Texto de André Laureano
O
Natal do Imigrante é diferente, pois sempre falta algo, sempre fica um vazio.
Os presentes perdem seu valor quando comparados ao valor de um abraço de quem
amamos. Nem mesmo as luzes quase hipnotizantes, as decorações da cidade e os
incríveis eventos natalinos conseguem diminuir a dor da saudade. Alguns sentem
e demonstram, outros preferem sofrer calados, mas, no fim, todos sentem
saudade... mas tudo tem seu valor, até a dor da saudade. Com ela aprendemos a
valorizar momentos, pessoas e lugares, a amar de forma mais intensa, a entender
que a vida nos leva para lugares que muitas vezes nem imaginamos.
O
natal de um imigrante sempre tem um gostinho a mais de saudade. Muitas pessoas
vivem sem familiar algum, seguiram seu caminho sozinhas e encontraram pela
estrada amigos que ajudaram a preencher o vazio deixado por quem ficou, nossos
amigos se tornam nossa família. Viver sem laços e apoio de familiares é para os
fortes... Enquanto uns desejam um natal com as mais belas decorações e uma mesa
farta, alguns queriam somente ter a chance de abraçar seu pai, sua mãe, seus irmãos,
seus amigos e seus filhos.
O
espírito natalino realmente toma conta de quem entende o verdadeiro significado
da palavra saudade, e isso é uma coisa que nós imigrantes aprendemos nos
primeiros anos longe de casa.
No
fim, compreendemos que tudo nessa vida tem um preço e esse é o preço que
pagamos por nos aventurarmos longe do nosso país.
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