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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Katherine Graham


O som de um tiro. Um medo ao descer as escadas. Um corpo ensanguentado ao chão. Foi assim que Katherine Graham presenciou o suicídio de seu marido Phillip, em 1963. Ela nunca mais se casou.

Aos olhos do mundo, até aquele dia, Katherine era uma mulher de sorte. Nascera em família rica. Casara-se com homem influente. Nunca precisara trabalhar.

Mas isso era aos olhos do mundo.

Do lado de dentro, Katherine tinha um marido viciado e com transtornos psiquiátricos. Seu pai fundou um jornal, mas preferiu passar o comando ao genro, e não à filha. Sua mãe, artista e intelectual, era amiga de Einstein e Eleanor Roosevelt, mas ausente de casa e da família.

Lição n. 1: o que você vê na vida do outro, provavelmente, não é verdade. Na rua, vestimos máscaras. Portanto, não compare sua vida com a vida de quem, efetivamente, você não conhece.

Um dia, perguntaram a Katherine se ela havia se sentido desvalorizada com o que o pai lhe fizera. Ela divergiu: "senti-me protegida. Aos olhos dele, eu não estava preparada”.

Lição n. 2: você sempre escolherá a forma de olhar para uma situação. Há quem repare no belo. Há quem busque o trágico. Seja do primeiro grupo.

Diante da morte de Phillip e da inexperiência de Katherine, todos lhe recomendaram vender o jornal. Em uma reunião, perguntaram-lhe: "preparada para vender?" E ela anunciou-lhes: "preparada para vencer. Até hoje, fomos um jornal regional, mas, a partir de agora, seremos tão importantes quanto o The New York Times." Katherine assumia o, então pequenino, The Washington Post.

Lição n. 3: a decisão de ser grande é essencialmente individual.

Katherine decidiu. O jornal inundou os EUA, ganhou o respeito da população e publicou, entre outros, o escândalo Watergate. Em 1972, ela foi a primeira mulher a figurar na lista dos 500 CEOs mais importantes da América. Era o mundo assistindo a uma aula de liderança. Ela se tornava o símbolo da igualdade de gênero.

Em 2011, Katherine faleceu. Antes, escreveu o livro "Personal History", que ganhou o Prêmio Pulitzer.

Mas a verdade é que a vida de Katherine se resumiu a uma única grande questão: revoltar-se ou reinventar-se? Ela se reinventou.

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