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domingo, 28 de janeiro de 2018

O professor do novo tempo


Segundo Miguel Thompson, CEO do Instituto Singularidades, não adianta esperar uma educação com foco no futuro formando professores como no passado

Instituto Singularidades

A formação do professor tem sido o centro das discussões de diversos sistemas educacionais. O professor que ainda só passa conceitos e definições pode facilmente ser substituído pelo Google.

Os docentes têm de perceber que existe uma série de competências que não se restringem a levar apenas o conhecimento conceitual, que dão movimento aos projetos e consequentemente, ao desejo de criar significados. E todas essas novas ferramentas tecnológicas, e as ideias de trabalhar nos currículos e nos desafios relacionados aos problemas contemporâneos estão vindo para revolucionar a escola.

Isso não quer dizer que devemos abrir mão da formação acadêmica rigorosa do professor. O docente tem de continuar dominando todo o conhecimento da sua área, só que esses conteúdos devem ser trabalhados como ferramentas de interpretação do mundo que cerca o estudante.

Há que haver um meio termo. Hoje, precisamos de um professor bem formado academicamente, mas que saiba criar possibilidades de conectar o aluno com a prática. Isto pode ser feito por meio de estágios com aulas diferenciadas, para que quando ele entre, de fato, como profissional, já tenha tido uma vivência de sala de aula. Muito diferente da geração anterior, quando os professores eram focados na teoria.

Construindo o professor do futuro

Uma maneira de construirmos isso é por meio da homologia de processos. Os professores ensinam seus estudantes nos cursos de licenciatura da mesma maneira que esperam deles a mesma qualidade de trabalho quando estiverem em campo. Dessa forma nossos atuais alunos e futuros docentes também ensinarão seus alunos de forma dinâmica e prática.

Não adianta construirmos um currículo linear para um mundo aleatório e complexo. Cada aula é uma inovação, cada aula é uma novidade, cada hora é uma originalidade. Mas o professor jamais pode deixar de se preparar acadêmica e rigorosamente em sua especialidade. Ele tem de dar conta do conhecimento pedagógico e das ferramentas didáticas, mas também estar preparado para as inovações e ter foco.

É natural do ser humano buscar novas ideias pois o conhecimento é infinito. Então, cabe às instituições formadoras que estabeleçam algumas diretrizes básicas e, a partir disso, formar um profissional robusto, preparado para as incertezas, dentro desse novo tempo.

Sobre o Autor:
Miguel Thompson é CEO do Instituto Singularidades.  Licenciado em Biologia pela Universidade Mackenzie, doutor e mestre em Oceanografia pela Universidade de São Paulo (USP), Thompson também tem um MBA em Markting pela Fundação Instituto de Administração, da mesma instituição.

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