Pesquisar este blog

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Filme: NON SI SEVIZIA UN PAPERINO


O Segredo do Bosque dos Sonhos (Non si Sevizia um
Paperino – 1972)

Esse é daqueles filmes que, dois minutos depois do fim, ainda se recuperando do impacto, você tem vontade de aplaudir de pé. Lucio Fulci, diretor pouco valorizado, conseguiu criar um corajoso tratado único sobre temas espinhosos como preconceito, pedofilia, hipocrisia, superstição e religião, sem medo de controvérsias. Vou evitar revelar muito sobre a trama, um tremendo desserviço, especialmente nesse caso. Em um vilarejo dominado pelo misticismo, crianças são assassinadas, conduzindo os policiais na direção de uma bruxa praticante de vodu, vivida pela brasileira Florinda Bolkan. O roteiro abre o leque de possibilidades, mostrando que todos são suspeitos, já que não há sinal algum de qualquer senso de moralidade ou ética nas atitudes dos moradores. Até mesmo as crianças, que acabam sendo vítimas, são apresentadas praticando atos de sadismo, sem nenhum traço de empatia. O único que se mostra puro e bem-intencionado é o padre. Uma das personagens, vivida pela bela Barbara Bouchet, é uma viciada em drogas que busca reabilitação, uma jovem ousada que parece ter uma fixação em se insinuar sexualmente para os meninos da região. O mais interessante é como a história subverte qualquer expectativa, inclusive, visualmente, uma característica simbolizada em uma das cenas mais interessantes na história do Giallo, verdadeiramente inesquecível, um brutal linchamento acompanhado na trilha sonora pela programação exótica de uma estação de rádio. A impressionante sequência ganha ares ainda mais épicos e poéticos em revisão, conhecendo o desfecho da trama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário