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sábado, 16 de abril de 2022

O porquê da Páscoa não ser no mesmo dia todo ano

  

A Páscoa é uma das festas mais antigas, e a principal do ano litúrgico cristão. Surgiu em Roma no início do segundo século.

O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia. A sequência de datas varia de ano para ano, sendo no mínimo em 22 de março (a data do equinócio) e no máximo em 24 de abril, transformando a Páscoa numa festa “móvel”. A forma de calcular o domingo de páscoa é contando 46 dias a partir da quarta-feira de cinzas. A páscoa cristã acontece antes da quaresma, período que dura 40 dias entre a quarta-feira de cinzas e o domingo de Ramos, que ocorre uma semana antes da Páscoa. A festa dos ramos relembra a entrada de Jesus em Jerusalém, pouco antes de sua morte.  De fato, a sequência exata de datas da Páscoa repete-se aproximadamente em 5.700.000 anos no nosso calendário Gregoriano.

Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. (A igreja, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Concílio de Nicea (Primeiro Concílio de bispos cristãos realizado na Turquia asiática) em 325 d.C, definir a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária – conhecida como a “lua eclesiástica”).

A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A festa faz referência à última ceia de Jesus com os discípulos, sua prisão, julgamento, condenação, crucificação e ressurreição. A celebração inicia no domingo de Ramos e termina no domingo de páscoa, período compreendido como Semana Santa.

No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach, no grego Paskha e no latim Pache que significa "passagem". É o nome do sacrifício executado em 14 de Nissan segundo o calendário judaico e que precede a Festa dos Pães Ázimos (sem fermento). Já os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques. É uma festa celebrada há mais de dois mil anos, para lembrar o êxodo dos judeus do Egito, depois de trezentos anos de escravidão. Para os cristãos, essa é a mais importante das datas cristãs. É comemorada em todas as partes do mundo e simboliza alegria, recomeço, nova vida e sentido do sacrifício, em razão da passagem à ressurreição. 


No hemisfério Norte a páscoa é festejada no início da primavera, onde alguns elementos como o coelho, passaram a fazer parte da festa, por ser um animal com grande poder reprodutor. Ele representa o nascimento e a nova vida, em razão de sua fertilidade, pois é um animal que se reproduz rapidamente e em grande escala (símbolo de fertilidade). E é o primeiro a reaparecer depois do inverno. Para os egípcios, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida.

Por outro lado, a tradição do Coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.

Outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos.

Já, os ovos pintados com cores brilhantes representa a luz solar. Simboliza o nascimento, a nova vida que retorna à natureza, (visto que a existência de muitos animais tem sua origem no ovo). O ovo contém o germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a criação cíclica. Ele é o símbolo da vida. Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este “ovo cósmico” aparece depois de um período de caos. Os cristãos primitivos da Mesopotâmia foram os primeiros a usar ovos coloridos na Páscoa para representar a alegria da ressurreição e o reconhecimento do sacrifício. A tradição de oferecer ovos veio da China. Séculos atrás os orientais se preocupavam em envolver os ovos naturais em cascas de cebola, cozinhando-os com beterraba. Quando retirados da água quente, apresentavam desenhos nas cascas.

O costume de presentear ovos chegou ao Egito e à Pérsia. As pessoas passaram a tingir ovos com alegres cores, presenteando-os aos amigos na Festa da Primavera. Os persas acreditavam que a Terra havia saído de um ovo gigante.

Existem algumas versões para explicar a substituição de ovos naturais pelos de chocolate. A hipótese mais provável é a que se refere à indústria de chocolate, iniciada pelo holandês Van Houtem, em 1828.

O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.

No Novo Testamento, Cristo é o Cordeiro de Deus sacrificado uma vez por todas em prol da salvação de toda a humanidade. É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.

Muitos costumes ligados ao período pascal vêm da celebração da Páscoa judaica, em que o sacrifício do cordeiro era um prognóstico do sacrifício de Cristo na cruz. Depois da morte de Jesus Cristo, os cristãos consagraram o hábito de comemorar a Páscoa como lembrança da ressurreição. No século XVIII, a Igreja o adotou, oficialmente, visto ser Cristo o cordeiro pascal.

Por outro lado, a Cruz também é tida como um símbolo pascal. Ela mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no sofrimento de Jesus. No Concílio de Nicea em 325 d.C, o Imperador Constantino decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo. Então, além de ser um símbolo da Páscoa, é também o símbolo primordial da fé católica.

O pão e o vinho simbolizam a vida eterna, o corpo e o sangue de Jesus, oferecido aos seus discípulos, conforme apresentado na Bíblia Sagrada. O pão e o vinho na antiguidade foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.

 


O fogo – no Sábado Santo a celebração é iniciada com a bênção do fogo, chamado de "fogo novo". Os agricultores, desprovidos de tecnologia e de conhecimento, utilizam o fogo, uma técnica milenar e primitiva, para limpar o terreno que será destinado ao plantio. O fogo limpa o espaço do mato das ervas daninhas e de tudo aquilo que prejudica ou é obstáculo para o plantio. Na liturgia, Cristo é esse fogo que veio limpar o mundo do pecado, da desesperança, do ódio pregando e instaurando o Reino de Deus (Mateus 3.11; Mt 13.40; Lucas 12.49; Hebeus 12.29). As luzes, velas e fogueiras significam a chama da luz e da esperança.

 

A Água – em nossa vida diária, utilizamos esse bem precioso para matar nossa sede, para limpar de nosso corpo a sujeira e suor, para fazermos comida e para limpeza doméstica. A água é também alimento principal das plantas e meio de vida dos animais aquáticos. Ela também pode ser sinônimo de destruição, como acontece nas grandes enchentes.

 

Óleos Santos – na antiguidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois acreditavam que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os óleos simbolizam o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para vivermos o evangelho de Jesus Cristo.

 

Colomba pascal – é um alimento muito presente na Páscoa. Conta a lenda que o rei Lombardo Alboino raivoso com os problemas da guerra, se acalmou e desistiu de sua vingança após ter ganhado de um padeiro de Pavia na Itália  um doce em formato de pomba, apregoando a paz.  O pão doce é compartilhado no café da manhã de Páscoa em alguns países europeus, um costume comum na Itália. A colomba pascal conquistou o gosto dos brasileiros, é o tradicional doce que encerra a refeição de páscoa.

 


Concílio de Nicea -Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a ideia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai. Embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.

 

Fonte: www.paulinas.org.br

 


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