Por Luísa França
Profissionais
da área de educação precisam lidar com alunos que apresentam os mais diversos históricos. Alguns
possuem uma condição socioeconômica desfavorável, outros não recebem o
incentivo correto para o estudo em casa e há os apresentam problemas de fundo
biológico.
Neste
último caso, estamos entrando no campo das dificuldades
de aprendizagem.
É esse
tema que este artigo vai abordar, explicando de maneira mais detalhada qual o
significado dessa desordem. Confira!
O que é dificuldade de aprendizagem?
A
dificuldade de aprendizagem está relacionada aos problemas que não decorrem de
causas educativas, ou seja, aquelas instâncias em que, mesmo após uma mudança
na abordagem educacional do professor, o aluno continua apresentando os mesmos
sintomas.
Isso aponta
para a necessidade de uma investigação
mais aprofundada, que determinará quais são as causas da dificuldade em
questão.
O que causa dificuldades de aprendizagem?
As
principais dificuldades de aprendizagem são associadas a algum comprometimento
no funcionamento de certas áreas do cérebro. Porém, é arriscado falar somente em uma causa biológica. Frequentemente,
alunos que apresentam sintomas relativos a problemas de atenção, ansiedade ou
agitação desenvolvem esses problemas por causa de algum conflito pessoal ou familiar — e não por razões de ordem
fisiológica.
Quais são as principais dificuldades de aprendizagem?
Alguns
exemplos de dificuldades de aprendizagem
mais conhecidos são:
■ Dislexia: Os
alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam, tipicamente, uma dificuldade de
leitura. É muito comum, apresentando mais de 2 milhões de casos relatados por
ano no Brasil.
■ Disgrafia: Os
alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam dificuldade na escrita. Isso
inclui, principalmente, erros de ortografia, como trocar, omitir, acrescentar
ou inverter letras.
■ Discalculia: Os
alunos que enfrentam esse distúrbio são afetados, principalmente, em sua
relação com a matemática. Portanto, os sinais envolvem dificuldade em
organizar, classificar e realizar operações com números.
■ Dislalia: Os
alunos que enfrentam esse distúrbio demonstram dificuldades na fala. Eles podem
ter alterações da formação normal dos órgãos fonadores, dificultando a produção
de certos sons da língua.
■ Disortografia: Os
alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também são afetados pela
dislexia. Ainda que se relacione à linguagem escrita, a disortografia é mais
ampla do que a disgrafia. Pode envolver desde a falta de vontade de escrever
até a dificuldade em concatenar orações.
■ Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os
alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam baixa concentração, inquietude e
impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética e que há
implicações neurológicas. O TDAH já é reconhecido pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) como um transtorno legítimo.
Como identificar e avaliar as dificuldades de aprendizagem?
Para a
identificação de alguma possível dificuldade de aprendizagem, o papel do professor é fundamental.
Afinal, ele tem contato diário e próximo com o aluno, além de ter fácil acesso
aos grupos que o cercam — família, amigos e outros professores. A rotina da
escola – realização de tarefas em grupo, simulados e outras atividades – também
é muito propícia para identificar queixas dos alunos que podem apontar (ou não)
para casos de dificuldade de aprendizagem.
Porém,
antes de lançar qualquer possibilidade de diagnóstico, é preciso que o aluno
passe uma avaliação especializada com
profissionais da área de saúde.
Esta é
uma medida indispensável, pois a realização de avaliações superficiais tem
causado um aumento no número de crianças e adolescentes que são desnecessariamente submetidos a tratamentos
medicamentosos.
A
avaliação pode ser conduzida por uma equipe multidisciplinar, para garantir uma
visão mais holística do aluno. Essa equipe deve incluir médicos, especialmente
neurologistas, além de psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e até mesmo
fonoaudiólogos. Cada um dos profissionais terá uma perspectiva a agregar na
avaliação, evitando a miopia de atribuir o problema a uma causa única.
Qual o papel da escola diante da dificuldade de aprendizagem dos alunos?
Em
primeiro lugar, a escola deve compreender que os alunos com dificuldade de
aprendizagem não são incapazes de
aprender. É papel da escola, portanto, quebrar certos rótulos e paradigmas de
que um aluno com dificuldade de aprendizagem é “deficiente” ou “fraco”.
Também é
seu papel promover maior integração do aluno com o restante da comunidade
escolar. Vale a pena reforçar que, se a integração não ocorre, o próprio
isolamento pode dar margem a uma queda no desempenho do aluno; não por causa
das dificuldades em si, mas devido à desmotivação e frustração com a vida
escolar.
Finalmente,
também é papel da escola, por meio da figura do professor, adaptar a metodologia de ensino para ajudar o aluno. Não estamos
falando apenas de adotar práticas ou instrumentos para contornar as
dificuldades de aprendizagem. Na realidade, é necessário buscar a dinamicidade
e inovação na sala de aula, integrando atividades lúdicas por meio do processo
de gamificação e adotando ferramentas tecnológicas de apoio ao ensino. O
objetivo é estimular o aluno, de uma forma despretensiosa, a desafiar sua
concepção sobre as próprias limitações.
Quais modalidades de atendimento são essenciais para alunos com
dificuldade de aprendizagem?
O aluno
que apresenta alguma dificuldade de aprendizagem se beneficiará de um
acompanhamento regular com a mesma equipe responsável pelo seu diagnóstico.
Os tipos
de serviço que devem ser disponibilizados ao aluno vão variar de acordo com a dificuldade apresentada. De maneira
geral, os principais serviços que trarão ao aluno uma melhoria na qualidade de
sua vida escolar, bem como em seu desempenho, são:
■ Consultas com neurologista e psiquiatra, para realização de exames;
■ Sessões de terapia com psicólogo;
■ Sessões de aconselhamento com pedagogo ou psicopedagogo;
■ Sessões de fonoaudiologia, especificamente no caso da dislalia;
■ Realização de atividades educativas extraclasse com professores de
Português ou Matemática, conforme a dificuldade de aprendizagem.
Também é
essencial que os profissionais tenham alguma forma de comunicação, já que todos
eles vão influenciar o avanço e melhoria do aluno. É importante que o pedagogo
tenha ciência das atividades que estão sendo desenvolvidas pelos professores e
o psicólogo saiba dos procedimentos realizados pelo psiquiatra, e assim por
diante. A própria família do aluno é mais indicada para assumir este papel,
realizando o elo entre a equipe que realiza o acompanhamento multidisciplinar.
Neste
texto, você entendeu mais a fundo o que é dificuldade de aprendizagem. Ao
identificar que um jovem sofre com dislexia, TDAH ou outro problema, o
professor precisa estabelecer uma relação melhor com ele. Isso é essencial para
que o profissional e a escola como um todo ajudem o aluno de forma adequada. Em
uma situação como essa, também é fundamental manter um relacionamento próximo e
aberto com a família do estudante.
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