O amor à natureza que deve ser transmitido aos filhos,
diferentemente do que faz o sistema atual, deve ser ensinado de um modo mais
espiritual do que ecológico, ou seja, mostrando-lhes antes de tudo que esta
constituiu uma manifestação divina que ele deve conhecer e respeitar. Não nos
interessa, portanto centrarmos no aspecto material e prático do mundo em que
vivemos, pois para isso só precisamos atender os slogans que constantemente vêm
até nós e de onde a conclusão que se extrai é que devemos proteger a natureza
para que ela possa continuar a nos oferecer as matérias primas que necessitamos
para manter o nosso ritmo de consumo. Em outro nível de pensamento, temos de
ensinar aos pequenos o sentimento de que o dano que causamos às vidas que se
manifestam na natureza é similar e inclusive pior do que o que nós mesmos
poderíamos sofrer.
Necessita-se recuperar aquela cosmovisão na qual o
universo era entendido como organismo vivo onde cada uma de suas partes cumpre
uma função, porém todas elas estão intimamente conectadas, e o desequilíbrio
até de algo considerado insignificante altera a harmonia do “todo”. Podemos ter
certeza de que se não formos nós os que iremos recuperar essa concepção
tradicional do mundo e transmiti-la às novas gerações, nenhum outro fará. Manterá
sim, essa interpretação romântica da natureza que na atualidade está na moda,
onde um amanhecer constitui o cenário perfeito de um casal de namorados, um
bosque é a paisagem perfeita para passar uma agradável tarde em companhia da
família e as altas montanhas resumem-se no ambiente mais propício para
livrar-se das preocupações cotidianas e do stress.
Sem negar que a vida na cidade leva muitas vezes à
necessidade da tranquilidade que oferece um ambiente menos artificial, não
podemos por isso nos limitarmos a considerar apenas as qualidades “belas” da
natureza. A observação cuidadosa de uma alma com uma sensibilidade mínima deve
levar, no entanto, a elevar-se acima do sentimentalismo para descobrir que essa
lei inalterável rege o mundo natural e que constitui a última razão da
conservação de uma ordem perfeita.
Fonte: @matriamulheres
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