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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Klaus - melhor crônica de Natal!


Animação diverte e emociona ao reinventar o mito do Papai Noel


Assim como panetones lotam as prateleiras de supermercados desde muito antes do Natal, os filmes com temas natalinos já começam a pipocar por aí. Esse é o caso de Klaus, primeira animação original da Netflix que entrou no catálogo do serviço de streaming no dia 8 de novembro.

Dirigida pelo espanhol Sergio Pablos, criador da franquia Meu Malvado Favorito e animador de produções da Disney na virada dos anos 1990 para 2000, Klaus, porém, está longe de ser uma dessas animações genéricas comumente lançadas apenas para faturar às custas das festas de fim de ano.

Mesmo tendo um visual que remete às animações dos anos 1990, em sua trama, o filme aposta no novo, arriscando (e muito!) em fazer uma reinterpretação do mito do Papai Noel com uma cara mais “realista”, mas que nunca se esquece da magia do Natal.

Klaus não tem os orçamentos astronômicos de animações como as da Disney, Pixar ou DreamWorks, mas é exatamente por isso que pode se dar ao luxo de focar em simplesmente contar uma boa história, não tendo a “obrigação” de criar personagens sem qualquer importância para a trama, que servem apenas para vender bonecos, copos, toalhas e afins.

O filme conta a história de Jesper (Jason Schwartzman), filho mimado e preguiçoso do dono de uma empresa de correios que é mandado por seu pai para ser carteiro em Smeerensburg, uma remota ilha no Círculo Ártico, para dar-lhe mais responsabilidade. 

Chegando lá, Jesper encontra uma vila cinza e cheia de ódio, onde duas famílias rivais, os Krum e os Ellingboe, brigam durante séculos. Por conta disso, ninguém tem o menor interesse em mandar cartas. Desesperado com a possibilidade de não cumprir sua cota de entregas e poder voltar à sua boa vida na cidade grande, Jesper acaba descobrindo uma solução para seus problemas quando conhece o carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), um homem bruto e de poucas palavras que vive isolado em uma casa cheia de brinquedos.

Talvez o único ponto fraco do filme seja Jesper, um tipo de resumo de diversos clichês de personagens desse tipo de história. Aquele que vai cair na real e se dar conta da beleza das coisas simples da vida e de como a bondade gera bondade. O que não deixa de sempre ser uma mensagem legal, claro. Mas que não tem a profundidade de personagens como Klaus e a desiludida professora Alva (Rashida Jones).

Klaus é uma das boas surpresas dessa temporada de Natal. Um filme que diverte e emociona trazendo algo novo a um subgênero de ideias tão batidas. Não subestima a inteligência das crianças e entretêm os adultos. Perfeito para ver com a família reunida.
   
Rafael Argemon

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