As crianças aprendem a
comportar-se em sociedade ao conviver com outras pessoas, principalmente com os
próprios pais.
As crianças aprendem a comportar-se em sociedade ao conviver com outras
pessoas, principalmente com os próprios pais. A maioria dos comportamentos
infantis é aprendida por meio da imitação, da experimentação e da invenção. Se
os pais permitem que os filhos, por menores que sejam, façam tudo o que
desejam, não estão lhes ensinando noções de limites individuais e relacionais
nem lhes passando noções do que podem ou não podem fazer.
Os pais usam diversos argumentos para isso: “Eles não sabem o que estão
fazendo”. “São muito pequenos para aprender.” “Sabemos que não devemos deixar…,
mas é tão engraçadinho.” É preciso lembrar que uma criança, quando faz algo
pela primeira vez, sempre olha em volta para ver se agradou alguém. Se agradou,
repete o comportamento, pois entende que agrado é aprovação – e ela ainda não
tem condições de avaliar a adequação do seu gesto.
Portanto, cada vez que os pais aceitam uma contrariedade, um
desrespeito, a quebra de limites, estão fazendo com que seus filhos rompam o
limite natural para seu comportamento em família e em sociedade. Apesar de
serem mais fortes, os pais que não reagem à quebra de limites dos filhos acabam
permitindo que estes, muito mais fracos, os maltratem, invertendo a ordem
natural de que o mais fraco deve respeitar o mais forte.
A força dos pais está em transmitir aos filhos a diferença entre o que é
aceitável ou não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim
por diante.
Pedir um brinquedo é aceitável, mas quebrar o brinquedo meia hora depois
de ganhá-lo e pedir outro, é inaceitável. É importante estabelecer limites bem
cedo e de maneira bastante clara, pois, mais tarde, será preciso dizer ao
adolescente de quinze anos que sair para dar uma volta com o carro do pai não é
permitido, e ponto final.
O estudo é essencial; portanto, os filhos têm obrigação de estudar. Caso
não o façam, terão sempre que arcar com as consequências de seus atos, e estas
deverão ser previamente estabelecidas pelos pais. Só poderão brincar depois de
estudar, por exemplo. Naquilo que é essencial, os pais deverão dedicar mais
tempo para acompanhar de perto se o combinado está sendo respeitado. Os filhos
precisam entender que têm a responsabilidade de estudar e que seus pais os
estão ajudando a cumprir um dever que faz parte da “brincadeira” da vida.
Livro:
Disciplina – Limite na medida certa, de Içami Tiba. Editora Integrare.
Nenhum comentário:
Postar um comentário