1 - Quinhentismo (Século XVI)
A produção do período quinhentista está voltada para a literatura
informativa, principalmente por meio de relatos de viagens dos europeus
encantados e assombrados diante de uma nova terra. O valor é mais histórico do
que literário. Além disso, o período é marcado pela literatura jesuítica e
materiais para a catequização.
Principais autores:
- Pero Vaz de Caminha: Escreveu “Carta ao Rei Dom Manuel” em 1500
para relatar a chegada ao Brasil.
- Padre José de Anchieta: Escreveu textos religiosos e para
teatro com destaque para a moral cristã e clara divisão entre o bem o mal.
- Padre Manuel da Nóbrega: Coordenou a primeira missão jesuítica
ao Brasil e escreveu relatos aos superiores.
2 - Barroco (Século XVII)
A literatura barroca é marcada pelo conflito entre matéria e espírito, o
apelo à religião, ao sobrenatural e ao misticismo, bem como o exagero e a
extravagância. O contexto aborda a dominação espanhola no Brasil e a sombra da
inquisição, que condenou o Padre Antônio Vieira por seus textos. A poesia
satírica também é um dos elementos de destaque do período.
Principais autores:
- Bento Teixeira: Autor de Prosopopeia, obra que é o marco da
introdução do barro no Brasil.
- Gregório de Mattos: As poesias do escritor baiano também
conhecido como "Boca do Inferno" possuem diferentes facetas: lírica,
satírica e religiosa – esta última em sua maturidade literária.
- Padre Antônio Vieira: Talvez o mais polêmico dos autores,
Vieira é autor do Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes e foi preso pela
inquisição de 1665 a 1667.
3 - Arcadismo (Século XVIII)
A produção desta escola literária tem como características o predomínio
da razão, o objetivismo e o universalismo. A natureza é utilizada como
constante plano de fundo e a imitação da cultura clássica greco-latina também.
A linguagem é simples e majoritariamente descritiva, sem subjetivismo.
Principais autores:
- Cláudio Manuel da Costa – Obras Poéticas
- Santa Rita Durão – Caramuru
- Tomás Antônio Gonzaga – Marília de Dirceu
4 - Romantismo (Século XIX)
O romantismo pode ser dividido em três gerações: a primeira possui
influências neoclássicas e aborda questões históricas e políticas. O
subjetivismo é extremo, a produção é medievalista e nacionalista, com bastante
idealização da mulher. A segunda fase é marcada pelo pessimismo,
sentimentalismo exagerado e irracionalismo. Já a terceira inicia a transição
para o realismo e há uma diluição das características românticas.
Principais autores:
1.ª fase: Gonçalves Dias
– Canção do Exílio
2.ª fase: Álvares de
Azevedo – Lira dos Vinte Anos
3.ª fase: Castro Alves
– O Navio Negreiro
5 - Naturalismo (Segunda
metade do século XIX)
No contexto do naturalismo é necessário observar os pensadores
contemporâneos daquela época: August Conte com o positivismo, o evolucionismo
de Charles Darwin, o surgimento da psicanálise com Sigmund Freud, o
determinismo do meio com Hippolyte Taine e a luta pela emancipação do
proletariado com Karl Marx. Isso significa uma preocupação com uma descrição
objetiva da realidade e a busca pela verdade, marcada pelo determinismo
biológico.
Principais autores:
- Aluísio de Azevedo – O Cortiço
6 - Realismo (Segunda metade
do século XIX)
Esta escola literária é marcada pela objetividade, a descrição da
realidade, a narrativa de ação e aventura. A mulher é vista com seus defeitos e
qualidades, já a linguagem, é culta e direta.
Principais autores:
- Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom
Casmurro, O Alienista.
7 - Simbolismo (Fim do século
XIX)
Escola pautada pelo subjetivismo, pessimismo e a dor de existir. A
linguagem é vaga, fluida e busca sugerir em vez de nomear. O uso de figuras de
linguagem como metáforas, comparações, aliterações (repetições de sons iguais
ou semelhantes) e assonâncias (repetir sons de vogais em verso ou frase) e
sinestesias (mistura de diferentes sensações) é frequente.
Principais autores:
- Cruz e Souza – Tropos e Fantasias
- Alphonsus de Guimarães – Setenário das Dores de Nossa Senhora
8 - Parnasianismo (Final do
século XIX e início do XX)
O gosto pela descrição nítida, as concepções tradicionais sobre ritmo e
rima, além do ideal da impessoalidade são as características principais das
obras parnasianas. O culto à forma é fundamental: os autores desta escola estão
preocupados em fazer a arte pela arte, sem discutir questões sociais.
Principais autores:
- Olavo Bilac – Tratado de Versificação
9 - Pré-modernismo (Até a
semana de 1922)
No começo do século a literatura passa por um momento de transição em
que as escolas mais recentes convivem por igual importância, ao mesmo tempo em
que os autores buscam apresentar coisas novas. É um período eclético: há a
ascensão da burguesia urbana e diversas agitações de operários imigrantes no
começo da industrialização do país, que aos poucos substituía o foco na
produção de café para uma diversificação econômica.
Principais autores:
- Euclides da Cunha – Os Sertões
- Monteiro Lobato – Reinações de Narizinho
- Lima Barreto – Triste Fim de Policarpo Quaresma
- Augusto dos Anjos – Eu
- Graça Aranha – Canaã
10 - Modernismo
O período modernista é dividido em três etapas: na primeira, chamada de
fase heroica, existe a busca por uma ruptura com a preocupação das estruturas
clássicas no parnasianismo e o simbolismo. Há grande influência de movimentos
de vanguarda como o dadaísmo, cubismo e surrealismo.
Na segunda fase, há uma consolidação de estruturas e um forte caráter
regionalista na produção. Já na terceira, a literatura está mais próxima das
questões existenciais e ainda que fale do regionalismo, como Guimarães Rosa em
Sagarana, a intenção é partir do regional para falar do universal.
Principais autores:
1ª fase:
- Manuel Bandeira – Libertinagem; Lira dos Cinquent'anos, Estrela
da Vida Inteira (poesia), Crônicas da Província do Brasil.
- Mário de Andrade – Lira Paulistana (poesia), Macunaíma
(rapsódia), Amar, verbo intransitivo (romance).
- Oswald de Andrade – O Rei da Vela.
2ª fase:
- Carlos Drummond de Andrade – Claro Enigma.
- Cecília Meirelles – Espectros.
- Érico Veríssimo – O Tempo e o Vento, Incidente em Antares.
- Graciliano Ramos – São Bernardo, Vidas Secas.
- Jorge Amado – Capitães de Areia, O Cavaleiro da Esperança,
Gabriela, cravo e canela.
- Rachel de Queiróz – Quinze.
3ª fase:
- Guimarães Rosa – Sagarana.
- Clarisse Lispector – A Hora da Estrela.
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