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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O Mágico de Oz (1939)

O filme é dedicado aos jovens de coração. Os adultos são mostrados como insensíveis, inseguros, presos a rituais que seguem sem compreender a razão. A vizinha agride o cãozinho Totó, a menina Dorothy (Judy Garland) tenta contar para os tios, que não dão atenção, ocupados demais em seus afazeres. Os empregados do local, amigos da menina, sugerem que ela adote o medo como modus operandi nessas situações, evitando o problema. Até mesmo o único deles que sugere coragem, acaba se mostrando segundos depois um medroso contumaz. Outro, vaidoso, diz que ainda vão fazer uma estátua dele na cidade, ele quer que seu trabalho seja valorizado. Em apenas cinco minutos o roteiro estabelece o tema principal: a necessidade de manter viva sua criança interna, enfrentando o medo e questionando sempre, ao invés de se apoiar totalmente em muletas existenciais. O grande mágico se revela uma tola farsa. E, da mesma forma que o itinerante, sua versão no mundo real, utilizou uma mentira para fazer com que a menina voltasse para casa, ele faz todos acreditarem que seus desejos estão sendo atendidos, ainda que não da forma como eles esperavam. E qual a forma encontrada? O reconhecimento de outrem. Um diploma para o espantalho, uma medalha para o leão, um relógio em formato de coração para o homem de lata. Eles, adultos inseguros, precisavam apenas do aval alheio, eles já tinham as qualidades que buscavam. Já a menina, uma última frustração como parte do duro aprendizado, o balão que a levaria de volta para o Kansas parte sem ela. Novamente, no auge do desespero, a figura da mãe reaparece. Dorothy, já confortável em sua cama, aprende por ela mesma que na vida real não há respostas fáceis.

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