Por Padre Fábio de Melo
Aquilo que incomoda o coração tem que ser removido
hoje. Se a gente não joga fora hoje, a gente corre o risco de amanhã, quando
tiver outra coisa nos incomodando, juntar com a que incomodou ontem. E vai
juntando, isso é residual. Tristeza é residual, vai ficando acumulada, então a
gente precisa cuidar. Jogar fora e recomeçar.
No silêncio do coração, há um lugar que não sabe fazer
nada. É lá que nos descobrimos em nosso primeiro significado. É ele também o
nosso lado mais sedutor. É ele que faz com que as pessoas se apaixonem por nós.
É justamente por isso que ele tem que ser bem descoberto, de maneira que,
quando façamos o que quer que seja, tudo o que fizermos tenha as marcas do que
somos.
É simples. Medicina muita gente faz, mas é no
exercício da profissão que cada pessoa se mostra em sua intimidade mais
profunda. Aí mora a diferença. Muitos fazem a mesma faculdade, mas se encontram
de maneira diferente com o conhecimento que recebem. Realizo tudo a partir de
minha particularidade. Sou único, ainda que imitado por muitos.
A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja
por isso, que a ideia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa
existência as mais diversas formas de sementes.
Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de
semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora
silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá
ser vista de longe…
Padre Fábio de Melo
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