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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

De Mario Quintana.... mulheres...




Aos 3 anos: Ela olha pra si mesma e vê uma rainha.
Aos 8 anos: Ela olha para si e vê Cinderela.
Aos 15 anos: Ela olha e vê uma freira horrorosa. ...
Aos 20 anos: Ela olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, cabelo muito liso, muito encaracolado, decide sair mas, vai sofrendo.
Aos 30 anos: Ela olha pra si mesma e vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, cabelo muito liso muito encaracolado, mas decide que agora não tem tempo pra consertar então vai sair assim mesmo.
Aos 40 anos: Ela se olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, cabelo muito encaracolado, mas diz: pelo menos eu sou uma boa pessoa e sai mesmo assim.
Aos 50 anos: Ela olha pra si mesma e se vê como é. Sai e vai pra onde ela bem entender.
Aos 60 anos: Ela se olha e lembra de todas as pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo.
Aos 70 anos: Ela olha para si e vê sabedoria, risos, habilidades, sai para o mundo e aproveita a vida.
Aos 80 anos: Ela não se incomoda mais em se olhar. Põe simplesmente um chapéu violeta e vai se divertir com o mundo.
Talvez devêssemos pôr aquele chapéu violeta mais cedo!


 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

LER PARA APRENDER



“Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?  
Fernando Pessoa, in: Notas Autobiográficas e de Autognose”


Marilene dos Santos[1]

            A principal função da escola é desenvolver no aluno a capacidade de aprender a aprender. Uma das ferramentas fundamentais para que esse processo se instale é o domínio da linguagem; ele é adquirido pela leitura e pela escrita e vai repercutir em todas as áreas do conhecimento.
            Com a leitura aprendemos as ideias que circulam na sociedade, seus valores, suas disputas, os lugares que cada um ocupa no tecido social e como se dá a mobilidade das ideias e das pessoas.
            O ato de ler e escrever exige disciplina, concentração e trabalho. Manguel, em seu livro “Uma história da leitura” (Companhia das Letras, 1997), apresenta exemplos de leitores que passam despercebidos como tais, como o astrônomo que lê um mapa de estrelas, o jogador que lê os gestos do parceiro antes de jogar a carta, o público que lê os movimentos da dançarina no palco e o amante que lê cegamente o corpo amado.
            Nesse paradigma, a leitura não pode ser limitada ao texto escrito, muito menos a um só significado existente em cada frase, imagem, fala ou expressão. Existem diversas maneiras de se ler e de ser leitor.
            Convém ressaltar que a compreensão de um texto não requer que os conhecimentos do texto e os do leitor coincidam, mas que possam interagir para assim, considerar que esses conhecimentos são diferentes de leitor para leitor, o que implica uma pluralidade de leituras de sentidos em relação a um mesmo texto.
            Nós professores, temos a tarefa de preparar nosso aluno, ajudando-o em primeiro lugar a descobrir o sentido e o significado em cada imagem, fala ou expressão. A existência de bibliotecas é um fator de extrema importância na formação dos leitores, e o local deve ser aprazível, acolhedor e contar com profissionais interessados em trabalhar como mediadores de leitura, e não como guardadores de livros.
            Não basta expor os educandos a uma multiplicidade de textos, mas selecionar e trabalhar esses textos, com base no gênero a que eles pertencem. Leitura dirigida, por exemplo, só deve ser adotada se acompanhada de discussão; o contrário, o ideal mesmo é a leitura livre.
            O jovem precisa da escola não só para aprender, mas para ser cidadão. A escola deve ser o elemento agregador, o lugar de conflitos e crescimentos e, sobretudo, de reconhecimento. Qualquer profissional é cobrado se não mostrar um bom desempenho. O resultado do nosso trabalho está no sucesso do nosso aluno. Temos o dever de procurar ajudá-lo a alcançar o sucesso. Verifica-se dessa forma que, na qualidade de leitores ativos, o leitor estabelece relações entre conhecimentos anteriormente construídos e as novas informações contidas no texto, possibilitando-lhe processar, criticar, constatar e avaliar as informações que lhe são apresentadas, produzindo sentido ao que leu.
 


OBS: Artigo publicado no Jornal Folha Regional dia 31 de Maio e 01, 02 de Junho de 2008


[1] Professora formada em Letras Português e Inglês.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Educação Ambiental



Para início de conversa

             Ecologia parece ser o tema da moda. Nos jornais e na televisão ele está cada vez mais presente. Até nos comerciais e nas embalagens de diversos produtos constantemente são mostradas cenas de florestas e de animais. Grupos ou pessoas identificadas como ecologistas ou defensores do meio ambiente ganham espaço na mídia. Difundem-se slogans como “Respeite a natureza” e “Preserve o verde”.

            Uma recente pesquisa de opinião (O que o brasileiro pensa da ecologia – 1993) apontou que o nosso povo manifesta grande interesse pelo meio ambiente: valoriza a natureza, é favorável a sua preservação e, até, a considera sagrada. Mas as posturas favoráveis à natureza revitalizam-se à medida que os temas ganham concretude ou proximidade. O brasileiro desconhece ou não tem informações sobre as questões ambientais e, em nível pessoal, não acredita estar ao seu alcance uma ação ativa e efetiva pelo meio ambiente.

            Quando solicitado a enumerar os componentes do meio ambiente, menciona em primeiro lugar, os elementos naturais: as matas, os animais selvagens, os rios, o ar e o solo. Atribui pouca importância à presença humana ou fatores sociais.

            Os dados dessa pesquisa demonstram que a população brasileira tem dificuldade em entender que ecologia, pobreza e desenvolvimento são faces de uma mesma moeda. Dessa forma, é precária a compreensão de que a degradação ambiental está evidentemente associada ao padrão de produção, distribuição e consumo do atual modelo de desenvolvimento.

            Será que a ecologia ou meio ambiente dizem respeito à natureza, como pensa majoritariamente o brasileiro, e que, portanto, Educação Ambiental significa somente explicar como funcionam os ciclos naturais e incentivar as pessoas para que amem e respeitem as plantas e os animais? Ora, de uma forma ou de outra, isso já é feito nas escolas há muito tempo; é a prática corrente ensinar a fotossíntese e comemorar o Dia da Árvore. Qual a novidade?

            É preciso ter em mente que, nos dias atuais, quando pensamos em ecologia devemos considerar:

            - as complexas relações de interdependência entre os diversos elementos da natureza, nos quais o homem se situa;

            - que o homem é capaz de conhecer e transformar a natureza, atribuindo-lhe significados e valores que se modificam ao longo da história;

            - que o homem não se relaciona com a natureza apenas como indivíduo, mas principalmente por meio do trabalho e de outras práticas sociais, e que, portanto, tal relação tem dimensões econômicas, políticas e éticas.

            Por isso, discutir acerca do meio ambiente significa tratar questões bastante complexas, como agricultura, indústria, pobreza e desenvolvimento. A Educação Ambiental não pode limitar-se a ensinar os mecanismos de equilíbrio da natureza. Fazer Educação Ambiental é também revelar os interesses de diferentes grupos sociais em jogo nos problemas ambientais. Além do amor à natureza e do conhecimento de seus mecanismos, é preciso aprender a fazer valer nossos ideais com relação aos destinos da sociedade em que vivemos e do planeta que habitamos.

Educação Ambiental: uma abordagem pedagógica dos temas da atualidade.

Centro Ecumênico de Documentação e Informação – CEDI/Koinonia –

Presença Ecumênica e Serviço / Ação Educativa/CRAB –

Movimento de Atingidos por Barragens. Rio de Janeiro, 1994, p. 9-10.