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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Em recuperação

Artigo publicado no Jornal O DIA/RJ no dia 14/set/2014.

Júlio Furtado

 
Saiu o resultado do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira relativo ao ano de 2013 e os resultados são indicativos de várias conclusões, sendo a principal delas a de que os problemas aumentam com a idade. No primeiro segmento do Ensino Fundamental que engloba as cinco primeiras séries, com algumas exceções, os resultados estão dentro ou acima do esperado, tomando-se como referência as metas para 2020. No segundo segmento do Fundamental (6º ao 9º ano) e no Ensino Médio, ficamos abaixo da meta intermediária estabelecida para 2013.
Estamos conseguindo fazer nossas crianças aprenderem mais e melhor, mas ainda não conseguimos esse feito com nossos adolescentes e jovens. A frequência de conflitos entre professores e alunos no segundo segmento do Fundamental somada aos índices de reprovação revelam uma escola que não consegue fazer com que adolescentes com idades entre 11 e 15 anos aprendam o mínimo necessário nessa etapa educacional. O principal desafio dos professores nessa fase é usar, em sala de aula, uma metodologia que desperte o interesse e a atenção desses alunos. A superação desse desafio passa pela utilização da tecnologia e pela abordagem dos conteúdos através de linguagens e contextos de interesse dos estudantes.
No Ensino Médio o desafio é maior. Além da questão metodológica e da inserção da tecnologia na sala de aula, esse segmento precisa ser reformulado para atender aos principais interesses dos jovens de 15 a 18 anos, em especial a iniciação para o trabalho. Desde a primeira medição do IDEB em 2005, a média nacional do Ensino Médio nunca ultrapassou os 4,0 pontos, numa escala de 0 a 10. Somemos a isso as elevadas taxas de repetência e de evasão encarada pelo segmento, que experimentou um aumento nos últimos anos. É preciso reformular o currículo, oferecer formação continuada aos professores com ênfase em métodos didáticos mais efetivos e criar meios de diagnosticar e trabalhar as deficiências dos alunos antes que se tornem irreversíveis e alimentem os índices de reprovação.
De forma geral, estamos em Recuperação. Numa escala de 0 a 10, o Brasil tirou nota 5,2 do 1º ao 5º ano e 4,2 do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. No Ensino Médio, amargamos uma nota 3,7. Nesse contexto, só nos resta comemorar a elevação de alguns décimos e ficarmos atentos, pois numa escola de média 6,0 estaríamos reprovados em todos os segmentos.

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