanti, do Paraná, resolvendo a questão de limites por acordo entre Santa Catarina e Paraná.

Pela Lei Estadual nº 1147 de 24 de agosto de 1917, Santa Catarina é dividida em novos municípios, entre os quais, Chapecó.

Em 31 de dezembro de 1917, por ato do governo catarinense o município de Chapecó ficou dividido em cinco distritos, entre os quais, Xanxerê.

Pela Resolução nº 05/1917 do Superintendente de Chapecó, Manoel dos Santos Marinho, foi nomeado José Júlio Farrapo para Intendente do Distrito de Xanxerê.

Em 5 de novembro de 1919, pela Lei nº 1.260, o governo Hercílio Luz, determinou que a sede do município de Chapecó fosse transferida para Xanxerê.

Em cinco de dezembro de 1923 a sede municipal passou para Passo Bormann.

Em virtude de tal mudança Xanxerê passou a chamar-se Rui Barbosa, pertencente à Comarca de Chapecó, até fins de dezembro de 1929.

Com a revolução de 03 de outubro de 1930, foi investido na função de governador do Estado o General Ptolomeu de Assis Brasil e, pelo mesmo, foi designado para Prefeito de Chapecó o cidadão Nicácio Portela Diniz, o qual determinou a restauração da sede do município em Passo Bormann (antiga Campina do Gregório, de propriedade de José Raimundo Fortes) e a sede de comarca continuando ser em Xanxerê.

Os habitantes de Xanxerê iniciaram um longo processo de emancipação.

A vila cresceu, principalmente pelo extrativismo das madeireiras, com pinheiros, araucária, existentes em Xanxerê e região.

Em 30 de dezembro de 1953, pela Lei 133, foi criado o município de Xanxerê, desmembrado de Chapecó.

Sua instalação oficial deu-se em 27 de fevereiro de 1954, quando um grupo de pessoas compareceu ao Ato, na hoje Rua Victor Konder, em uma simples casa de madeira, assumindo o cargo de Prefeito provisório o professor Teodósio Maurício Wanderley, Inspetor Geral de Ensino do Estado, por designação do então governador Irineu Bornhausen.

Em 15 de novembro de 1956 foi instalada a Câmara Municipal de Vereadores e em 05 de junho de 1956 foi instalada a Comarca de Xanxerê.
A área que atualmente compreende o município de Xanxerê, teve os seguintes nomes:

Distrito de Generozópolis;
Vila de Xanxerê;
Distrito de Rui Barbosa;
Distrito de Xanxerê;
Município e Comarca de Xanxerê.

Xanxerê significa na língua indígena Kaigang "campina das cobras" ou "campina da cascavel" – na área a existência de muitas espécies de cobras com predominância da cobra cascavel.

Os índios Kaingang e Guaranis foram os primeiros habitantes do Oeste Catarinense, isto aproximadamente no ano de 1800.

Depois vieram os portugueses, sírios, turcos, alemães, libaneses, poloneses, italianos e outros. Parabéns povo xanxerense pelos seus 65 anos de emancipação politico-administrativa.




 Foto: novembro de 1961/ fevereiro de 2019 (Rua Coronel Passos Maia)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa para esconder



Alessandra Piassarollo

A máxima bíblica “não julgueis para não serdes julgados” parece não encontrar o seu lugar. Tampouco, o corre-corre da vida moderna é capaz de evitar esse desperdício de tempo. Ele ainda é gasto com a feia mania de falar da vida alheia e repreender as escolhas e caminhos dos outros como se fossem propriedade pública e disponível.

Chico Xavier revelou ter aprendido a importância e a beleza de não julgar, dizendo: “Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja.”

Acontece que o julgamento costuma ser atrelado à maledicência, ao saber tudo sobre todos, e isso é uma inverdade absoluta. Mesmo acompanhando uma pessoa de perto, convivendo com bastante proximidade, não é possível conhecer todos os desejos, motivos e motivações do coração de alguém.

“O coração dos outros é terra onde ninguém vai”, assegura um ditado antigo. E é exatamente disso que se trata. Ninguém sabe o suficiente sobre alguém, a ponto de ter poder ou conhecimento de causa para julgá-lo. É impossível conhecer todas as verdades contidas dentro do coração de uma pessoa. Da mesma forma, não é dada a ninguém a capacidade de compreender todas as emoções e sentimentos que essa pessoa já viveu; todas as dores, incertezas e angústias que ela já experimentou. Isso é motivo claro e suficiente para afirmar que ninguém deve julgar ninguém por atos ou escolhas que tenham sido adotados.

De outro lado, e com base nesses mesmos argumentos, ninguém deve se intimidar pelos dedos indicadores que lhes são apontados, se o que levar a isso for apenas um julgamento. É sabedoria conseguir concentrar-se nos valores que regem os atos e na consciência tranquila. Se ao terminar de um dia, eles não acusam nem condenam, não há o que temer.

Não podemos nos tornar reféns do que pensam sobre nós. Madre Teresa de Calcutá afirmou: “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.” E vê-se claramente que o amor tem se tornado cada vez mais condicional. Há amor enquanto cabemos em uma determinada medida, somos de determinado jeito, pensamos de tal forma. Fora de certo padrão não servimos bem, incomodamos, somos julgados. E julgados por pesos e medidas particulares, baseados em convicções e perspectivas pouco amplas. Somos comparados às expectativas que tinham sobre nós e quando elas não se realizam, pronto: há um julgamento instantâneo e pouco misericordioso.

Cada pessoa tem uma história que foi feita por erros e acertos e que merece ser respeitada. Tentar, acertar e errar faz parte da vida de cada um de nós, julgar é que não precisa fazer. É perfeitamente dispensável.

A isso acrescenta-se o fato de que cada sentença pode dizer mais sobre quem a proferiu do que sobre a quem ela se refere. Renato Russo repetiria que “quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa para esconder”. Há sempre vidro rondando nossos telhados, afinal. E sendo assim, nenhum de nós está apto a julgar, não é mesmo?