Nada mais singular que percebermos, de soslaio ou frontalmente, o quanto
estávamos enganados. Melhor seria, é certo, se não nos enganássemos, mas, uma
ver enganados, é salutar que a desilusão nos visite, conforme tantas vezes já
alertara o grande Chico Xavier.
Na seara dos relacionamentos, vale mensurar o que ao outro não somos.
Saber a falta que não fazemos ou faremos. Dimensionar o quão pouco
significamos. O nosso desvalor. O desamor. A indiferença.
O que não somos ao outro nada fala sobre nós. Nada diz de nós mesmos. O
outro é só o outro. Talvez por demais ocupado com as suas pseudograndezas,
atarantado pela imensidão dos seus vazios. Talvez afogado por demais de si
mesmo para enxergar qualquer oásis no outro.
Que estejamos gratos pelo que somos e felizes com a dimensão espiritual
a que chegamos. E, no mais, gratidão aos que nos menosprezam ou afrontam. São
pilares morais da nossa existência, lembrando-nos que nada somos de tão
grandioso que não possa ser desprezado. Mas, acima de tudo, desejemos que esse
desprezo se dissipe no tempo e no espaço e que, mesmo que outra seja a lei da
causa e do efeito, que o universo o presenteie com o Amor que nunca morre.
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