Às vezes, temos que nos fingir de bobos para ver até onde chega a
falsidade alheia…
Marcel Camargo
Muitas vezes,
teremos que nos fingir de bobos mesmo, como se nada percebêssemos, como se não
soubéssemos das más intenções da falsidade que se aproxima. Iniciar embates com
quem mente o tempo todo é inútil.
Certas pessoas
subestimam a nossa inteligência, agindo como se não fôssemos capazes de
perceber o quanto estão sendo maldosas, o quanto são fingidas, o quanto não são
nossas amigas de fato. Teremos que conviver com quem não gostaríamos, em
algumas situações que nos forçarão a isso, porém, caberá a nós não sermos
sugados para dentro de suas tempestades.
Em todos os
setores da vida, existirão indivíduos que não gostam de ninguém, tampouco de si
mesmos, que vivem insatisfeitos com tudo, de olho nas vidas alheias, para
envenenar tudo o que tocarem com sua maledicência, com a maldade que domina
seus corações. Eles são infelizes e pretendem disseminar sua infelicidade, pois
não suportam ver ninguém alegre – a luz lhes ofusca os olhos.
Infelizmente, a
vida real é recheada de vilões, tais como aqueles das novelas, filmes e livros,
e nos depararemos com eles, uma hora ou outra. Teremos que nos manter
equilibrados e fortes, pois a miséria emocional costuma contagiar ambientes e
pessoas, ou seja, quanto mais seguros estivermos quanto a tudo o que nos faz
felizes e ao que somos de fato, nada nos distanciará de nossa essência.
Muitas vezes,
teremos que nos fingir de bobos mesmo, como se nada percebêssemos, como se não
soubéssemos das más intenções da falsidade que se aproxima. Precisaremos ouvir
as fofocas, assistir às dissimulações, fingindo acreditarmos nas fantasias
maldosas do colega. Iniciar embates com quem mente o tempo todo é inútil, pois
ele está acostumado a sustentar inverdades e não largará mão disso.
Provavelmente, nós é que esgotaremos nossas forças inutilmente.
O melhor que
temos a fazer, nesses casos, é manter o nosso equilíbrio, exercitando a calma e
a paciência, observando, como meros espectadores, ao desenrolar dos fatos. Mais
cedo ou mais tarde, sem dúvidas, tudo se esclarece, pois, a verdade vem à tona,
sempre, ninguém foge às consequências do que se faz, do que se é. E então a
pessoa sucumbirá ao peso de toda maldade que plantou em seus jardins.
Às vezes, até
seremos nós que desmascaremos quem finge e dissimula, sim, pois poderemos estar
sendo alvo direto dessa maldade. Mesmo assim, a paciência é que determinará o
momento certo de agir. O exercício da tolerância, da calma e da paciência, como
se vê, será essencial para que sobrevivamos com saúde a tudo de desagradável
que encontraremos pela frente.
Assim é que
poderemos sempre, ao final do dia, voltar e nos fortalecer junto a quem nos ama
de verdade, sem fingimento. É isso que faz a vida valer a pena.
Sobre o Autor:
Marcel Camargo
Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e
Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor
Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas,
chocolate e pela família.
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