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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Leitura: O Sol é Para Todos, de Harper Lee



Um dos romances mais adorados de todos os tempos, O sol é para todos conta a história de duas crianças no árido terreno sulista norte-americano da Grande Depressão no início dos anos 1930. Jem e Scout Fincher testemunham a ignorância e o preconceito em sua cidade, Maycomb – símbolo dos conservadores estados do sul dos EUA, empobrecidos pela crise econômica, agravante do clima de tensão social. A esperta e sensível Scout, narradora da trama, e Jem, seu irmão mais velho, são filhos do advogado Atticus Finch, encarregado de defender Tom Robinson, um homem negro acusado de estuprar uma jovem branca. Mas não é só nessa acusação e no julgamento de Robinson que os irmãos percebem o racismo do pequeno município do Alabama onde moram. Nos três anos em que se passa a narrativa, deparam-se com diversas situações em que negros e brancos se confrontam. Ao longo do livro, os dois irmãos e seu pequeno amigo de férias, Dill, passam por tensas aventuras, grandes surpresas e importantes descobertas. Nos episódios vividos ao lado de personagens cativantes, como Calpúrnia, Boo Radley e Dolphus Raymond, aprendem e ensinam sobre a empatia, a tolerância, o respeito ao próximo e a necessidade de se estar sempre aberto a novas ideias e perspectivas. O sol é para todos é o único livro de Harper Lee. Sucesso instantâneo de vendas nos EUA, que se tornou um grande best-seller mundial. Recebeu muitos prêmios desde sua publicação, em 1960, entre eles, o Pulitzer. Traduzido em 40 idiomas, vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo e, em 1962, foi levado às telas com Gregory Peck – ganhador do Oscar por sua interpretação de Atticus Finch - Brock Peters, Robert Duvall e outros.

O Sol é Para Todos é narrado pela pequena Jean Louise, ou apenas Scout como é carinhosamente chamada por seus conhecidos. Ela é órfã de mãe e vive com seu pai Atticus, seu irmão Jem e a cozinheira/governanta/babá Calpúrnia. Ela conta como era a sua infância e travessuras junto de Jem e de Dill, o sobrinho da vizinha, na cidade de Maycomb (fictícia) do estado de Alabama, Estados Unidos, durante a década de 1930, quando da Grande Depressão.

A primeira metade do livro destina-se a traçar o perfil da sociedade de Maycomb, tudo sob a perspectiva de uma criança de seis anos de idade. Durante suas férias, Scout, Jem e Dill tentam fazer com o que o vizinho Arthur Raddley, que tornou-se recluso há anos (e, portanto, as crianças não o conhecem), saia de casa. Eles inventam histórias a respeito de Boo, como o apelidaram, as quais demonstram como são crianças de imaginação engenhosa: envolto por mistérios, acabam criando um perfil assustador do vizinho. Dentre as situações episódicas narradas por Scout há uma aposta de tocar na parede da casa de Boo e até de olhar através da janela dele. Tudo, é claro, repleto de medo e de aventura.

Porém tudo muda na sossegada infância de Scout a partir da segunda metade do livro, quando seu pai, Atticus, um renomado advogado da região, é nomeado para a defesa de um negro acusado – injustamente – de estuprar uma garota branca. A mudança do comportamento da sociedade de Maycomb muda drasticamente e acompanhamos esta transformação sempre sob o olhar de uma criança, a qual se torna alvo das mesmas discriminações voltadas a seu pai.

Com um misto de revolta e dó, o leitor se vê envolvido numa história que discute racismo, discriminação racial, preconceitos históricos e direitos humanos.

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