Um estudo
científico afirma que as pessoas que preferem ficar em casa em vez de sair para
festejar são as mais inteligentes. Esta análise, realizada pela revista
científica British Journal of Psychology,
valida o estilo de vida dos mais introvertidos. Eles explicam que, apesar dos
indivíduos que socializam mais serem proporcionalmente mais felizes, isso não
se aplica para os mais inteligentes, que são os que ficam mais em casa. Já
podemos dar essa desculpa para cancelar todos os nossos planos de fim de
semana?
A pesquisa
estudou 15 mil pessoas de uma ampla variedade de lugares, religiões, etnias,
situação financeira, gênero etc. O resultado final foi que o desejo de ficar em
casa coincide muito frequentemente com um QI maior, o suficiente para associar
ambos os fatores. “Os seres mais
inteligentes experimentam uma satisfação menor com o aumento do contato
interpessoal com seus amigos ou conhecidos”, foi uma das conclusões dos
psicólogos.
A equipe de
especialistas, liderada pelos psicólogos Satoshi Kanazawa e Norman Li, também
descobriu que, enquanto as pessoas que vivem em áreas com alta densidade
populacional são menos felizes do que aqueles que vivem em comunidades menores,
passar tempo com amigos deu a maioria dos participantes sentimentos de prazer e
satisfação. No entanto, quando deixaram aqueles com QIs elevados em casa
experimentaram os mesmos sentimentos de prazer e satisfação.
Os inteligentes
não têm muita “satisfação” se socializando e preferem estar sozinhos. Essas
descobertas podem nos tornar mais conscientes da maneira como nossos cérebros
foram desenvolvidos para enfrentar estilos de vida modernos. Com base em sua
análise sobre “a teoria da felicidade da
savana”, os pesquisadores chegaram à teoria de que o modo de vida de nossos
antepassados caçador-coletor ainda tem uma influência sobre a forma como
vivemos no mundo.
A vida na savana
africana, por exemplo, seria drasticamente diferente da vida da cidade.
Pensa-se que as pessoas viviam então em grupos dispersos de aproximadamente 150
indivíduos e que a socialização dentro da sua própria tribo era crucial para a
sobrevivência em termos de alimentação e reprodução. São esses princípios e
sistemas de nossos antepassados que Kanazawa e Li basearam suas últimas
conclusões.
Embora uma
grande parte da sociedade consiga conforto, prazer e satisfação nas mesmas
coisas, como um pequeno grupo com o qual possa se socializar e compartilhar
espaços de lazer, os resultados do estudo sugerem que aqueles com maiores
coeficientes intelectuais se desenvolveram além dessas necessidades. As
mudanças nos cérebros e os requisitos do “extremamente
inteligente” vieram com as constantes mudanças e exigências dos tempos
modernos.
“Os indivíduos mais inteligentes possuem níveis mais elevados de QI e,
portanto, uma maior capacidade de resolver problemas evolutivamente inovadores”,
explicaram os pesquisadores. “[Eles]
enfrentam menos dificuldade para entender e lidar com situações evolutivamente
novas”, disse Kanazawa para a mídia. Embora dependamos mais do que nunca de
nossa conexão com o mundo, parece que o cérebro está se preparando para uma
vida na solidão.
Em outras
palavras, de acordo com Kanazawa e Li, as pessoas mais inteligentes preferem
passar o tempo no conforto de sua casa porque suas mentes se adaptaram melhor
ao estilo de vida moderno, separado dos hábitos de nossos antepassados.
Fonte: Portal Raízes
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