Roberto
Debski
Segundo Bert Hellinger, psicoterapeuta criador das Constelações
Familiares e formulador das Leis Sistêmicas do Amor e da Vida, “O sucesso tem a face da mãe”.
Quem não conquista o sucesso na vida, entendendo-se sucesso como ter
relacionamentos afetivos amorosos e enriquecedores para ambos, uma relação
saudável com o dinheiro, conquistar seus objetivos, realizar-se e ser feliz na
vida, sentir-se seguro, é porque “não
tomou sua mãe”.
Tomar a mãe significa aceitá-la plenamente, sem julgamentos,
amorosamente no coração, independentemente de como tenha sido sua criação,
educação e relação com ela, se sentiu-se ou não amado o suficiente ou da
maneira que imagina “adequada”, se
foi castigado injustamente, preterido ou mesmo abandonado.
Conheço muitas pessoas, amigos, alunos, pacientes, que ouvindo essas
palavras, com expressão angustiada, de raiva ou sofrimento, afirmam ser uma
tarefa impossível! Não conseguem, e muitos afirmam sinceramente que não querem,
abrir-se para esta aceitação. Carregam mágoas profundas, cicatrizes mal
formadas que encobrem superficialmente feridas crônicas e incuráveis da alma.
Porém não há como dizer sim à vida, sem a aceitação, e antes de dizer
SIM a ela, nossa mãe. A vida nos foi entregue através da mãe, nascemos de suas
entranhas, de sua carne.
Nosso corpo foi forjado em seu ventre, através do alimento ingerido por
ela e que tomamos para nós. Esses nutrientes nos permitiram evoluir, a partir
do momento da concepção, quando duas células, mãe e pai, se tornaram somente
uma, EU, através de um ato de amor da vida, para trilhões de células no momento
do nascimento.
O oxigênio que nos manteve vivos, foi inspirado através de seus pulmões.
O ritmo pulsante e tranquilizador que nos embalou durante os nove meses que em
seu ventre fomos carregados, vinha das batidas de seu coração.
As emoções que sentíamos e nos envolviam, tanto as ruins que refletiam
medos, incertezas e angústias, como as boas que carregavam os sonhos,
esperanças, desejos e ideais, vieram de sua alma, e do campo familiar do qual
ela fazia parte, e já nos envolvia, campo sistêmico que reverbera as
experiências de milhares de pessoas que vieram antes de nós, as quais nos
constituem incondicionalmente.
Revoltar-se, ter restrições, julgar ou criticar a mãe (ou também o pai,
o que traz outras implicações) significa que nos julgamos maiores que ela, o
que vai contra a lei da Hierarquia, significa também excluí-la o que vai contra
a lei do Pertencimento e resulta em não realizar uma troca amorosa, pois
recebemos a Vida também através dela, o que vai contra a lei do Equilíbrio de
Troca.
Em resumo, com a escolha e atitude de não aceitar nem tomar plenamente a
mãe, deixamos de vivenciar as três Ordens do Amor, as principais e fundamentais
Leis dos relacionamentos e da Vida.
O resultado é a criação e/ ou a continuidade do fenômeno transgeracional
de emaranhamentos familiares e o consequente fracasso em conquistar um destino
de Sucesso e uma Vida plena e feliz.
A partir da ampliação da consciência sobre esses temas, da aceitação de
tudo e de todos como são, dizemos SIM à Vida, podemos transformar essa
realidade, cumprir nossa missão pessoal e, enfim, viver um destino saudável,
com efeitos curativos em todo nosso sistema.
Viva a vida!
Fontes:
Obras de Bert Hellinger; conteúdo do curso de formação “Consciência Sistêmica”,
reflexões do autor
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