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domingo, 16 de dezembro de 2018

Embriaguem-se


Charles Baudelaire

“É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna de um quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso.
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher."


Baudelaire – poeta francês do período realista era de temperamento inquieto, complexo, com uma sensibilidade exacerbada. Charles Baudelaire (1821 -1867) sentiu-se atraído, como os parnasianos, pelo valor plástico das palavras, das imagens; porém sua arte é muito mais refinada, mais emotiva, mais sugestiva. Com doentia predileção cantou em Flores do Mal, livro de poemas os prazeres mórbidos, a atração do vício, suas angústias e amarguras, com sinceridade jamais observadas. Influenciou consideravelmente a poesia francesa. (W.M.JACKSON)

Diminuta resenha – O negativismo de sua principal e grande obra Flores do Mal, revela esta extrema sensibilidade que extrapola de sua visão a respeito da situação humana de impermanência e de fraqueza frente às tentações.

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