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sábado, 22 de dezembro de 2018

O que é Dificuldade de Aprendizagem e como contorná-la?

Por Luísa França

Profissionais da área de educação precisam lidar com alunos que apresentam os mais diversos históricos. Alguns possuem uma condição socioeconômica desfavorável, outros não recebem o incentivo correto para o estudo em casa e há os apresentam problemas de fundo biológico.

Neste último caso, estamos entrando no campo das dificuldades de aprendizagem.

É esse tema que este artigo vai abordar, explicando de maneira mais detalhada qual o significado dessa desordem. Confira!

O que é dificuldade de aprendizagem?

A dificuldade de aprendizagem está relacionada aos problemas que não decorrem de causas educativas, ou seja, aquelas instâncias em que, mesmo após uma mudança na abordagem educacional do professor, o aluno continua apresentando os mesmos sintomas.

Isso aponta para a necessidade de uma investigação mais aprofundada, que determinará quais são as causas da dificuldade em questão.

O que causa dificuldades de aprendizagem?

As principais dificuldades de aprendizagem são associadas a algum comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro. Porém, é arriscado falar somente em uma causa biológica. Frequentemente, alunos que apresentam sintomas relativos a problemas de atenção, ansiedade ou agitação desenvolvem esses problemas por causa de algum conflito pessoal ou familiar — e não por razões de ordem fisiológica.

Quais são as principais dificuldades de aprendizagem?

Alguns exemplos de dificuldades de aprendizagem mais conhecidos são:

Dislexia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam, tipicamente, uma dificuldade de leitura. É muito comum, apresentando mais de 2 milhões de casos relatados por ano no Brasil.
   
Disgrafia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam dificuldade na escrita. Isso inclui, principalmente, erros de ortografia, como trocar, omitir, acrescentar ou inverter letras.
   
Discalculia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio são afetados, principalmente, em sua relação com a matemática. Portanto, os sinais envolvem dificuldade em organizar, classificar e realizar operações com números.
   
Dislalia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio demonstram dificuldades na fala. Eles podem ter alterações da formação normal dos órgãos fonadores, dificultando a produção de certos sons da língua.
   
Disortografia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também são afetados pela dislexia. Ainda que se relacione à linguagem escrita, a disortografia é mais ampla do que a disgrafia. Pode envolver desde a falta de vontade de escrever até a dificuldade em concatenar orações.
   
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam baixa concentração, inquietude e impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética e que há implicações neurológicas. O TDAH já é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um transtorno legítimo.

Como identificar e avaliar as dificuldades de aprendizagem?

Para a identificação de alguma possível dificuldade de aprendizagem, o papel do professor é fundamental. Afinal, ele tem contato diário e próximo com o aluno, além de ter fácil acesso aos grupos que o cercam — família, amigos e outros professores. A rotina da escola – realização de tarefas em grupo, simulados e outras atividades – também é muito propícia para identificar queixas dos alunos que podem apontar (ou não) para casos de dificuldade de aprendizagem.

Porém, antes de lançar qualquer possibilidade de diagnóstico, é preciso que o aluno passe uma avaliação especializada com profissionais da área de saúde.

Esta é uma medida indispensável, pois a realização de avaliações superficiais tem causado um aumento no número de crianças e adolescentes que são desnecessariamente submetidos a tratamentos medicamentosos.

A avaliação pode ser conduzida por uma equipe multidisciplinar, para garantir uma visão mais holística do aluno. Essa equipe deve incluir médicos, especialmente neurologistas, além de psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e até mesmo fonoaudiólogos. Cada um dos profissionais terá uma perspectiva a agregar na avaliação, evitando a miopia de atribuir o problema a uma causa única.

Qual o papel da escola diante da dificuldade de aprendizagem dos alunos?

Em primeiro lugar, a escola deve compreender que os alunos com dificuldade de aprendizagem não são incapazes de aprender. É papel da escola, portanto, quebrar certos rótulos e paradigmas de que um aluno com dificuldade de aprendizagem é “deficiente” ou “fraco”.

Também é seu papel promover maior integração do aluno com o restante da comunidade escolar. Vale a pena reforçar que, se a integração não ocorre, o próprio isolamento pode dar margem a uma queda no desempenho do aluno; não por causa das dificuldades em si, mas devido à desmotivação e frustração com a vida escolar.

Finalmente, também é papel da escola, por meio da figura do professor, adaptar a metodologia de ensino para ajudar o aluno. Não estamos falando apenas de adotar práticas ou instrumentos para contornar as dificuldades de aprendizagem. Na realidade, é necessário buscar a dinamicidade e inovação na sala de aula, integrando atividades lúdicas por meio do processo de gamificação e adotando ferramentas tecnológicas de apoio ao ensino. O objetivo é estimular o aluno, de uma forma despretensiosa, a desafiar sua concepção sobre as próprias limitações.

Quais modalidades de atendimento são essenciais para alunos com dificuldade de aprendizagem?

O aluno que apresenta alguma dificuldade de aprendizagem se beneficiará de um acompanhamento regular com a mesma equipe responsável pelo seu diagnóstico.

Os tipos de serviço que devem ser disponibilizados ao aluno vão variar de acordo com a dificuldade apresentada. De maneira geral, os principais serviços que trarão ao aluno uma melhoria na qualidade de sua vida escolar, bem como em seu desempenho, são:

Consultas com neurologista e psiquiatra, para realização de exames;
Sessões de terapia com psicólogo;
Sessões de aconselhamento com pedagogo ou psicopedagogo;
Sessões de fonoaudiologia, especificamente no caso da dislalia;
Realização de atividades educativas extraclasse com professores de Português ou Matemática, conforme a dificuldade de aprendizagem.

Também é essencial que os profissionais tenham alguma forma de comunicação, já que todos eles vão influenciar o avanço e melhoria do aluno. É importante que o pedagogo tenha ciência das atividades que estão sendo desenvolvidas pelos professores e o psicólogo saiba dos procedimentos realizados pelo psiquiatra, e assim por diante. A própria família do aluno é mais indicada para assumir este papel, realizando o elo entre a equipe que realiza o acompanhamento multidisciplinar.

Neste texto, você entendeu mais a fundo o que é dificuldade de aprendizagem. Ao identificar que um jovem sofre com dislexia, TDAH ou outro problema, o professor precisa estabelecer uma relação melhor com ele. Isso é essencial para que o profissional e a escola como um todo ajudem o aluno de forma adequada. Em uma situação como essa, também é fundamental manter um relacionamento próximo e aberto com a família do estudante.

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