"Aminata, a tagarela", de
Maté, revela tradições africanas e o poder da palavra
“Aminata,
a tagarela” / Maté (texto e ilustrações)
Aminata é uma menina alegre, curiosa, perguntadeira e… falante. Filha de
um tecelão, ela quer aprender a tecer também. Mas, entre sua gente, tecer é uma
tarefa masculina. Às mulheres, cabe pintar segredos nos tecidos, como explica a
Aminata a sábia Nakuntê, sua avó.
O povo Bamana acredita que tecer fios é como tecer palavras e histórias.
Por isso, Aminata não é bem-vinda falando e perguntando entre os homens
tecelões, onde ela vai encontrar seu pai. A metáfora da tecelagem como
construção de narrativa, que aparece nas lendas do Mali, país africano aqui
representado pelas aquarelas coloridas e expressivas de Maté, é recorrente em
muitas culturas.
No Mali, a pintura dos tecidos cabe às mulheres, aquelas que têm os
segredos e as respostas dos mistérios. Se os homens falam e narram – tecendo
palavras e tecidos -, são as mulheres que registram, pesquisam, dominam o
inconsciente e o mundo do sensível. Uma história repleta de simbologia sobre
duas forças complementares e que revela lindamente a sabedoria de um povo.
Antes do final emocionante, o leitor ainda vai conhecer várias
histórias, como o mito envolvendo o Djoliba – o rio Níger.
Maté, que assina também o texto, é uma artista plástica francesa
radicada no Brasil, pesquisadora da cultura e das tradições de diversos povos
originários. A delicadeza de seus traços também pode ser encontrada em seus
textos e na sensibilidade com que seleciona e recria as histórias que conta.
Em Aminata, a tagarela, a pequena Aminata, filha caçula do tecelão
Amadu, quer saber por que não pode aprender a tecer. A resposta está nas lendas
e nos provérbios do seu povo. Graças à avó Nakuntê, ela encontra um novo
talento e compreende que, no mundo Bamana, os homens tecem palavras e as
mulheres pintam segredos. Um enredo cheio de belas surpresas (como a história
de Djoliba, o grande rio Níger) e com um final emocionante.
Características
■ Livro que aborda a cultura de Mali, país africano,
reforçando suas crenças e costumes africanos.
■ Obra com belas e delicadas ilustrações que
complementam o sentido do texto.
Sobre a Autora:
Maté (Marie-Thérèse Kowalczyk) nasceu na França, na cidade de
Saint-Etienne, em 1959. Veio para o Brasil aos 20 anos e desde então reside em
Lorena, no estado de São Paulo. Artista plástica autodidata e aquarelista
premiada, é pesquisadora da arte dos povos indígenas e africanos há mais de 30
anos. Maté formou-se em Design pela FATEA de Lorena onde concluiu também uma
especialização em Arte Contemporânea. Após lecionar por oito anos nos cursos de
Design e Educação Artística da FATEA, ela se dedica atualmente a escrever e
ilustrar livros infantojuvenis. Aminata, a tagarela é seu 16º trabalho
publicado e sua 10ª parceria com a editora Brinque-Book/Escarlate. Seus livros
já foram premiados várias vezes com o selo Altamente Recomendável da FNLIJ
(Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil).
Acabo de descobrir o seu texto. Em tempo de lhe agradecer pelas palavras gentis e a leitura sensível. Gostaria de convidá-la a conhecer meu blog: http://caleidoscopiodamateh.blogspot.com/
ResponderExcluirUm abraço,
Maté.